A América do Sul é composta por 12 países sendo, um deles, o Chile. Localizado na região costeira da América do Sul, o país faz fronteira com a Argentina, Bolívia e Peru, a leste, nordeste e norte, respectivamente.
O território chileno está entre uma das atrações mais requisitadas por turistas, a Cordilheira dos Andes, e o Oceano Pacífico. Além disso, possui grande extensão de norte-sul, 4,3 mil km, e apenas 200 km de extensão de leste à oeste.
Em relação aos demais países da América do Sul, o Chile possui etnia bem homogênea. Isso porque, durante o processo de colonização, o país não sofreu com a imigração europeia em massa, como ocorreu em outros países da América do Sul.
Além do mais, o território chileno não participou do tráfico negreiro. Sendo assim, grande parte da população chilena é composta pela mistura entre espanhóis e índios.
A língua mais falada no país é o espanhol. Porém, em algumas regiões, ainda é possível ver grupos indígenas com seus próprios dialetos.
De acordo com o IBGE, a população do Chile é de, aproximadamente, 16,9 milhões de habitantes. Apesar das desigualdades sociais, o país está entre os que apresentam melhores indicadores sociais em relação aos demais países latino-americanos.
Para conhecer mais sobre as diversidades e características do Chile, vamos embarcar numa viagem até a parte costeira da América do Sul!
História do Chile
O processo de colonização do Chile começou em 1520 quando Fernão de Magalhães pisou no território pela primeira vez.
Assim como nas demais terras do continente, antes da chegada dos europeus, já havia tribos indígenas no local. No caso do território chileno, os mapuches era quem habitava o território antes da colonização.
Inclusive, os mapuches ficaram conhecidos por enfrentarem bravamente os colonizadores espanhóis. Por conta disso, em 1598, travaram contra os espanhóis um confronto, conhecido como Batalha de Curalaba.
Os mapuches venceram os colonizadores, matando Pedro de Valdivia – espanhol responsável por fixar colônias no território chileno. Além disso, vários de serem companheiros também foram mortos na batalha.
Como consequência da batalha, cidades como Valdivia e Osorno ficaram destruídas. Assim como ocorreu no Brasil, os jesuítas foram incumbidos da missão de catequizar os índios e organizar a sociedade colonial. Com isso, foram criadas diversas igrejas, bem como escolas e fazendas administrativas que contavam com atividades de cunho empresarial.
Diferente dos demais países colonizados na América do Sul, o Chile não teve a economia desenvolvida com base nos manufaturados europeus. Além da pouca população naquela época, a metrópole impedia que várias ações econômicas ocorressem no país. Sendo assim, a principal atividade da economia chilena foi o desenvolvimento da criação de gado, produção de couro e sebo, bem como o cultivo de trigo.
Independência chilena
O Chile foi colônia da Espanha até 1818. Naquela época, o país era chamado de Reino do Chile e, após a separação da metrópole, foi formado um governo independente.
Para que a independência ocorresse, assim como aconteceu com grande parte dos países colonizados, houve luta armada. Assim, no dia 12 de fevereiro de 1818, liderado por Bernado O’higgins, o Chile se torna independente.
Após a independência, o país se destacou economicamente em relação aos demais países da América do Sul. Isso porque, o Chile adquiriu êxito na política exterior ao vencer duas guerras importantes.
A primeira delas ocorreu entre 1837 e 1839, contra a federação que Peru e Bolívia haviam formado. A vitória chilena proporcionou o controle do comércio marítimo no sul do Pacífico.
Já a segunda guerra, conhecida como Guerra do Pacífico, ocorreu entre 1879 e 1883, também contra Bolívia e Peru. Com a vitória, o Chile conquistou a região norte do continente, local onde a mineração era vantajosa.
Dessa forma, o país começou a se desenvolver de forma considerável. Após alguns anos, em 1891, o país enfrentou uma guerra civil que deixou 10.000 mortos em apenas nove meses.
A fase presidencialista chilena ocorreu após a queda do parlamentarismo, que durou entre 1891 e 1925. O presidencialismo é a atual forma de governo no país. Em 1973, assim como ocorreu em diversos outros países, o Chile passou pelo golpe militar.
Na ocasião, o golpe foi financiado pelos Estados Unidos, que possuía interesses econômicos sobre o país. Augusto Pinochet Ugart foi quem governou o país, até 1990, tirando do poder Salvador Allende – único presidente marxista eleito de forma direta.
Conhecendo o Chile
Em relação aos demais países sul-americanos, o Chile possui uma das populações mais homogêneas. Isso porque, durante o processo de colonização, o país não participou do tráfico negreiro.
Outro motivo que explica a etnia homogênea é a imigração escassa dos europeus, na metade do século XIX. Sendo assim, a população do Chile é composta por 65% de mestiços – mistura entre índios e espanhóis; 25% de descendentes europeus e 10% de grupos indígenas.
O território chileno é habitado por três etnias diferentes de índios, sendo os araucanos, os fueguinos e os changos.
Os araucanos vivem nas proximidades dos Andes, os fueguinos na Terra do Fogo, enquanto os changos são encontrados ao norte da região litorânea. A língua mais falada no país é o espanhol. Porém, os grupos indígenas, ainda mantêm os dialetos e línguas originais.
O Chile possui, aproximadamente, 16,9 milhões de habitantes. A área territorial é de 756.945 km2 sendo que, de norte-sul possui 4,3 mil km e apenas 200 km de extensão de leste a oeste.
Grande parte da população se concentra no centro do país, enquanto que nas demais regiões o índice populacional é bastante baixo. Isso se dá por conta das condições extremas de vida ao norte, no deserto do Atacama, e ao sul, na Patagônia.
Cidades mais importantes
De forma geral, o Chile possui três cidades que se destacam no quesito economia. Além da capital do país – Santiago – Concepción e Valparaíso também são pontos econômicos importantes para o Chile.
Santiago, por exemplo, concentra um terço da população chilena, além da metade das indústrias que funcionam no país. Dessa forma, também são cidades importantes:
- Antofagasta – conhecida por abrigar grandes áreas com minério de cobre. Além disso, é uma região desértica;
- Punta Arenas – é a cidade localizada mais ao sul do mundo. Antes da abertura do canal do Panamá, em 1914, a região era importante rota para a navegação entre o Atlântico e o Pacífico. Após este período, a região se tornou grande polo comercial de lã e carne, advindas da região sul do país.
Economia
De forma geral, a economia do Chile é baseada na agricultura, na pesca, bem como na pecuária e em recursos florestais.
A produção agrária, por exemplo, se concentra no em grãos, como o trigo, a aveia, arroz, milho e cevada. As frutas também ocupam lugar considerável na economia, principalmente a produção de maçã, pêssego, ameixa e cítricos.
Em síntese, na capital Santigo, existem grandes extensões concentradas na produção de vinhedos, sendo uma das mais expressivas entre os países sul-americanos, atrás apenas da Argentina.
Produções como feijão, ervilhas, lentilhas e batatas fazem parte dos lucros econômicos, porém, de forma reduzida. Já em relação à pecuária, o país concentra a maior base econômica na região meridional. O principal foco de produção está a lã, produto exportado para outros países.
A indústria pesqueira também merece destaque. Isso porque, o território chileno possui grande desenvolvimento em pesca, sendo os portos Arica e Iquique os mais importantes. Além disso, na região onde se encontra o rio Bío-Bío, o país concentra grande produção em relação aos recursos florestais. Dentre as madeiras mais exploradas está a araucária, o carvalho e a faia.
Recursos minerais
Por conta do subsolo rico em recursos minerais, o Chile detém cerca de 38% das jazidas encontradas no mundo. A grande concentração de jazidas faz do país o primeiro na produção desse recurso mineral.
O país ainda possui reservas de ferro, manganês, mercúrio, ouro, prata e enxofre. Além disso, na capital Santigo, estão localizadas as indústrias focadas na produção primária, como indústrias têxteis e de alimentos.
A economia do país ainda é abastecida pelo setor turístico. Ou seja, lugares como balneário de Viña del Mar e a região dos Lagos Andinos são algumas das opções mais procuradas pelos turistas que visitam o território chileno.
Em relação às relações exteriores, o país mantém acordos comerciais com países como Reino Unido, Japão, Alemanha, Argentina, Brasil e Estados Unidos. Os EUA, inclusive, faz parte de acordos comerciais e financeiros com o Chile.
Sociedade do Chile
Em síntese, quando se fala em legislações trabalhistas, o Chile se destaca em relação aos demais países sul-americanos. Isso porque, em 1924, o país aderiu leis que garantem aos trabalhadores direitos como o regime de contratação e o seguro de doença e acidente de trabalho.
Além disso, foi criado, em 1931, o Código do Trabalho responsável por ampliar as leis que já existiam, além de criar o Serviço de Segura Social.
Em relação à educação, o Chile conta com programas de escolarização, estabelecido pelo decreto de ensino. Aliás, o decreto engloba o ensino com métodos e programas escolares para crianças e jovens entre 7 e 15 anos.
Nesse sentido, os estudantes possuem uma grade escolar dividida em três graus, sendo dois cursos para cada período. Já no ensino superior, o país dispõe de duas universidades públicas, Universidade do Chile e Universidade Técnica, ambas em Santiago, na capital.
Literatura no Chile
A literatura chilena é marcada por escritores de diversos estilos literários. A princípio, o primeiro escritor reconhecido em terras chilenas foi o próprio conquistador, Pedro de Valdivia.
Sendo assim, durante o período da colonização, destacaram-se os textos em forma de crônica e poemas épicos. No século XVII, por exemplo, escritores jesuítas como Alonso de Ovalle e Diego de Rosales mostraram escritos de destaque escrevendo crônicas.
Após a independência, em 1818, o estilo que se destacou foi a literatura nacional, promovida por Andrés Bello – escritor de origem venezuelana.
No romance, durante o período do realismo, destaque-se o escritor Alberto Blest. Já na poesia, os escritores Carlos Pezoa e José Joaquín Vallejo desenvolveram escritos que ficaram marcados pela influência do espanhol Mariano José de Larra.
Já no século XX a poesia dos escritores Vicente Huidobro, Gabriela Mistral e Pablo Neruda se destacou entre os chilenos. Inclusive, dentre os escritores citados, Gabriela Mistral e Pablo Neruda ganharam o Prêmio Nobel de Literatura.
Não podemos deixar de citar, também, Mariano Latorre, Francisco Coloane, Manuel Rojas, José Donoso, Jorge Guzmán e Lautaro Yankas como os escritores que se dedicaram à prosa.
Arte chilena
Em síntese, a arte chilena é composta por monumentos com características do Barraco e do período neoclássico. Destaca-se a construção da Igreja de São Francisco.
As demais construções do período colonial foram destruídas por incêndios e terremotos. Além disso, o país ainda conserva palácios e pequenas casas em estilo espanhol.
A arquitetura do país se desenvolveu com a contribuição dos franceses Raymond Monvoisin e Claude-François Brunst de Bains. Aliás, ambos os arquitetos foram responsáveis pela construção de importantes edifícios da capital chilena, Santiago.
A partir disso, a Escola de Arquitetura no país ganhou destaque. Além disso, arquitetos como Sergio Larraín, Jaime Bellalta e Jorge Costábal foram de extrema importância para a construção identitária do Chile.
Portanto, na pintura se destacam:
- José Gil de Castro;
- Roberto Matta;
- José Balmes;
- Elsa Bolívar;
- Cecilia Vicuña;
- Eduardo Martínez Bonatti;
- Ramón Vergara;
- Ernesto Barreda;
- Carmen Silva.
Por fim, na música, principalmente no século XX, merece destaque Violeta Parra, cantora popular, além do pianista Claudio Arrau.
O que achou da matéria? Se gostou, aproveita para conferir as características da Rússia e da França.
Fontes: Brasil Escola, Brasil Escola, Info Escola, Cola Web e Info Escola
Imagens: FIPP, História Total, Trotaméricas, CI Intercâmbio, Época Negócios, Diálogo Chino, Frog son the road, Travel Chile e Santiago do Chile