Sebastião José de Carvalho e Melo era o real nome de Marquês de Pombal. Na história, Carvalho e Melo ficou conhecido pelo título de nobreza, mas grande parte de suas ações foram feitas antes mesmo da titulação como marquês. Dentre os vários cargos políticos, atuou como embaixador, Secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e foi Ministro do Reino.
Vindo de família nobre, Carvalho e Melo era filho de Manuel de Carvalho e Ataíde e de Tereza Luísa de Mendonça e Melo. Seu pai possuía cargos renomados, como capitão de cavalaria e fidalgo. Ou seja, naquela época, o futuro Marquês de Pombal era membro da pequena nobreza de Portugal. Apesar de estar em uma posição favorável, a família de Carvalho e Melo passava por dificuldades financeiras.
Ainda na juventude, Carvalho e Melo decidiu estudar Direito por influência de um membro da família. Assim, entrou para a Universidade de Coimbra, mas logo saiu por não ter gostado dos estudos. Seguindo mais conselhos familiares, o rapaz optou, então, entrar para o serviço militar como cadete. Mais uma vez, o rapaz não se adaptou àquela vida e decidiu abandonar o serviço.
Em síntese, Marquês de Pombal foi uma figura muito importante para Portugal e, consequentemente, para o Brasil. Vamos entender mais como foi a trajetória de vida do diplomata!
Biografia de Marquês de Pombal
Sebastião José de Carvalho e Melo nasceu em maio de 1699, no dia 13. Filho de pequenos membros da nobreza, o jovem era considerado inquieto e proativo. Ainda na juventude, tentou a vida como estudante de Direito, na Universidade de Coimbra. Após um ano de estudos, não conseguiu se adaptar. Em seguida, tentou a carreira militar, ingressando no exército como cadete. Sem sucesso também.
Após as tentativas de carreira, influenciadas por familiares, Carvalho e Melo decidiu estudar o que realmente lhe interessava: história, política e legislação. Aos 23 anos de idade, o jovem se casou com D. Teresa de Noronha e Bourbon Mendonça e Almada. O casório não teve aprovação da família de Teresa, mas isso não influenciou na decisão dos noivos.
A vida política
Imerso nos livros de história e política, Carvalho e Melo dedicava boa parte do tempo aos estudos. Vendo que o jovem tinha interesse na área, o tio, Paulo de Carvalho, o influencia para ingressar na Academia Real de História, em 1733. Após alguns anos, também por indicação, Carvalho e Melo se tornou embaixador de Portugal na Inglaterra.
Por conta disso, teve que se mudar para a capital inglesa, Londres. Dessa forma, como embaixador, o português atuou em vários setores, principalmente para garantir os direitos dos comerciantes portugueses. Enquanto estava em Londres, Carvalho e Melo vivenciou a morte de sua esposa, que havia deixado para o marido todos os bens que possuía.
Após trabalhar em Londres e receber retornos positivos, Carvalho e Melo foi mandado para Viena, na Áustria. Em 1745, o embaixador português teve que intervir na disputa que ocorria entre o capitão do Sacro Império Romano-Germânico e a sede da Igreja Católica. Não demorou muito para que o embaixador conseguisse resolver o problema entre Viena e Roma. Na mesma época, Carvalho e Melo casou com D. Leonor Ernestina de Daun.
Reformas Pombalinas
A carreira política de Carvalho e Melo como secretário de Estado de Portugal iniciou com D. José I assumindo o reino de Portugal após a morte do rei D. João V. Mais uma vez, assim como ocorreu no cargo de embaixador, Carvalho e Melo foi indicado ao cargo político e assumiu como secretário de Estado. Entre 1750 e 1777, ocupou dois cargos políticos:
- Secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e da Guerra (1750-1755);
- Secretário de Estado dos Negócios Interiores do Reino (1755-1777).
A nomeação como secretário de estado ocorreu no momento em que Portugal passava pelo contexto histórico do Reformismo Ilustrado. Ou seja, também chamado de Despotismo Esclarecido, o Reformismo era caracterizado como um movimento que almejava a fortificação do reino por meio de reformas feitas em Portugal.
Assim, com influências iluministas, o governo de Carvalho e Melo foi marcado pelas Reformas Pombalinas. Na época, o maior esforço do secretário de Negócios e Guerra era tornar Portugal independente da Inglaterra, principalmente na economia. Nesse sentido, Carvalho e Melo criou diversas medidas que impulsionaram as ações do reino português.
Dentre elas estava a criação da Companhia para a Agricultura das Vinhas do Alto Douro e a Companhia Geral das Reais Pescas do Reino do Algarve. Além disso, o secretário elaborou novos meios para cobrança de impostos, principalmente da colônia em Minas Gerais. Isso porque, a região era a grande fornecedora da economia por conta do Ciclo do Ouro.
Outra ação de Carvalho e Melo, como secretário, foi colocar fim à escravização dos índios, além de proibir que judeus convertidos no templo da Inquisição fossem discriminados. O secretário também reformulou o sistema de ensino em Portugal e abriu espaço para que faculdades de medicina e matemática fossem criadas.
Reerguendo Lisboa
Um dos acontecimentos mais marcantes do governo de Carvalho e Melo foi o terremoto que atingiu Lisboa, em 1755. Na época, o terremoto causou um tsunami e a cidade portuguesa ficou completamente destruída pela fúria das águas e dos tremores. Além da destruição da cidade, mais de 12 mil pessoas perderam a vida na tragédia.
A partir disso, Carvalho e Melo se tornou uma figura de extrema importância em Portugal, mais do que já era. Isso porque, a reconstrução da cidade de Lisboa partiu das ações como secretário de estado. Além de comandar a construção dos prédios e de toda a estrutura da cidade, Carvalho e Melo também atuou no controle de epidemias.
O rei D. José I, muito satisfeito com o plano de reconstrução de Lisboa, chamou Carvalho e Melo para se tornar primeiro-ministro. Em seguida, o primeiro-ministro recebeu o título, em 1759, de Conde de Oeiras. Mais tarde, em 1769, finalmente Carvalho e Melo se tornou Marquês de Pombal.
Após ser nomeado com o título de nobreza, Marquês de Pombal foi responsável por acusar a família Távora pelo atentado que D. José I havia sofrido. De acordo com o marquês, a família teria planejado a morte do rei em conspiração contra a cora portuguesa. Imediatamente, o Marquês de Pombal ordenou que a família Távora fosse presa, além da execução de alguns membros da família.
Relação com o Brasil e a expulsão dos Jesuítas
Ao mesmo tempo em que Portugal passava por inúmeras mudanças promovidas pelo Marquês de Pombal, o Brasil também era alvo de alterações. Por mais que o marquês nunca tenha pisado nas terras coloniais, várias mudanças foram organizadas no país. Dentre elas estava a criação da Companhia do Grão-Pará e do Maranhão e da Companhia Geral de Pernambuco e Paraíba.
Além disso, o marquês promoveu a extinção das capitanias hereditárias e elevou o Brasil a vice-reino de Portugal. No mesmo período, a cidade do Rio de Janeiro foi nomeada como a nova capital da colônia, que antes estava sediada na cidade de Salvador. Outra ação de mudança no Brasil foi a expulsão dos jesuítas, acusados de influenciar os índios a resistirem contra o domínio de Portugal.
Grande parte das mudanças promovidas pelo Marquês de Pombal gerou revoltas na colônia. Isso porque, as mudanças tinham impacto diretamente na produção e no controle das minas de ouro daquela época. Ou seja, as atividades econômicas foram fortemente afetadas. A Inconfidência Mineira, por exemplo, foi motivada pelas mudanças do marquês.
Fim do governo
Marquês de Pombal promoveu inúmeras mudanças em Portugal e no Brasil. Consequentemente, a vida política o fez ganhar inimigos por toda a parte, inclusive a filha do rei D. João I, D. Maria. Assim, após a morte do rei em 1777, D. Maria destituiu Marquês de Pombal dos cargos políticos.
Além disso, o marquês foi obrigado a abandonar Lisboa, acusado de corrupção e abuso de poder. Por fim, Marquês de Pombal permaneceu recluso em casa até sua morte, em 1782, aos 82 anos de idade.
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Fontes: Só História, Toda Matéria, Brasil Escola e Info Escola
Imagens: UFS, Aventuras na História, História Mundi, National Geographic e Iphan
Talvez esteja eu errado mas, primeira gravura não é Marques de Pombal mas sim, Dom Pedro lll.