A luta ideológica entre capitalismo e comunismo, durante a Guerra Fria, resultou em disputas internas dentro de cada bloco formado. A maneira como o comunismo se moldou, sendo liderado por burocratas do bloco soviético, foi o principal motivo para o início da Revolução Húngara, em 1956.
Em síntese, a revolução foi uma manifestação popular, onde os trabalhadores lutaram contra a classe explorada fortemente influenciada pelos ideais de Stalin.
Naquela época, com o comunismo soviético sendo a principal forma de governo do Oriente, as propriedades privadas foram substituídas por propriedades estatais.
Assim, os trabalhadores eram submetidos à situações de exploração, em meio aos órgãos estatais onde, para alguns autores, a URSS era vista como uma Nação que possuía como ideologia o capitalismo soviético.
Logo, estudantes, soldados e operários iniciaram um levante para mudar a situação política naquele momento.
Revolução Húngara
Com o desenrolar da Guerra Fria, o Partido Comunista Soviético era a principal figura política no Oriente.
As condições de vida da população húngara não era das melhores e, além disso, o partido liderado por Ernö Gerö, demonstrava atitudes contrárias ao que realmente era almejado pelos húngaros. A insatisfação da população foi uma das causas para a Revolução Húngara.
Assim, os húngaros queriam que Imre Nagy – representante político que defendia a liberdade democrática e se distanciava do que era feito pela URSS – voltasse ao pode no país.
Dessa forma, a população do país começou a se organizar para que a situação política, onde burocratas do bloco soviético dominavam a situação, não se agravasse ainda mais.
Nesse sentido, a Revolução Húngara foi organizada entre estudantes, soldados e operários, que juntos reuniam um total de 200 mil pessoas. Uma das primeiras atividades dos manifestantes foi derrubar a estátua de Stalin, além de iniciar uma perseguição à AVH, órgão da polícia que era composto por agentes secretos.
Como forma de revidar aos ataques, a polícia secreta começou a atirar contra os manifestantes. Além disso, soldados que integravam a guarda do Partido Comunista foram chamados como reforço. Porém, todos os soldados se juntavam aos manifestantes.
O líder do Partido, Ernö Gerö, chegou a nomear Nagy como forma de apaziguar os ânimos, mas a atitude não surtiu efeito entre os manifestantes.
As tropas soviéticas foram chamadas para conter a Revolução Húngara. Logo, o partido passou a ser comandado por Janos Kadar, que havia acabado de sair de uma condenação por crimes políticos.
O desenrolar do levante
Apesar das mudanças feitas pelo líder do Partido Comunista, Ernö Gerö, para tentar amenizar os conflitos, os manifestantes não ficaram satisfeitos. Nesse sentido, mais que uma luta política por direitos, a Revolução Húngara se transformou em uma luta social e econômica.
Dessa forma, entre 1950 e 1960, várias atividades revolucionárias foram promovidas pelos húngaros. A saber, diversas fábricas foram ocupadas e os manifestantes criaram comitês e conselhos por toda a capital da Hungria, Budapeste.
Além disso, os manifestantes mobilizaram populações de outras cidades húngaras, além de Budapeste, já esperando a reação dos soviéticos. Com isso, durante o levante foram organizados períodos de greves e soldados, estudantes e operários buscaram formas de armar, com o intuito de se proteger contra os ataques.
Consequências
Como a Revolução Húngara tomou proporções extremas, principalmente por conta da perseguição feita aos agentes secretos do Estado, os líderes do país tentaram, em Moscou, chegar à um acordo. Uma das medidas foi a retirada das tropas soviéticas de Budapeste e de outras cidades da Hungria.
Além disso, os húngaros queriam a intervenção de países do Ocidente, além de uma atitude tomada pela Organização das Nações Unidas (ONU). Entretanto, ambos os pedidos foram rejeitados pelos governantes de Moscou.
Assim, sem um acordo oficialmente estabelecido, os burocratas soviéticos temiam que a Revolução Húngara chegasse aos demais países ligados à URSS. Caso isso ocorresse, o Pacto de Varsóvia – aliança entre os países europeus – seria fortemente ameaçado.
Por conta da ameaça causada pelos manifestantes, no dia 4 de novembro de 1956, o Exército Vermelho entrou em Budapeste e começou a atacar todos que faziam parte da Revolução Húngara. Como consequência, mais de 20 mil húngaros foram mortos e, do lado soviético, apenas 700 soldados perderam a vida.
O ataque do Exército Vermelho colocou fim à Revolução Húngara. Ao fim, toda a movimentação de soldados, estudantes e operários foi a maneira encontrada por aqueles que estavam sendo oprimidos de lutar contra a opressão, principalmente contra os burocratas soviéticos.
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Fontes: História do Mundo, Brasil Escola e Aventuras na História
Imagens: Lavra Palavra, Live Journal, História, Arquiteturas da Insurreição e Pinterest