Ter confiança, acreditar, crer em algo ou alguém. Essas são algumas definições atribuídas ao significado sobre o que é fé. Mas afinal, você sabe qual o sentido dessa palavra para as diferentes áreas do conhecimento, como religião, filosofia e a ciência?
O sentimento de crença que é designado à fé pode ter diferentes sentidos. Isso porque, até mesmo dentro das diversas religiões, pode estar ligado à conceitos que se divergem. Entretanto, para todos o significados a palavra se remete à confiança.
Assim, em grande parte das situações, ter fé é o sentimento de que algo ou alguma situação vai mudar para melhor. Nesse sentido, de acordo com o significado formal do termo, a palavra vem do Grego “pistia” que significa noção de acreditar. Além disso, também tem origem do Latim “fides” que representa a atitude de fidelidade.
Diferentes sentidos para a Fé
O sentido de fé pode conter divergências dependendo do lugar onde se fala. Ou seja, para a religião a fé está relacionada na crença absoluta dos princípios bíblicos.
Porém, até mesmo na religião, a palavra vem carregada de diversos significados. Entretanto, todos chegam ao mesmo fim que é o sentimento de confiança em algo, alguém ou alguma ideia.
Nesse sentido, a palavra traz inúmeras referências sobre quem é adepto à religião e ao comportamento dos cristãos. Dessa forma, o sentimento é acreditar em algo mesmo que não exista comprovação real de existência, ou seja, não requer provas materiais.
Portanto, a fé pode estar ligada tanto à razões ideológicas, quanto emocionais, religiosas, ou à qualquer outro motivo ou razão. Dentro da religião, como no Catolicismo, a fé está ligada à diretrizes da Igreja Católica, ou seja, os dogmas.
Entretanto, no Espiritismo, a palavra carrega conceitos racionais que se assemelham ao que é discutido na Ciência e na Filosofia. Na Idade Média, por exemplo, durante o período da ascensão do Catolicismo, estava presente a Filosofia Medieval.
Essa filosofia tentava explicar os conceitos religiosos e as crenças por meio da razão. Assim, surgiram várias vertentes filosóficas com esse fim, como a Filosofia Patrística e a Escolástica. Assim, eram filósofos que possuíam o objetivo de compreender a fé por meio do raciocínio científico.
Crença e razão na filosofia
A fé seria, então, algo que se constrói por meio da crença em algo, alguém ou alguma coisa. Assim, as experiências relacionadas à esse sentimento são únicas e não podem ser comparadas. Nesse sentido, quanto mais se acredita em algo, cria-se um campo energético capaz de tornar real aquilo que se deseja.
Entretanto, o embate sobre fé e razão é algo que remonta desde períodos muito antigos. Ou seja, são questões que eram debatidas entre os cristãos e os gregos e romanos da Idade Média. Porém, foi a partir desses embates que a Filosofia Medieval surgiu para tentar explicar o conceito por meio da razão.
Houve um momento em que os conceitos entre razão e fé se romperam. Isso porque, filósofos como Pitágoras, Heráclitos e Xenofánes não acreditavam em religião. Além disso, quando a Filosofia Medieval surge, os conflitos entre razão e fé se intensificam em alguns momentos.
Isso porque, não eram todos que aceitavam as explicações racionais sobre os dogmas da Igreja. Assim, os filósofos apostavam numa crença racional, se recusando ao conceito da fé cega.
Dessa forma, a Filosofia estabeleceu sobre o Cristianismo uma ciência, ou seja, a Teologia. Nesse sentido, seria a ciência que aborda Deus e muda os textos bíblicos para teorias. Entretanto, existem crenças que não podem ser explicadas por meio da razão. Assim, são credíveis por meio da fé, tornando-se enigmas inquestionáveis.
A ciência da fé
De acordo com a ciência as pessoas que creem em algo ou alguma coisa, ou seja, que tem fé, são mais felizes. Além disso, nos últimos anos, diversos estudos científicos foram desenvolvidos para analisar os benefícios das crenças relacionados à saúde humana.
Visto isso, médicos e terapeutas acreditam que as pessoas que confiam, que creem em algo ou alguém desenvolvem o chamado coping. Ou seja, é a capacidade dos seres humanos em superar obstáculos. Um exemplo prático seria o uso da fé espiritual para amenizar níveis de estresse em pacientes com doenças.
Dessa forma, de acordo com um estudo feito em 2009, pessoas que creem ou que frequentavam cultos religiosos tinham mais chances, cerca de 29%, de aumentar os anos de vida em relação aos que não frequentavam. Nesse sentido, comprovou-se que o sentimento da confiança não estava ligado à intervenção divina e sim, na questão do comportamento.
Outro estudo, realizado na Europa, demonstrou que pessoas espiritualizadas se dizem mais felizes e realizadas se comparadas à pessoas céticas. Ou seja, quem não acredita ou não tem confiança em algo é mais propenso à ver a vida de forma mais subjetiva, não acreditando que algo de bom possa mudar a perspectiva das situações.
Trabalhando a Fé
Em síntese, fé e religião são termos bem diferentes. Isso porque, a religião é a forma que Igrejas e outros meios utilizam para praticar a fé. Nesse sentido, estabelecem regras e conceitos que são denominados de dogmas. Por outro lado, a fé é algo característico de cada pessoa, sendo um sentimento desenvolvido de forma única.
Portanto, pode-se trabalhar o sentimento de crença de diversas formas. Assim, podem ou não estar ligado à cultos religiosos. Entretanto, é um sentimento que pode tornar as pessoas conectadas com seus semelhantes, com o Universo e com tantas outras questões.
O que achou da matéria? Interessante, não é? Se gostou, confira quais são as Religiões espalhadas pelo mundo e quais as características do Hinduísmo.
Fontes: Estudo Prático, Info Escola, Significados, Estilo Adoração e Super Abril
Bibliografia:
- SILVA, Débora. Fé e razão na filosofia. [20–]. Disponível em: https://www.estudopratico.com.br/fe-e-razao-na-filosofia/. Acesso em: 18 abr. 2020.
- CONEGERO, Daniel. O Que é Fé? O Que Significa a Fé Segundo a Bíblia? 2018. Disponível em: https://estiloadoracao.com/o-que-e-fe/. Acesso em: 18 abr. 2020.
- LISBOA, Sílvia. A ciência da fé. Superinteressante, São Paulo, fev. 2014. Mensal.
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