Regimes totalitários na Europa – Quais são, histórias e características

Regimes totalitários foram movimentos políticos de teor centralizador, nacionalista e opressor instaurados na Europa do século XX.

Regimes totalitários na Europa: quais são, histórias e características

A implantação de regimes totalitários na Europa ocorreu após a Primeira Guerra Mundial, evento que desencadeou uma crise nos modelos capitalista e liberalista que vigorava até então.

Surgia a partir daí, como alternativa política, o totalitarismo, regime que defendia a ascensão de um Estado centralizador, autoritário, nacionalista e governado por um único líder.

Saiba abaixo como surgiram esses regimes, quais suas principais características e os principais modelos instaurados na Europa do século XX.

Como surgiram os regimes totalitários?

Em primeiro lugar, os regimes totalitários na Europa começaram a ascender após a Primeira Guerra Mundial, diante do enfraquecimento das democracias liberais.

Diversos setores extremistas, em sua maioria de direita, passaram a defender a implantação de políticas mais duras de governo, que supostamente reergueriam as nações após os prejuízos causados pela batalha.

Regimes totalitários na Europa: quais são, histórias e características
História do Mundo

Sendo assim, líderes autoritários passaram a condenar todos os elementos que representavam os modelos políticos estabelecidos na época. Os partidos políticos eram motivo de discórdia e não deveriam existir, as eleições, o voto direto e a participação dos cidadãos na política também já não haviam de prevalecer.

Dessa forma, surgia em seu lugar o totalitarismo, que tinha como principais características a centralização do poder nas mãos de poucos, a reverência exacerbada a um líder nacionalista e a um único partido, a defesa do militarismo como dever cidadão (sobretudo aos jovens), o antiliberalismo e o desejo exagerado pela conquista de novos territórios.

Esses regimes ficaram mundialmente conhecidos pela rigidez de suas regras e pela censura aliada ao extremismo com que eram tratadas quaisquer formas de oposição.

Nesse sentido, veículos de imprensa eram proibidos de trabalhar, opositores eram exilados, tinham cassados seus direitos e, em casos extremos, grupos minoritários eram exterminados, a exemplo dos judeus na Alemanha.

Principais regimes totalitários na Europa

Entre eles, estão o Stalinismo (URSS), Fascismo (Itália), Nazismo (Alemanha), Salazarismo (Portugal) e Franquismo (Espanha).

Regimes totalitários na Europa: o Stalinismo na URSS

O stalinismo foi uma exceção dos regimes totalitários na Europa pois possuía um viés extremista ligada ao campo da esquerda, ao contrário dos outros modelos. Ele vigorou após Josef Stálin conquistar o poder, entre 1927 e 1933.

Dom Total

O início do stalinismo convergiu com a morte de Vladimir Lenin, líder do país desde a Revolução Russa de 1917. Stalin soube usar sua influência dentro do partido vigente – PCUS – para implantar seu regime e derrotar seus adversários diretos, como Trotsky.

Inicialmente, a URSS se consolidou como uma potência mundial industrial, a partir da consolidação da Nova Política Econômica (NEP), que atribuía inteiramente ao Estado o controle da economia.

Desse modo, o governo totalitário passou a exigir intensamente o alcance de metas de produção pelos trabalhadores, sobretudo os da indústria de metalurgia, energia e siderurgia.

Apesar do inegável avanço econômico, a medida veio a duras penas, isto é, provocou fortes consequências. O controle do Estado sobre as propriedades rurais, em um processo denominado coletivização da terra, provocou forte resistência popular devido à dominação com que eram tratados os camponeses, obrigados a trabalhar exaustivamente e proibidos de tomar suas próprias decisões.

Posteriormente, a Grande Fome ou Holodomor, causou a morte de cerca de 5 milhões de pessoas na Ucrânia. De maneira idêntica, grupos minoritários eram perseguidos e exterminados, como poloneses e lituanos.

No total, quase 20 milhões foram mortos pelo regime totalitário na Europa e outros 13 foram aprisionados em campos de concentração chamados de gulags.

O fim do regime ocorreu em março de 1953, com a morte de Stalin.

Regimes totalitários na Europa: O Fascismo na Itália

Na Itália, o fascismo era o regime totalitário que reinava, sob o comando de Benito Mussolini. Teve início em 1919, com o Partido Nacional Fascista (PNF).

Folha de São Paulo

O contexto pós-guerra apontava para um lento crescimento econômico, que escancarava a miséria no país, pela fraca industrialização e também pelos prejuízos diretos resultantes de sua participação no conflito.

Nesse ínterim, partidos extremistas de esquerda e de direita começavam a ganhar força. O principal deles foi o PNF, que tinha como líder Benito Mussolini. Sua ascensão ao poder originou-se na Marcha sobre Roma, que pedia a queda do reinado de Vítor Emanuel III e, portanto, a transferência da liderança ao partido em questão.

Tinha início o fascismo italiano. Logo, conquistaram a maior parte das cadeiras do Congresso Nacional, controlando seus ideais autoritários e enfraquecendo o poder Legislativo. Ao mesmo tempo, os meios de comunicação eram proibidos de atuar, opositores eram perseguidos e o Estado passou a ter o controle da economia.

O enfraquecimento do regime veio com a crise de 1929 e, em seguida, com o início da Segunda Guerra Mundial, no fim da década de 1930. Vale mencionar que o fascismo foi precursor de outros movimentos, como o nazismo na Alemanha.

O Nazismo na Alemanha

O regime totalitário mais conhecido na Europa foi provocado por Adolf Hitler, líder austríaco que implantou o nazismo.

Sua figura é frequentemente encontrada em livros de História e reconhecida pela implantação do Terceiro Reich, movimento de extermínio de grupos minoritários que não pertenciam à “raça ariana” defendida pelo governo.

Entre os países citados nesse texto, a Alemanha era o que havia acumulado mais prejuízos após a Primeira Guerra, em cumprimento ao Tratado de Versalhes. A determinação obrigava o país, entre outras medidas, a devolver territórios e pagar indenizações.

Regimes totalitários na Europa: quais são, histórias e características
República

Essas razões impulsionaram o despertar de um nacionalismo exacerbado, aliado a um dever de conquista expansionista, militarização dos cidadãos da Alemanha, controle da máquina de comunicação e adoração ao líder.

Contudo, o nazismo é conhecido sobretudo pela promoção do extermínio contra judeus. Nesse sentido, estima-se que milhões deles, além de negros, deficientes, homossexuais e opositores, tenham sido assassinados em campos de extermínio.

O fim do regime totalitário na Europa culminou com o fim da Segunda Guerra Mundial e o suicídio de Hitler.

Regimes baseados no totalitarismo

O Salazarismo e o Franquismo são exemplos de regimes ditatoriais baseados no totalitarismo. Eles não são necessariamente totalitários pois possuem um viés religioso, católico mais especificamente.

O Salazarismo em Portugal

O líder do regime ditatorial português foi Antônio Salazar, que conseguiu alcançar o poder em 1933. Esse foi um dos modelos políticos mais longos da história, terminando apenas com a Revolução dos Cravos, em 1974.

Lauro Campos

O lema de sua campanha era Deus, Pátria e Família e seu governo era o Estado Novo. Uma de suas características principais era a ocorrência de eleições fraudulentas, nas quais a população “elegia” o presidente da República em teoria, enquanto na prática era Salazar que governava. Ele era o presidente do Conselho dos Ministros, isto é, chefe de Estado.

Entre suas principais características estavam a censura, o anticomunismo, o conservadorismo, a perseguição a opositores e o colonialismo, política que não abria mão do domínio das terras africanas.

Em contrapartida, em abril de 1974, parte do exército, insatisfeito com a ditadura portuguesa, organizou um golpe para derrubar o substituto de Salazar, Marcello Caetano, que havia ocupado o poder após a morte do antigo ditador. Os principais motivos seriam a crise econômica agravada pelas conquistas de independência das colônias portuguesas na África e na Ásia.

O Franquismo na Espanha

Por outro lado, na Espanha, o regime europeu levava o nome de Franquismo, em homenagem ao general Francisco Franco. Ele instaurou uma Guerra Civil no país, entre 1936 e 1939, e um regime nacionalista, repressor e antidemocrático.

Regimes totalitários na Europa: quais são, histórias e características
Revista Ópera

Tudo teve início após os prejuízos da crise de 1929, que causou sérios problemas econômicos ao país. Essa guerra civil opôs, de um lado, militares, fascistas e monarquistas (a favor da ditadura) e, do outro, socialistas e trabalhadores pertencentes a partidos republicanos.

Ao mesmo tempo, os líderes de outros regimes totalitários na Europa apoiaram a ascensão do franquismo, ao mandarem tropas a favor da militarização. Sendo assim, o franquismo se instaurou na Espanha entre 1939 e 1975, após a morte de Franco.

Ainda existem regimes totalitários atualmente?

Sim. A Coreia do Norte é o único exemplo atual de totalitarismo que ainda sobrevive mundialmente.

Todavia, são muitos os países que vivem aspectos ditatoriais ou que já viveram durante muito tempo um regime de opressão, como China e Venezuela (atualmente) e Brasil (1964-1985).

Regimes totalitários na Europa: quais são, histórias e características
G1 Globo

Gostou de saber mais sobre regimes totalitários na Europa? Então, confira também como ocorreu a ditadura militar no Brasil.

Fontes: Toda Matéria, Todo Estudo, História do Mundo, Politize, Brasil Escola, História do Mundo

Imagens: G1 Globo, Revista Ópera, Lauro Campos, Folha de São Paulo, República, Dom Total, História do Mundo, Superinteressante.

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