A Ucrânia é o segundo maior país da Europa, ficando apenas atrás da Rússia. Em 2016 sua população era estimada em mais de 40 milhões de habitantes em uma área de 603.628 km². O país faz fronteira com a Rússia, Polônia, Eslováquia, Hungria, Romênia, Moldávia e Belarus.
A Ucrânia fez parte da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS) e em 1920, teve seu território controlado pelos comunistas que usavam o fato de o solo ucraniano ser muito fértil. Com histórico de guerras e conflitos territoriais, o país só alcançou a sua independência na década de 1990.
É banhada pelo Mar Negro (em sua porção meridional) e pelo Mar de Azov. Sua população, entretanto, é dividida etnicamente. Ao sul e ao leste ucraniano o idioma mais falado é o russo, enquanto que ao centro a população fala ucraniano e se mostra a favor da União Europeia.
História da Ucrânia
Nos séculos V e VI, os povos eslavos chegaram ao território hoje conhecido como a Ucrânia. No século IX, entretanto, invasores vikings se juntaram aos eslavos e fundaram o reino de Rus, com capital em Kiev. Todavia, no século XIII o país sofreu com a invasão mongol.
No século XIV, o país passou a ser dominado pela Lituânia e, em 1569, o poder do território passou para as mãos dos poloneses, que ficaram por lá até 1648, quando os cossacos e os russos derrubaram o poder. Desde então, a Ucrânia passou a ser parte do Império Russo.
Assim, os russos conquistaram o sul da Ucrânia e a Crimeia e, ao final do século XIX o território estava indexado e conhecido como Província da Pequena Rússia. Após a Revolução Russa, a Ucrânia permaneceu entre conflitos e, após a criação da URSS, o país se tornou território soviético.
Os soviéticos tomaram as fazendas ucranianas e aproveitaram a fertilidade do solo. Contudo, milhares de pessoas viveram em situação extrema de fome. Na década de 1930, estima-se que entre 5 e milhões de ucranianos morreram.
Desenrolar dos conflitos na Ucrânia
Na Segunda Guerra Mundial a Alemanha invadiu a Ucrânia, sendo expulsa em 1944. Posteriormente, em 1954, a região da Crimeia foi devolvida aos ucranianos, após domínio russo. O país ainda passou por um grave acidente nuclear na usina de Chernobyl (1986), afetando cerca de 600 mil pessoas.
Em 1990, entretanto, o Parlamento da Ucrânia proclamou a soberania do país, confirmada depois por eleições populares, realizadas em 1991 – ano da independência e da fundação da Comunidade de Estados Independentes (CEI), com Rússia e Belarus.
Em maio de 2014, a Ucrânia elegeu Petro Poroshenko como presidente do país. No poder desde então, o presidente apoia ações militares contra os separatistas e é a favor da União Europeia.
Retrato de uma população
Com maioria formada por ucranianos, o país também é composto por russos, segundo maior grupo da população ucraniana. A composição populacional também contempla pequenos grupos de moldavos, tártaros e bielo-russos. Nesse sentido, o idioma mais falado é o ucraniano.
Todavia, metade da população da Ucrânia não segue religião alguma. Contudo, a parte da população que segue alguma religião é composta por cristãos ortodoxos. Existe ainda uma pequena parcela de judeus.
Economia ucraniana
A economia da Ucrânia se baseia na indústria e na mineração. Suas fábricas trabalham produzindo ferro, aço, locomotivas, tratores, produtos químicos e mais. Há também oferta de manganês, carvão, minério de ferro, sal, enxofre e outros minerais. O país também possui reservas de gás natural e também de petróleo.
Todavia, com a desagregação da União Soviética, a economia sofreu um forte declínio, uma vez que a Rússia, sua principal parceira comercial na importação de produtos agrícolas, também sofria economicamente. Assim, desde 1990 o país oferece incentivos para a entrada de capital estrangeiro.
Conflitos na região da Crimeia
A Crimeia sempre foi alvo de disputas ao longo da história da Ucrânia. Em 1954, o Partido Comunista da União Soviética entregou a região novamente à Ucrânia, como um presente do líder soviético à época, Nikita Khrushchev, que era ucraniano.
Em fevereiro de 2014, ativistas pró-Rússia invadiram prédios governamentais, tomando o controle. Soldados também tomaram bases militares na Península da Crimeia, dando total apoio aos separatistas. O presidente russo, Vladimir Putin, enviou tropas para a região sob a alegação de se tratar de uma parte inseparável da Rússia.
Em março de 2014, após um referendo, a Crimeia foi anexada novamente pela Rússia. Essa atitude, todavia, não foi legitimamente reconhecida nem pelo governo ucraniano e muito menos foi reconhecida pelos Estados Unidos e pela União Europeia.
Mesmo assim o território foi anexado à Rússia e os conflitos não foram de grande intensidade, uma vez que o governo ucraniano não possuía soldados e tropas em número suficiente para se opor à anexação e começar, de fato, uma rebelião.
Guerra civil na Ucrânia
Após a anexação da Crimeia pela Rússia, outras regiões e cidades da Ucrânia manifestaram-se a favor de uma separação do país. Então, em abril de 2014, ativistas pró-Rússia criaram áreas denominadas como repúblicas populares independentes, como o caso de Donetsk, Lugansk e Slaviansk, lugares em que a população se alinha às ideias de Putin.
Após perder a Crimeia, o governo ucraniano mobilizou suas tropas para a manutenção do território e, desde então, constantes conflitos entre separatistas pró-Rússia (com apoio militar dos russos) e tropas do exército acontecem em solo ucraniano.
Segundo relatório feito pela Organização das Nações Unidas (ONU), até março de 2015, a guerra civil na Ucrânia foi responsável pela morte de mais de 6 mil pessoas e por 15 mil feridos. Outra consequência deste conflito é o deslocamento interno de cerca de um milhão de pessoas que acabaram enfrentando problemas.
Todavia, desde então, Moscou e Kiev trocam acusações pesadas. De um lado os ucranianos acusam Putin de apoiar e armar os separatistas, enquanto Moscou nega as acusações e enfatiza que as punições impostas pelo governo ucraniano aos separatistas são crimes.
Em fevereiro de 2015, entretanto, os dois governos decidiram por um cessar-fogo. Isso se explica pela dependência da Ucrânia e da União Europeia pelo gás produzido na Rússia. Além disso, a UE ofereceu apoio financeiro à Ucrânia, como medida de se proteger dos ataques russos.
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Fontes: Britannica Escola, Brasil Escola, Educa Bras, Pátria Latina
Imagens: Bandeiras Nacionais, A Próxima Viagem, RIAC, Revista Opera, GEDES, El País