Durante o Brasil Colônia, e até o fim do período imperial, a escravidão ainda era praticada no país. Com a assinatura da Lei Áurea, em 1888, os negros escravizados foram libertos do período de escravidão. Mas, antes mesmo que a lei fosse aprovada, ocorriam rebeliões e fugas dos negros. Como forma de abrigo, os negros construíam quilombos, sendo o Quilombo dos Palmares o mais famoso deles.
De forma geral, os quilombos eram habitações montadas pelos negros que fugiam dos engenhos. Espalhados por várias partes do Brasil, os quilombos serviam de abrigo e fuga daqueles que eram mantidos como escravos. O quilombo localizado na Serra da Barriga, no estado de Alagoas, era o maior de todos. Além disso, ficou conhecido como Palmares por conta das palmeiras que havia na região.
O Quilombo dos Palmares era tão grande que chegou a reunir cera de 20 mil habitantes. Por conta disso, era considerado o maior quilombo da América Latina. Dessa forma, pela relevância que possuía na época, o quilombo – liderado por Zumbi dos Palmares – era alvo de constantes ataques. No mais violento deles, as construções quilombolas foram completamente destruídas, em 1694. Além disso, Zumbi foi morto – um ano após a destruição do quilombo – em uma emboscada.
Surgimento do Quilombo dos Palmares
A região onde o Quilombo dos Palmares foi construído era repleta de palmeiras, daí a origem do nome. O surgimento do maior quilombo da América Latina data do final do século XVI. Além disso, foi construído na capitania de Pernambuco, onde hoje se localiza o estado de Alagoas. A região era conhecida como Serra da Barriga, próxima à zona da mata de Alagoas.
Palmares foi um dos primeiros quilombos construído pelos negros escravizados e teve cerca de 20 mil habitantes. Grande parte deles eram fugitivos que buscavam um lugar seguro para se abrigar. A solução foi construir habitações onde pudessem ficar, mesmo com todos os perigos, juntos. Deste modo, os primeiros registros do quilombo são de 1597. Porém, algumas teorias sustentam que a existência de Palmares é mais antiga que isso.
O quilombo, com o passar do tempo, foi crescendo e se tornando o lugar mais procurado pelos negros que fugiam das fazendas de engenho. Com isso, Palmares se tornou famoso e servia de inspiração para que outros quilombos fossem construídos. Além disso, era a forma que os negros encontraram de resistir ao período da escravidão no Brasil.
A vida no quilombo
A estrutura de funcionamento do quilombo era formada por mocambos. Ou seja, mocambos eram pequenos assentamentos, como se fossem regiões, construídos pelos negros. Na época, construíram os assentamentos na capitania de Pernambuco, região onde hoje se localizado os estado de Alagoas.
Além disso, a construção do quilombo foi pensada de forma estratégica. Isso porque, como a população era composta por negros que fugiram, a região era constantemente vigiada pelos portugueses. Assim, para evitar possíveis ataques, os mocambos foram erguidos na região de serra, local com matas densas e passagens bloqueadas.
Nesse sentido, os mocambos formavam uma espécie de confederação quilombola. Dentre os mais conhecidos estava o Aqualtune, Andalaquituche, Subupira e Cerca Real do Macaco – chamado apenas de mocambo do Macaco, o mais importante de Palmares. Isso porque, o mocambo do Macaco era o centro político do quilombo, além do maior de todos, com 6 mil habitantes.
Sobrevivência em Palmares
A junção de todos os mocambos era chamada de Angola Janga (pequena Angola) pela população de Palmares. Além disso, apenas os moradores do quilombo sabiam a localização exata da entrada. Inclusive, a capital de Palmares, o mocambo do Macaco, era constantemente vigiada pelos habitantes, a fim de proteger o quilombo de invasões.
A população do Quilombo dos Palmares sobrevivia, principalmente, por meio da agricultura. Assim, produziam mandioca, feijão, milho, batata e melaço. A mandioca, por exemplo, era utilizada na produção de farinha. Já o melaço era produzido do cultivo de cana-de-açúcar. Além disso, era comum que os quilombolas coletassem frutas de árvores da região, como o palmito.
Líderes do Quilombo dos Palmares
De acordo com registros históricos, o Quilombo dos Palmares teve dois grandes líderes, Ganga Zumba e Zumbi dos Palmares. Acredita-se que Ganga tenha liderado o quilombo entre 1645 a 1678, até sua morte. As causas da morte de Ganga não foram descobertas, mas a população do quilombo desconfiava de envenenamento.
Em seguida, em 1678, Zumbi dos Palmares foi nomeado como o novo líder do quilombo. Além disso, foi considerado como uma das figuras mais importantes na luta contra a escravidão. Sendo assim, Zumbi permaneceu como líder até 1695, quando foi morto por portugueses em uma emboscada.
O fim do Quilombo
Durante a invasão dos holandeses no Nordeste, entre 1630 e 1654, a atenção dos escravocratas e portugueses estava, principalmente, em combater os invasores. Sendo assim, o período foi aproveitado pelos negros escravizados para que fugissem e procurassem abrigo. Um dos lugares mais procurados era Palmares.
Dessa forma, o quilombo crescia cada vez mais e os colonizadores queriam acabar com a prosperidade de Palmares. Após a expulsão dos holandeses, os senhores de engenho perceberam que o quilombo seria o local perfeito para adquirir mão de obra. Assim, começaram a organizar expedições para destruir Palmares.
Ao todo, foram formadas dezoito campanhas até que o quilombo fosse totalmente destruído. Um dos responsáveis pela destruição de Palmares foi o bandeirante Domingos Jorge Velho, contratado da corte portuguesa. Além disso, Domingos havia participado do extermínio contra os indígenas no início do Brasil Colônia.
Mesmo com as tropas armadas para atacar Palmares, os homens liderados por Domingos tiveram dificuldade em vencer o quilombo. A destruição total só veio, em 1694. Após um ano, no dia 20 de novembro de 1695, Zumbi dos Palmares foi morto pelos portugueses. Por fim, em memória a Zumbi dos Palmares, o Dia da Consciência Negra é comemorado na mesma data da morte do principal líder quilombola.
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Fontes: Brasil Escola, Toda Matéria, Info Escola e Mundo Educação
Imagens: Super Abril, Aventuras na História, Xapuri, Aventuras na História, Repórter Capixada e Tok de História