Durante os períodos que se estenderam na Grécia Antiga e no Império Romano, um grupo de sábios ficaram conhecidos por cobrar taxas em troca de ensinamentos. Esses sábios foram chamados de sofistas e ensinavam, principalmente, a arete. O termo corresponde a “excelência” ou “virtude” nas mais diversas áreas do conhecimento, como música, atleticismo, política e matemática.
Por conta da cobrança pelo ensino, os sofistas sofreram críticas de vários filósofos, dentre eles Aristóteles e Platão. Entretanto, havia uma contradição em relação à crítica e ao significado do termo sofista. Isso porque, o nome vem do grego “sophistēs“, em que “sophia” significa sabedoria e “sophos” representa sábio. O termo foi, primeiramente, utilizado por Homero em descrições sobre habilidade de alguma pessoa.
Os sofistas, dessa maneira, não eram considerados filósofos. Porém, foi o primeiro grupo de sábios que questionou a forma como o conhecimento era adquirido, ou seja, por meio dos deuses. Para os o profissional sofista, assim como ocorria com as atividades físicas, a sabedoria só poderia ser adquirida por meio da retórica e da oratória, além da constante prática.
Característica dos sofistas
O profissional sofista não era considerado um filósofo tradicional. Isso porque, cobravam uma taxa para que seus ensinamentos fossem transmitidos. Entretanto, sua importância para a filosofia se deu por conta dos questionamentos que faziam em relação à sabedoria vinda dos deuses.
Ou seja, os sofistas defendiam que era por meio da retórica e da oratória que um indivíduo se tornava sábio e virtuoso. Dessa forma, quando iam ensinar, o profissional sofista projetava os estudos na prática e nas estratégias de argumentação. Assim, independente da situação, os estudantes saberiam se sobressair em qualquer atividade atingindo o ápice da excelência.
A prática de cobrar pelo ensino era duramente criticada por filósofos como Aristóteles e Platão. Os filósofos diziam que o profissional sufista utilizava da argumentação, porém nem sempre era constatada a veracidade dos fatos. Eram conceitos baseados na verossimilhança, em que a verdade dos argumentos não era a maior preocupação. O que valia, era saber argumentar bem, mesmo que a fundamentação não fosse algo sólido.
A propósito, para platão, os sofistas rejeitavam a verdade e relativizavam a realidade. Neste sentido, os sofistas, para Platão, resumiam o universo a seus aspectos fenomenais.
Principais sofistas
Dentre os principais sofistas de que se tem registro estão Protágoras, Górgias, Pródico, Hípias, Trasímaco, Antifonte e Crátilo. Pela história, Protágoras teria sido o primeiro a utilizar a profissão de sofista, iniciando com a afirmação de que o homem seria a medida de todas as coisas que são, enquanto são, das coisas que não são, enquanto não são.
Essa afirmação mexia com os filósofos pré-socráticos, e posteriores a sócrates como Platão e Aristóteles, pois criticavam qualquer forma de relativismo. Dessa forma, os pensamentos de Protágoras não tiveram um contexto no qual puderam ser inseridas.
Ou seja, eram ideias criticadas, mas que sobreviveram por meio de interpretações diferentes. vale lembrar que esta máxima de Protágoras leva ao pensamento coletivo. Assim, no fundo a máxima de protágoras leva a concluir que um indíviduo sozinho não pode chegar a nenhuma conclusão completa sobre algo. No entanto, chega a medida das coisas por meio da união de pensamentos de um grupo de estudiosos.
Além de Protágoras, outros profissionais também ficaram conhecidos como sofistas, como o Hípias. O sofista ficou marcado pela capacidade em argumentar sobre diversos temas, incluindo astronomia, matemática, pintura e poesia. A capacidade de argumentar sobre vários assuntos era atribuída à boa memória.
Trasímaco foi outro profissional sofista, porém, pouco se sabe sobre sua vida e seus escritos. De acordo com registros históricos, o sofista ficou conhecido pelas opiniões sobre política. Trasímaco defendia que a justiça era uma questão atribuída aos homens mais fortes, sendo assim, uma vantagem.
Por fim, Górgias ficou conhecido por trabalhar com Protágoras. Entretanto, Sócrates não o classifica como sofista, justamente por acreditar que a virtude não era algo que poderia ser ensinado. Porém, o profissional sofista é reconhecidamente um dos maiores oradores do período grego.
Importância para filosofia
O que se tem hoje dos sofistas não chega a muito. Entretanto, o grupo de pensadores colocou em questão uma filosofia que era pautada no conhecimento divino, dos deuses. Os sofistas, dessa forma, argumentavam que a sabedoria podia ser alcançada por meio da oratória e da retórica e que, para atingir o ápice, era necessário praticar.
Utilizavam a racionalidade para compreender processos tantos racionais, quanto irracionais. No entanto, o objetivo principais dos sofistas era a educação denominada paideia. que incluia a dialética e a transmissão de conhecimento enciclopédico, além da retórica e oratória..
Sócrates também se opôs aos sofistas, para ele, os sofistas utilizavam a refutação e questionamentos para somente ganhar o debate verbal. Por outro lado, sócrates defendia o questionamento, não para ganhar qualquer debate, mas para purificar a alma da ignorância.
Além disso, a questão da diferente entre leis naturais e leis artificiais foi proposta pelos sofistas. A filosofia, nesse sentido, também aprofundou o estudo da retórica iniciado com os profissionais sofistas. Por fim, os pensadores sofistas, apesar das várias críticas, foram considerados sábios e marcaram uma parte importante na história filosófica.
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Fontes: Brasil Escola, Info Escola e Toda Matéria
Imagens: Medium, Medium, Pensar bem Viver bem e Blog do Enem