Após a dominação dos portugueses e espanhóis sobre a maioria dos povos europeus, um intenso processo de globalização teve início. A esse processo deu-se o nome de Expansão Marítima Europeia, tendo como principal característica a obtenção de riquezas, exploração de terras e a expansão territorial.
Nesse sentido, várias embarcações de diferentes países saíram de encontro ao mar com o intuito de explorar e se aventurar em novos caminhos. Assim, os tripulantes enfrentaram perigos como tempestades, danificações nas embarcações, além de doenças, fome e sede.
Além dos perigos reais que as embarcações enfrentavam, também tinham os medos irreais em relação a monstros, zona tórrida, a dimensão do planeta, o abismo. Todas essas ideias vinham, de certa, da igreja que era detentora da grande parte dos poderes políticos e ideológicos da época.
Contexto histórico da expansão marítima
A Expansão Marítima Europeia ocorreu, mais precisamente, entre os séculos XV e XVII. Ao passo que o período anterior, ocorrido entre os séculos XIV e XV, caracterizou-se por uma crise impulsionada pela insatisfação popular para com as exigências da nobreza e clero, a burguesia viu nisso uma brecha para ascensão.
Ademais, foi nesse momento em que possibilitou-se o contato comercial entre divergentes culturas. Só para ilustrar, a Europa iniciou um processo de exploração aprofundada na Ásia, África e América. Aliás, vale ressaltar que a colonização da Oceania deu-se só algum tempo depois, já no século XVIII.
Pois bem, sendo assim, esse processo visando a expansão comercial dependeu da perda de influência da Igraja Católica e aliança com o Estado Nacional que viria a formar-se. Motivada pela busca de recursos e ampliação de riquezas, o principal objetivo dessa expansão marítima era encontrar fontes de exploração.
Expansão Marítima Europeia
Durante a Idade Média alguns bloqueios marítimos forma impostos para que o comércio não fosse realizado. Entretanto, as primeiras navegações da expansão marítima serviam para quebrar esses bloqueios. Assim, foi possível que a evolução da economia mercantil e, por consequência, a burguesia se fortalecesse.
Por conta dos bloqueios durante a Idade Média, a Europa se via em um momento de crise em que a importação superava a exportação dos produtos. Lembrando que os principais produtos comercializados nos países europeus eram a madeira, pedras, cobre, ferro, estanho, chumbo. Além da lã, linho, frutas, trigo, peixe e carne.
Por outro lado, o açúcar, ouro, cânfora, sândalo, porcelanas, pedras preciosas, cravo, canela, pimenta, noz-moscada, gengibre, unguentos, óleos aromáticos, drogas medicinais e perfumes eram característicos dos países do Oriente.
Para que o comércio fosse realizado, os comerciantes contavam apenas com duas rotas. Assim, podiam optar pelo caminho que envolvia as cidades de Gênova e Veneza. Por outro lado, podiam seguir caminho pelo Mar Mediterrâneo, porém, monopolizado por Veneza.
Assim, era necessário que novas rotas fossem descobertas. Isso porque, novas formas de organização começaram a se formar. Como foi o caso das monarquias nacionais, aliança entre os reis e a burguesia. Nesse sentido, a burguesia almeja novos navios, armas, navegadores e mantimentos.
Por consequência, diversas áreas do conhecimento se desenvolveram durante a Expansão Marítima Europeia. Um exemplo, foi o estudo relacionado à cartografia, astronomia e engenharia náutica, tudo para aperfeiçoar as grandes embarcações. Nesse sentido, os primeiros navegantes foram os portugueses, por meio da Escola de Sagres.
Divisões das grandes navegações
As grandes navegações ocorreram entre os países europeus. Assim, com o intuito de desbravar os mares, dominar novas terras e quebrar barreiras comerciais os países europeus dividiram-se em diferentes expedições marítimas.
Assim, podemos destacar as embarcações da Holanda, da Inglaterra, França, além de Portugal e Espanha sendo as mais importantes para os povos das Américas.
Expansão marítima portuguesa
As grandes navegações durante a Expansão Marítima Europeia dependiam de uma posição central. Isso porque, quanto mais bem localizado era o país, mais fácil era para que o comércio marítimo ocorresse. Sendo assim, Portugal foi o primeiro país a realizar a expansão marítima. Além da posição estratégica, o país possuía forte burguesia mercantil.
O poder português nos mares veio das lutas travadas entre cristãos e muçulmanos durante a Guerra de Reconquista, na península Ibérica. Assim, o processo português de expansão marítima tinha interesses vindos da Monarquia, da nobreza e da Igreja Católica. A Igreja, por sua vez, desejava cristianizar novos territórios e a burguesia tinha a necessidade de ampliar lucros.
Expansão marítima espanhola
A queda de Granada, ocorrida em 1492, foi a grande responsável por unificar o território espanhol. Assim, após esse evento, Cristóvão Colombo se ofereceu aos reis da Espanha para partir nas expedições marítimas. Dessa forma, partindo em agosto de 1492 à oeste, chegou à América no mesmo ano, em outubro.
A partir disso, foram criados acordos, como a Bula Inter Coetera e o Tratado de Tordesilhas que dividia as terras entre portugueses e espanhóis. O tratado foi aprovado pelo Papa Alexandre VI, já que as terras foram descobertas por Colombo. É importante lembrar que o Tratado de Tordesilhas não foi um acordo reconhecido pelas demais nações europeias.
Outras embarcações
Durante a Expansão Marítima Europeia, alguns países tiveram atraso ao lançar suas embarcações. Como aconteceu com a Inglaterra, França e Holanda. Isso porque, a Inglaterra e França se envolveram na chamada Guerra dos Cem anos (1337-1453). Além disso, a Inglaterra ainda enfrentou uma guerra civil, denominada Guerra das Duas Rosas (1455-1485).
Já em relação a Holanda, a expansão marítima foi tardia porque as terras holandesas eram propriedade espanhola. Assim, o país necessitava de um enfraquecimento espanhol para que a expansão pudesse começar. Dessa forma, quando finalmente a Espanha começa a se enfraquecer e a Holanda inicia o processo de independência é que os holandeses dão início as grandes embarcações.
Você sabia?
- A Expansão Marítima Europeia contribuiu para uma radical transformação da visão da história da humanidade;
- O conhecimento humano e geográfico se ampliaram, além do comércio ter se desenvolvido com a união unificação dos mercados europeus, asiáticos, africanos e americanos. O fato resultou no fortalecimento do capitalismo, iniciado no período da Baixa Idade Média.
Gostou da matéria? Então corre e confere o que eram as Capitanias Hereditárias, além de conhecer o perfil de Deodoro da Fonseca.
Fontes: Brasil Escola, Toda Matéria, Mundo Vestibular.
Bibliografia:
- NADAI, Mariana. Quem descobriu a Oceania? 2020. Disponível em: https://super.abril.com.br/mundo-estranho/quem-descobriu-a-oceania/. Acesso em: 9 ago. 2021.
- CARVALHO, Leandro. “Expansão Marítima Europeia”; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/historiag/expansao-maritima-europeia.htm. Acesso em 09 de agosto de 2021.
- BEZERRA, Juliana. Expansão Marítima Europeia. [20–]. Disponível em: https://www.todamateria.com.br/expansao-maritima-europeia/. Acesso em: 20 jan. 2020.
Fonte imagem destaque: Quero Bolsa