Você sabe o que significa o termo antifascismo? Provavelmente, você já deve ter escutado o termo fascismo. Certo? Tudo começa por aí.
Pois bem, durante a história, várias foram as lideranças fascistas que usaram de violência e extremismos em seus governos. Mas, afinal, o que representa ser antifascista?
Para explicar o termo, vamos entrar um pouquinho na história. De forma geral, o antifascismo insere pautas necessárias para discussões políticas e sociais.
Logo está, em todos os sentidos, ligado com outros movimentos políticos, como os que ocorrem na extrema-direita. Geralmente, os discursos políticos ligados aos políticos da extrema-direita são regados por ódio e pela disseminação de atos violentos.
Dessa forma, os grupos antifascistas lutam para retardar o avanço de governos que possuem características fascistas.
Definição de antifascismo
Bem, como o próprio nome sugere, o antifascismo é o termo utilizado para representar ações de grupos organizados que lutam contra ações de outros grupos que possuem atitudes antifascistas. Dessa forma, se caracteriza como a luta contra as ações da extrema-direita e o avanço do fascismo.
O termo surgiu no período em que a Itália sofria com o fascismo de Mussolini, e a Alemanha era comandada pelo nazismo de Hitler. Porém, os atos fascistas não se resumiram apenas aos dois países, ao passo que, mais países europeus também começaram a desenvolver atitudes fascistas.
Nesse sentido, os grupos antifascistas promoviam a revolução social por meio do combate aos fascistas e aos avanços de ideais da extrema-direita. Ou seja, o antifascismo lutava, desde o início, contra a disseminação do fascismo, mas, também contra qualquer política extrema que promova desigualdade política e social.
Dessa forma, os antifascistas agem apoiados por outros movimentos políticos, como os comunistas, anarquistas e socialistas. Juntos, os movimentos utilizam da ação direta como forma de mudança social e política. Ou seja, a ação direta representa a organização desses grupos sem a mediação de partidos políticos. Com isso, elaboram estratégias de melhorias sobre determinado tema que esteja em questão.
Origem do antifascismo
Bem, como vimos, o antifascismo teve início no contexto entre guerras, que assolava a Itália, com o fascismo; e a Alemanha, com o nazismo. Para alguns historiadores, como Mark Bray, o movimento ganhou ainda mais força no final do século XIX, por conta do caos provocado pelo antissemitismo – ou seja, aversão ao povo judeu.
Isso porque, com o julgamento do capitão Alfred Dreyfus, a sociedade francesa ficou dividida entre as pessoas ligadas ao conservadorismo de direita – os antissemitas – e os esquerdistas.
O julgamento de Alfred levava em consideração os segredos militares que o capitão havia entregado aos alemães. Assim, enquanto os antissemitas defendiam o julgamento, os esquerdistas acreditavam na inocência de Alfred.
Ao longo da história, o antifascismo teve sua maior força na Itália e na Alemanha, quando o fascismo tomou conta dos países. Isso porque italianos e alemães ainda sofriam com as consequências da Primeira Guerra Mundial.
Com isso, o ressentimento do pós-guerra aflorou o desejo de crescimento econômico, além da expansão territorial. Assim, atitudes fascistas começaram a surgir para atingir os objetivos.
Nesse sentido, regados pela força da reconquista de território, vários grupos começaram a surgir. A exemplo, temos os conservadores, os antissemitas, os ultranacionalistas e os militaristas. Juntos, uniam forças para conquistar seguidores e crescerem com os planos de governo.
Na Itália, por exemplo, formou-se o Fascio di Combattimento, grupo com origem no Partido Nacional Fascista. Já, na Alemanha, surgiu o Partido Nacional-Socialista dos Trabalhadores Alemães.
Com isso, o surgimento de grupos que lutavam contra o fascismo se deu como forma de defesa da violência extrema que era praticada. Ou seja, socialistas, social-democratas, judeus e comunistas, por exemplo, tiveram que se unir em movimentos que impedissem o avanço do fascismo e da extrema-direita.
Movimentos antifascistas
Os fascistas na Itália eram conhecidos como squadristi. Já, na Alemanha, os milicianos fascistas eram conhecidos sturmabteilung ou SA.
Os italianos reagiram às ações fascistas, pela primeira vez, em 1921. A reação ficou conhecida como Arditi del Popolo e reuniu cerca de 20 mil membros. O grupo, formado por socialistas, anarquistas, defensores da república e comunistas, era liderado pelo anarquista Argo Secondari.
O grupo Arditi del Popolo tentou organizar ações que impedissem os atos fascistas daquela época, porém, não obtiveram resultado. Em 1922, Benedito Mussolini foi nomeado como primeiro-ministro. Como líder do fascismo na Itália, Mussolini ordenou que todos que fossem contrários ao seu poder fossem perseguidos, principalmente, os antifascistas.
Já na Alemanha, a princípio, os grupos antifascistas estavam ligados aos partidos políticos, além de serem mais perseverantes. A extrema-direita no país perseguia os grupos de anarquistas, comunistas, judeus e socialistas.
A luta antifascista, dessa forma, era marcada pela resistência ao avanço das ações antifascistas. Entretanto, os movimentos não obtiveram a força necessária, já que havia desentendimento entre os próprios grupos de esquerda.
A partir de 1929, quando o nazismo já tomava proporções exacerbadas, os grupos de esquerda começaram a se organizar. A partir disso, marchas antifascistas se reuniam para atacar grupos de milicianos alemães.
Além disso, criaram a Aliança dos Combatentes da Frente Vermelha, em 1931, conhecida como RFB. Ainda em 1931, os sociais-democratas fundaram a Frente de Aço, uma ação antifascista.
A luta
Além da Itália e da Alemanha, outros países também ficaram marcados pelas lutas antifascistas. É o caso da Espanha e da Inglaterra. Na Espanha, por exemplo, o antifascismo lutava contra as ações de Francisco Franco, impulsionado pela Guerra Civil Espanhola. Franco, ligado aos fascistas, liderou o confronto entre os republicanos, formados pelos grupos dos anarquistas, socialistas e comunistas.
Inclusive, Francisco Franco, em suas ações fascistas, recebeu apoio de Mussolini e de Hitler. Ambos ajudaram o líder fascista espanhol com tropas (vindas da Itália) e com armas (mandadas pelos alemães). Dessa forma, os grupos antifascistas não conseguiram impedir que a guerra fosse vencida por Franco.
Apesar da vitória do então líder espanhol, a resistência antifascista se manteve firme em algumas partes do país. Com isso, popularizaram expressões, como “Não passarão!” (No pasarón!).
Já na Inglaterra, com o avanço da União Britânica de Fascistas, os antifascistas começaram a se organizar, liderados por Oswald Mosley. A formação principal do grupo era composta pela maioria de judeus, além de membros que faziam parte dos grupos de esquerda.
No Reino Unido, o antifascismo conseguiu, por meio de ações antifascistas, barrar o avanço da União Britânica de Fascistas. Além disso, tiveram grande influência no pós-Segunda Guerra Mundial.
Antifascismo na modernidade
O chamado antifascismo moderno teve origem após o fim da Segunda Guerra Mundial. Dessa forma, para alguns historiadores, o antifascismo na modernidade pode ser dividido em dois momentos. Ou seja, o primeiro momento compreende o ano de 1945 a 2003. Já o segundo momento é referente aos acontecimentos de 2003 em diante.
De forma geral, o antifascismo praticado hoje é menos intenso do que o que se via no período entre guerras, por exemplo. Além disso, os antifascistas atuais se organizam sem a influência de partidos políticos e as ações vão além da luta contra o fascismo. Ou seja, os antifascistas também lutam pela causa de outros movimentos, como o antirracismo, o feminismo, o anticapitalismo e a luta contra a homofobia.
A partir de 2003, é possível notar que a luta antifascista existe, porém, não consegue se fortalecer. Isso porque as estratégias de luta, se comparadas às do passado, são totalmente diferentes.
Além do mais, as estratégias de luta atuais ainda carregam o racismo, a homofobia e o antissemitismo em alguns discursos. Ou seja, as lutas, para se fortalecerem, precisam ampliar a visão e o entendimento sobre diversas questões.
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Fontes: Mundo Educação, Guia do Estudante, O Libertário e A Gazeta
Imagens: Esquerda Online, Descomplica, Jacobin, Aventuras na História e On Jornal