Durante o Brasil Colônia, o país passou por diversas mudanças até se estruturar como nação, dentre elas, a divisão das terras em Capitanias Hereditárias. O responsável por comandar as terras brasileiras, após o fracasso das capitanias, foi Tomé de Souza, político e militar português.
O político, por volta de 1547, foi nomeado como primeiro governador-geral do Brasil. Naquele tempo, Tomé de Souza era fidalgo da Casa Real e responsável por cuidar e gerenciar as terras recém-descobertas.
Tomé de Souza, nascido na Freguesia Portuguesa de Rates, em 1503, era filho de João de Souza e de Mércia Rodrigues de Faria. Durante as expedições militares portuguesas destinadas à Índia e África, o político e militar participou de forma ativa nas decisões da coroa.
Biografia de Tomé de Souza
Em síntese, Tomé de Souza foi uma importante figura política, tanto em Portugal quanto no Brasil. Além disso, em terras portuguesas, o político e militar exerceu funções no exército, onde trabalhou de forma constante nas expedições destinadas à Índia e ao continente africano.
Ao longo da vida, casou-se apenas uma vez, em 1538, com Dona Maria da Costa. Tomé de Souza foi mandado ao Brasil, após o fracasso das Capitanias Hereditárias.
Nesse sentido, a ideia inicial do governo português era transformar as terras colonizadas em um local de poder político centralizado, onde a economia pudesse se desenvolver. Assim, o governo decidiu nomear Tomé de Souza como primeiro governador-geral do Brasil.
Como principais atividades do governador estavam a coordenação da colônia, o fortalecimento das capitanias – que, de certa forma, ainda funcionavam em algumas regiões – e o impedimento de qualquer tipo de resistência por parte dos índios.
Dessa forma, o político e militar português chegou ao Brasil, para exercer o cargo de governador-geral, no dia 29 de março de 1549. Além disso, Tomé de Souza veio acompanhado por soldados e colonos, além de matéria-prima e alguns animais.
Ações do governador-geral
Ao chegar ao Brasil, Tomé de Souza iniciou os processos de centralização do poder na colônia, bem como o controle das capitanias que ainda estavam em funcionamento.
Além disso, em 1549, o governador foi responsável pela fundação da cidade de Salvador, onde o centro do governo estava concentrado. Por conta disso, a cidade foi escolhida como a primeira capital do país.
Após a centralização do pode, como esperado pelo governo de Portugal, a cidade de Salvador deu um salto no desenvolvimento econômico, impulsionado pela agricultura e pecuária.
Como forma de proteger as terras colonizadas, além de gerenciar o desenvolvimento econômico, Tomé de Souza ordenou que armas e munições fossem distribuídas aos colonos, para evitar possíveis ataques de piratas.
Além disso, o governador-geral também foi incumbido da missão de trazer ao Brasil os primeiros jesuítas, liderados por Manuel da Nóbrega. No mesmo período, foi criado no país o primeiro bispado.
Os jesuítas foram responsáveis pela evangelização dos índios, além da criação do primeiro colégio no Brasil, onde os padres jesuítas ensinavam aos índios, e também aos portugueses, conceitos e dogmas da moral cristã.
Governo de Tomé de Souza
Além da fundação da primeira capital do Brasil, em 1549, Tomé de Souza também criou o posto destinado ao dom Pero Fernandes Sardinha, neste caso, chamado de bispado, além de postos importantes na guarda real.
Ou seja, foram criados os cargos de capitão-mor, ouvidor-mor, alcaide-mor e provedor-mor, todos destinados à divisão do trabalho econômico, jurídico e militar da colônia portuguesa.
Além disso, o governador-geral também foi responsável pela criação das câmaras municipais, além de incentivar a produção de açúcar nas capitanias de São Vicente e Pernambuco, concedendo terras aos colonos.
Salvador, a primeira capital do Brasil, foi fundada originalmente com o nome de Salvador da Bahia de Todos os Santos. Dessa forma, na capital brasileira, foram construídos engenhos, construções gerais, além da sede econômica portuguesa.
Portanto, durante o governo de Tomé de Souza foram realizadas importantes construções, como a Casa da Câmara, o Colégio dos Jesuítas e a Igreja Matriz.
Por fim, o governador-geral permaneceu no cargo até 1553, após fundar Vila de Itanhaém e construir o forte de Bertioga.
Volta ao reino
Logo depois de cumprir o período como governador-geral no Brasil, Tomé de Souza voltou a Portugal. Ao mesmo tempo, foi nomeado como “vedor d’el-rei”. Na nova função, o político ficou responsável por fiscalizar os empreendimentos da Casa real.
Portanto, foram mais de vinte anos trabalhando no posto público, até a sua morte, em 1579. Por fim, Tomé de Souza faleceu em Lisboa, Portugal e seu corpo foi enterrado no mesmo local onde foi sepultado o corpo de sua mulher, no Mosteiro de Santo Antônio de Castanheira.
Você sabia?
Em Salvador, na Bahia, existe um monumento, localizado na praça Tomé de Souza, em homenagem ao fundador da cidade. O monumento se encontra no centro história da capital da Bahia.
Além disso, a sede da prefeitura de Salvador foi construída em homenagem ao governador-geral, denominado de Palácio Tomé de Souza.
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Fontes: Info Escola, Brasil Escola e Toda Matéria
Imagens: Veja Abril, Todo Estudo, Brasiliana Fotográfica, Estudo Prático, Guia Geográfico e Pinterest