Localizada no Oriente Médio, a Palestina é uma região que fica entre o Mar Mediterrâneo e o Rio Jordão. Antigamente, o território era ocupado por povos do Império Otomano, responsáveis por dominar a região até o início da Primeira Guerra Mundial.
Após o declínio do Império Otomano, a Inglaterra tomou posse da região, em 1917, e permaneceu como líder da Palestina até o fim da Segunda Guerra, onde o território passou a ser dominado por judeus.
Por conta do Holocausto e diversos movimentos migratórios, a Palestina, até 1946, já contava com mais 608 mil judeus e 1,2 milhão de árabes. Com forma de se livrar da perseguição que ocorria na Europa, os judeus dominaram a região, construindo a então conhecida Terra Santa ou Terra Prometida.
Apesar da predominância de judeus, o Estado da Palestina também é conhecido como Terra Santa pelos muçulmanos, cristãos e árabes. Devido as divergências religiosas, o território é alvo de inúmeros conflitos, inclusive, relacionados à partilha das terras.
Contexto histórico
Em síntese, para entender o que representa o Estado da Palestina, é preciso voltar na história, quando o território era conhecido como Cannã. Sendo assim, ainda no período pré-histórico, acredita-se que a Palestina já era ocupada pelos fenícios e, depois, por judeus e árabes.
Inclusive, os judeus consideram a Palestina como a Terra Santa, local onde se refugiaram durante as perseguições que ocorriam na Europa. Entretanto, os judeus que vivam na Palestina foram expulsos da própria terra pelos povos babilônicos e, em seguida, pelo Império Romano.
O período migratório dos judeus ficou conhecido como diáspora judaica. A região dominada pelos romanos só foi reconquistada após diversos conflitos e, novamente, os palestinos e árabes puderam voltar para a região antes ocupada por eles. Entretanto, o domínio dos povos ainda estava nas mãos do Império Turco-Otomano.
Sendo assim, como forma de recuperar de maneira integral as terras da Palestina, durante o século XIX, o escritor austríaco judeus, Theodor Herzl, criou o movimento conhecido como “sionista”. De forma geral, o movimento tinha o intuito de retomar a Terra Santa.
Além do movimento, a Organização Sionista Mundial (OSM) também foi criada. Ambas as ações promoveram a migração em massa de judeus para Palestina que, no início, ocorreu de forma pacífica, sem conflitos ou guerras.
Novos rumos na história
Após a derrota dos turcos ao final da Primeira Guerra Mundial, em 1918, a região da Palestina permaneceu sobre domínio inglês. Com medida diplomática, a Inglaterra decidiu que o território palestino seria transformado em um Estado judeu.
Na época, a decisão dos ingleses provocou inúmeras revoltas, principalmente por parte dos árabes e outros grupos religiosos que viviam na região. Com o fim da Segunda Guerra Mundial, a situação dos judeus se tonou política, já que um número expressivo de judeus migrou para Palestina por conta do Holocausto.
Nesse sentido, por conta da disputa territorial, em 1947, a Organização das Nações Unidas realizou a partilha da Palestina. A divisão do território ficou da seguinte forma: 57% para os judeus e 43% para os árabes, apesar de serem a maioria na região.
Jerusalém, até então, era capital da Palestina e, com a partilha, o território passou a ser capital de ambos os Estados formados pela ONU. Porém, a administração de Jerusalém, capital sagrada para a religião islâmica e judaica, permaneceu sobre domínio da ONU.
A partilha do território palestino deu origem ao Estado de Israel, decisão que não agradou em nada os árabes do Oriente Médio. Nesse sentido, os conflitos entre palestino e israelenses tiveram início, onde os povos do Oriente Médio iniciaram ataques contra Israel, no mesmo ano que foi criado.
Conflitos no Oriente Médio
O primeiro ataque ao Estado de Israel ficou conhecido como Primeira Guerra Árabe-Israelense. Os países que comandaram os ataques foram Egito – que estava à frente dos conflitos – Líbano, Síria e Transjordânia – atual Jordânia.
Com os embates estabelecidos na região, a Palestina acabou perdendo território. Israel, por exemplo, foi o principal responsável por ocupar partes da Terra Santa e deixar os palestinos sem território. Além de Israel, judeus, jordanos, e egípcios também ocuparam terras na Palestina.
As ocupações que destituíram o Estado da Palestina deram início à questão palestina, conhecida mundialmente por gerir os atuais conflitos do Oriente Médio. A Palestina, de forma geral, é conhecida como a Nação que perdeu todo o território e luta pela sua recuperação.
Questão palestina
A questão palestina é conhecida mundialmente e se tornou um dos conflitos mais intensos do Oriente Médio após a criação do Estado de Israel, em 1948. A principal motivação do conflito entre palestinos e israelenses é causada por questões ideológicas nacionalistas.
De um lado, a criação do movimento judeu, conhecido como Sionismo, durante o século XIX, criado para constituir um Estado judaico e, do outro, o nacionalismo árabe, que resultou na criação, em 1945, da Liga Árabe.
Após a criação do Estado de Israel, teve início a Primeira Guerra Árabe-Israelense. Em seguida, novos conflitos marcaram a questão palestina, como a Segunda Guerra Árabe-Israelense, também conhecida como Guerra de Suez, e a fundação da Organização pela Libertação da Palestina.
Além disso, conflitos como a Guerra dos Seis Dias e a Guerra do Yom Kippur, em 1973, intensificaram os conflitos no Oriente Médio, aumentando a rivalidade entre palestinos e israelenses. Dessa forma, a criação de um Estado em relação aos palestinos se torna uma ação complicada.
Situação atual
Além das questões religiosas, palestinos e israelenses ainda disputam o controle de Jerusalém, que se tornou domínio da ONU após a divisão de território feita pelo órgão. Por conta dos ataques israelenses, os palestinos criaram o Movimento de Resistência Islâmica, conhecido como Hamas.
Apesar de um acordo assinado entre israelenses e palestinos, em 1993, os conflitos entre ambas as Nações ainda fazem parte do atual cenário do Oriente Médio.
Características gerais da Palestina
O território palestino é uma área geográfica localizada no Oriente Médio. Em síntese, a área possui 6.020 km², dividido em 16 províncias administrativas. As decisões administrativas da região são feitas em Ramallah, apesar dos muçulmanos considerarem Jerusalém como capital.
Ao todo, o território é ocupado por 4,95 milhões de habitantes, onde a maioria da população é composta por árabes. Além disso, a religião do território é divida em islamismo – seguido por 93% da população – e cristianismo – com 6%. Outros grupos religiosos representam 1%.
Em síntese, o clima que predomina na região é o mediterrâneo e a região e, em relação ao relevo, planícies litorâneas, colinas e cadeias montanhosas formam a paisagem do território palestino. Por fim, a língua oficial é o árabe e Mahmoud Abbas é o atual chefe de Estado.
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Fontes: Escola Britannica, G1, Info Escola e Brasil Escola
Imagens: Pinterest, Le Monde Diplomatique, Biblioteca Digital Mundial, Agência Brasil, Anistia Internacional e Ladepeche