Regionalismo é entendido como particularidades de uma determinada região que dissemina uma mesma cultura, seja através da linguística, da política ou da literatura.
Nesse sentido, o Brasil é hoje um país marcado por diversos regionalismos, que ajudaram a compor a pluralidade de culturas da nação.
Portanto, essa pluralidade é notada no dialeto, nas manifestações ideológicas e nos livros de romance.
Regionalismo linguístico
Europeus, africanos e índios. Ou seja, esse foi o choque de culturas que os livros de história relatam, após a chegada dos navios negreiros no Brasil.
Contudo, essa mistura deu início a uma miscigenação do povo brasileiro, que resultou em diversos regionalismos distintos.
Neste viés, a maior forma de expressão do regionalismo é através do dialeto. Por exemplo, a região Sul do Brasil foi mais colonizada pelos europeus. Desta forma, é notável que, tanto os costumes, quanto a fala, sejam semelhantes aos dos colonizadores.
Sendo assim, dentre os dialetos do português, os mais comuns são:
- Caipira;
- Costa Norte;
- Baiano;
- Fluminense;
- Gaúcho;
- Mineiro;
- Nordestino;
- Nortista;
- Paulistano;
- Sertanejo;
- Sulista;
- Carioca;
- Brasiliense;
- Serra Amazônica;
- Recifense.
Nesse sentido, o dialeto traz uma gama de opções de expressões para um mesmo sentido, sendo manifestadas nas palavras.
Por exemplo, a planta de nome científico Manihot esculenta é chamada de aipim ou macaxeira na região Norte e no Nordeste, por influências indígenas. Por outro lado, na maior parte do país, a planta é chamada de mandioca.
Dessa mesma forma, ocorre com outras palavras, onde as variáveis linguísticas são as principais características de identificação em cada estado.
Regionalismo na literatura
Em síntese, a literatura brasileira do século XIX foi marcada pela retomada do Romantismo. Neste contexto, diversos escritores introduziram as particularidades regionais em suas obras.
Como resultado, os escritores utilizavam a literatura para expressar o meio em que viviam e momentos históricos de uma determinada região. Assim, foi através da literatura regionalista que o sertão encontrou uma forma de mostrar sua cultura e jeito de viver.
Características do romance regionalista ou sertanista
Em síntese, o romance regionalista tem como principal característica apresentar a autêntica literatura brasileira que resiste até os dias de hoje, livre de influências europeias.
Neste viés, o regionalismo apresenta diversas especificidades de uma determinada região, incluindo clima, costumes e língua. Assim, ele traz uma tomada de consciência dos valores da cultura brasileira, seus grupos sociais em suas diferentes regiões.
Enfim, o romance mais sertanejo vem do sertão do Nordeste, com enredos marcados por aventuras e peripécias, além de amores e paixões, como a literatura romântica manda.
Principais autores e obras
Os principais autores desta vertente são Bernardo Guimarães, Taunay, José de Alencar e Franklin Távola. Suas respectivas obras são: A Escrava Isaura, Inocência, O Sertanejo e O Cabeleira.
Estas obras, citadas acima, retratam, em sua maioria, histórias que envolvem aspectos do sertão brasileiro, como o cangaço, a escravidão, casamento ”arranjado”, religião, costumes, sentimentalismo, amor à terra e à natureza.
Contudo, ainda no século XIX, a obras eram apresentadas em capítulos semanais, através de folhetins em jornais.
Regionalismo e política
O regionalismo político é manifestado através de uma ideologia regional, disseminada em uma determinada região. Dessa forma, o regionalismo político é caracterizado por pautas de interesses em comum, que gerem benefícios para todos em um espaço geográfico delimitado.
Certamente, a luta de classes é um exemplo de regionalismo político, pois ela representa as manifestações ideológicas de um grupo. Geralmente, possuem um líder que representa o grupo.
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Fontes: Café Com Sociologia, Infoescola, Toda Matéria e Educação Uol.
Imagens: Revista Cult, The Fools, Docplayer, Amantes da Literatura, Periscópio Cidadão, LavraPalavra, Brasiliana Fotográfica e IELA.