Antes de mais nada, Mianmar é um país localizado no sudeste do continente asiático. O país faz fronteira com Bangladesh, Índia, China e Tailândia e tem um total de 53.985.000 habitantes (censo de 2018), distribuídos em uma área de 676.533 km².
Todavia, a história da antiga Birmânia tem origem no século XIX, quando o Império Britânico incorporou o território atual conhecido como Mianmar, à sua colônia da Índia. Posteriormente, em 1937, o país tornou-se uma colônia à parte e passou por invasões até conseguir a independência, em 1948.
Sua geografia, entretanto, favorece a agricultura. Os vales férteis de Mianmar produzem diferentes produtos, dos quais se destacam o arroz e a papoula. Nesse sentido, a atividade industrial se baseia em minérios, pedras preciosas, além das reservas de petróleo e gás natural.
Após 50 anos de regime militar, Mianmar experimentava a democracia desde 2011. Recentemente, os militares deram um golpe e voltaram ao poder. Suas primeiras ações envolveram a prisão de políticos, a suspensão da internet e de voos ao país.
História de Mianmar
Há cerca de 2 mil anos, um grupo conhecido como Pyu formou cidades no norte de Mianmar, enquanto o sul era ocupado por um povo conhecido como Mon. No século IX, entretanto, os birmaneses formaram um reino poderoso com sede em Pagan, no centro do país.
Posteriormente, no século XI, o líder birmanês Anawrahta juntou grande parte do território atual de Mianmar. Seu reino ficou conhecido por ser centro da cultura budista e foi desfeito no século XIII, com uma invasão dos mongóis.
O século XVIII ficou marcado pela unificação de Mianmar, promovida pelo rei Alaungpaya. Posteriormente, no século XIX, o país disputaria três guerras com os britânicos, conhecidas como Guerras Anglo-Birmanesas.
Como resultado disso, a Grã-Bretanha acabou conquistando a região em 1886, batizando-a de Birmânia. A independência do país veio anos mais tarde, em 1948. Em 1962, a Birmânia passaria por um governo militar, que instalou um regime ditatorial, restringindo a liberdade de sua população.
Todavia, em 1989, o governo mudou o nome do país, que passou a se chamar Mianmar. O início do século XXI foi marcado por combates entre militares e civis, que lutavam ansiosos por democracia, alcançada em 2011, após a destituição dos militares.
Nesse sentido, o governo civil foi eleito de forma democrática, instalando uma nova fase na história política de Mianmar. Contudo, em 2017, forças militares começaram ataques ao povo Rohingya. Em 2018, mais de 700.000 rohingyas fugiram de Mianmar para evitar a violência, o que resultou em interferência da Organização das Nações Unidas.
Recentemente, os militares deram um novo golpe e voltaram ao poder. Suas primeiras ações envolveram a prisão de políticos, a suspensão da internet e de voos ao país.
Mianmar e seus aspectos geográficos
Mianmar está localizado no sudeste da Ásia e tem uma população de 53 milhões de habitantes (estimativa de 2018). Desde 2006, sua capital é a cidade de Nay Pyi Taw, construída do zero pelos militares que governavam na época.
Em uma área de 676.533 km², Mianmar faz fronteira com Bangladesh, Índia, China, Laos e Tailândia. O Oceano Índico está a oeste e grande parte do país é formada por montanhas. Todavia, a parte sul de Mianmar é uma faixa de terra estreita que abriga a península Malaia.
O clima de Mianmar é o tropical, o que faz o país ter chuvas fortes no verão. Sua fauna se caracteriza por várias florestas, que cobrem todo o território. Todavia, a fauna de Mianmar tem aves, cobras e macacos, que se encontram nas florestas.
Outras regiões abrigam ursos e crocodilos, encontrados nas montanhas e nos deltas de rios, respectivamente. Os tigres e elefantes de Mianmar, entretanto, são duas espécies que encontram-se em perigo de extinção.
Economia e população
Considerado um dos países mais pobres do sudeste asiático, a principal atividade econômica do país é a agricultura. Arroz, cana-de-açúcar, feijão, amendoim, milho e algodão são alguns dos produtos cultivados pelo país.
Todavia, o país também é responsável por concentrar atividades de exploração em criações de gado bovino, porcos e até búfalos. A população ainda aproveita a pesca em seus principais rios, Irrawaddy e Sittang.
Contudo, sua população é composta de birmaneses, em sua maioria. Mianmar é também composto por povos como os chans e carenes, além de indianos e chineses que vivem por lá. O idioma oficial é o birmanês e alguns grupos tem sua própria língua.
A religião principal é o budismo, e o Mianmar é conhecido como centro budista no sudeste asiático. Há também praticantes do islamismo, conhecidos como rohingya. No total, cerca de 70% da população do Mianmar vive nas áreas rurais.
História política recente de Mianmar
Durante o tempo em que ficou sob domínio dos britânicos, Mianmar era um dos países mais ricos da região. Contudo, uma sucessão de intempéries políticas, como golpes e a atual ditadura militar, fizeram com que o país passasse por sanções internacionais.
Após um golpe militar, o general Saw Maung tomou o poder em 1988. Seu governo trouxe grande crise política e social, e o país reagiu de maneira truculenta, reprimindo manifestações e violando os direitos humanos.
O recente histórico de instabilidade política faz de Mianmar um dos países mais pobres de sua região. Após experimentar períodos de governos ditatoriais e civil, a história recente de Mianmar acumula mais um golpe dado pelos militares.
Novo golpe
Em 1º de fevereiro de 2021, os militares tiraram do poder os políticos eleitos pelo povo. Munido de poderes especiais, o exército prendeu líderes políticos, fechou o acesso à internet, além de suspender todos os voos que chegariam e partiriam do país.
Realizada em novembro de 2020, a última eleição democrática elegeu a Liga Nacional pela Democracia (NDL), com 83% dos cargos. Após o resultado, cabia ao novo Parlamento aprovar também um novo governo.
Insatisfeitos com o resultado, os militares se recusaram a aceitar a formação do governo. Todavia, alegavam que o processo de eleição tinha acontecido sob uma série de fraudes. Assim, liderados por Min Aung Hlaing e seus generais, os militares cercaram os prédios do Parlamento de Mianmar com soldados.
Estradas ao redor da capital foram bloqueadas com tropas, caminhões e veículos blindados. Helicópteros guardavam o espaço aéreo, fechado para voos internacionais e domésticos. Além disso, os sinais de internet e telefonia móvel foram derrubados em todo o país.
Contudo, membros do NDL e líderes civis de Mianmar, além de ministros, governadores, políticos da oposição, escritores e ativistas foram presos. O presidente U Win Myint não escapou dos militares, sendo também preso.
Sendo assim, desde o novo golpe, mais de 400 pessoas morreram em Mianmar, vítimas da truculência das forças militares. O episódio mais recente, aconteceu em 27 de março e causou a morte de 91 pessoas que participavam de uma manifestação contrária ao governo.
Você sabia?
Local ainda pouco explorado e com uma história recente bastante conturbada, os viajantes que passam por Mianmar devem reservar um hotel, de forma que qualquer outro tipo de hospedagem é proibido.
Nesse sentido, a medida, fruto de uma lei da época colonial, ainda se encontra vigente pelo fato de turistas ocidentais não seguirem os costumes dos birmaneses, que incluem dormir em direção ao leste e fazer refeições com uma colher em comum.
Todavia, por conta do trânsito caótico em Yangon (maior cidade do país), as motos são proibidas de circularem na cidade. Outra curiosidade diz respeito aos caixas eletrônicos, instalados recentemente, em 2012.
A culinária de Mianmar se destaca no prato nacional, conhecido como moshinga. É uma espécie de sopa de peixe, servida no café da manhã. Além disso, o cardápio birmanês tem saladas com tofu, macarrão, folhas de chá fermentadas, servidas com feijões fritos, gergelim e camarão seco.
Predominantemente budista, em Mianmar existem templos dedicados à religião com áreas destinadas somente a homens. Outra curiosidade é o fato de parques terem guarda-chuvas coloridos a disposição. O detalhe é: os casais que quiserem namorar (leia-se beijar em público), precisam fazer uso destes objetos.
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Fontes: Britannica Escola, Brasil Escola, BBC, Nômades Digitais
Imagens: Bandeiras Nacionais, Geografia – Ensinar e Aprender, Adventure Club, Notes on Traveling, Asia Times, G1, Viagens à Solta.