Carolina Josefa Leopoldina Francisca de Habsburgo-Lorena, conhecida como Maria Leopoldina de Áustria ou apenas Leopoldina, foi uma importante figura na história do Brasil. Casada com D. Pedro I – na época, príncipe de Portugal -, Leopoldina teve participação direta na assinatura da Independência do Brasil.
Apesar da importância nos assuntos políticos, Leopoldina era constantemente traída pelo marido. Sua figura, durante a história, foi diminuída, e D. Pedro teve grande influência nessa questão.
Leopoldina era arquiduquesa da Áustria, vinda de família nobre. Era filha do imperador Francisco I da Áustria e II da Alemanha, e de Maria Isabel de Bourbon Nápolis.
Ainda na infância, aos 8 anos de idade, a jovem perdeu a mãe. Logo, o imperador se casou com Maria Luísa da Áustria. Assim, Leopoldina foi criada pela madrasta e logo as duas viraram amigas. Inclusive, Maria Luísa foi responsável por educar Leopoldina e ensinar questões ligadas à arte, à música e aos estudos multiculturais.
Vida de Maria Leopoldina de Áustria
Em síntese, Maria Leopoldina de Áustria nasceu no dia 22 de janeiro de 1797.
Com apenas 19 anos de idade, Leopoldina foi prometida como esposa para o filho de Dom João VI e de Carlota Joaquina de Bourbon, o príncipe Pedro. Mais tarde, Pedro I se tornaria imperador do Brasil.
Em síntese, o casamento ocorreu após várias negociações. Entretanto, no dia do casório, Pedro I não estava presente. Assim, Leopoldina e o marido só se encontraram pessoalmente após cinco meses da união.
Como Pedro I não estava presente no dia do casamento, celebrado em Viena, no dia 13 de maio de 1817, o tio de Leopoldina representou o rapaz na ocasião. Enquanto isso, Leopoldina só desembarcou no Brasil – local onde Pedro I estava -, no dia 5 de novembro de 1817. De acordo com relatos da época, ao ver Leopoldina, Pedro I não se interessou pela esposa.
Sendo assim, para agradar o marido, Leopoldina fazia de tudo, principalmente usar o dom musical, já que sabia dos gostos de Pedro I. Além disso, Leopoldina acompanhava o marido nos passeios a cavalo, além de participar dos saraus musicais que ocorriam no Paço de São Cristóvão.
A união instável
Após o casamento com o príncipe de Portugal, Leopoldina percebeu que seu marido possuía características agressivas e, além disso, era infiel. Entretanto, apesar do temperamento estranho de Pedro I, o casal viveu feliz nos três primeiros anos de casados.
Contudo, mesmo nesta época, o marido de Leopoldina saía à noite diversas vezes, e colocava guardas para vigiarem o quarto da esposa. Assim, na visão de D. Pedro I, Leopoldina não descobriria as escapadas noturnas.
Além disso, Leopoldina se queijava constantemente que D. Pedro I não lhe dava atenção. Apesar do imperador colocar guardas para vigiarem o quarto da esposa, Leopoldina sabia da vida dupla que o marido levava.
Entretanto, o casal teve 7 filhos. A princípio, em 1819, nasceu Maria da Glória, que mais tarde se tornaria rainha de Portugal, ou Dona Maria II.
Mas, mesmo com D. Pedro ausente em sua vida pessoal, a imperatriz lhe era fiel e encontrava refúgio nas questões políticas. Por conta disso, se tornou uma das figuras mais relevantes na época.
Inclusive, D. Pedro I deixava Leopoldina encarregada da regência do país quando tinha que viajar a trabalho. Assim, Leopoldina controlava as ações políticas com maestria.
Um marco importante que teve participação direta da imperatriz foi a assinatura da Independência, em 1822. Na ocasião, Leopoldina estava como regente do país, na cidade do Rio de Janeiro.
Leopoldina desenvolvia as questões políticas com muita firmeza e liderança. Assim, que assinou a independência do país, por exemplo, D. Pedro I não ficou sabendo. Nesse sentido, o comunicado só veio após cinco dias, quando o imperador estava às margens do Rio Ipiranga.
Entretanto, apesar da maestria na liderança de Leopoldina, D.Pedro I ainda se mostrava indiferente à esposa.
Relatos da imperatriz
Leopoldina já sabia que D. Pedro a traía constantemente. Porém, o imperador do Brasil tinha uma amante que, inclusive, o acompanhava em alguns eventos. Domitila ganhou prestígio pelo envolvimento com o imperador. Na época, a jovem ganhava joias e D. Pedro até prometeu que compraria uma casa para ela.
Com a presença de Domitila nos eventos oficiais, a figura de Leopoldina era apagada por conta das humilhações de D. Pedro. O modo de tratar a esposa era tão rude que, em certo momento, o imperador decidiu cortar a mesada de Leopoldina, a deixando sem comida. Enquanto isso, Domitila recebia presentes caros, como joias e regalias do imperador.
Nesse sentido, humilhações e descontentamento fizeram Maria Leopoldina de Áustria escrever cartas destinadas à irmã, Maria Luiza da Áustria. Entretanto, as cartas eram documentos totalmente desconhecidos até um colecionador descobrir a existência dos relatos em um leilão europeu. Nas cartas, a imperatriz relatou, principalmente, o caráter do marido, ações que a deixavam triste e em silêncio.
A violência e a morte
Constantes traições e agressividade fizeram Leopoldina perder o gosto pela vida. D. Pedro I não tratava a esposa com a importância que merecia. Nas cartas destinadas à irmã, Leopoldina relatava a infelicidade e o mau-caráter do marido. Inclusive, o imperador batia na esposa em acessos violentos de fúria.
Em uma das brigas, o imperador deu tapas e chutes em Leopoldina – que estava grávida do oitavo filho do casal. A agressão foi tão forte que Leopoldina passou dias e dias sentido dores na barriga. As dores não sessaram e Maria Leopoldina de Áustria acabou sofrendo abordo, em 1826, aos 29 anos de idade.
Por fim, o aborto causou a morte da imperatriz, que morreu desamparada pelo próprio marido. Mas, este não é um consenso entre os historiadores. Ao que tudo indica, ainda existem dúvidas quanto à morte de Maria Leopoldina de Áustria. A imperatriz faleceu no Rio de Janeiro, no Palácio de São Cristóvão, em dezembro, no dia 11.
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Fontes: Aventuras na História, Aventuras na História, Ebiografia e Brasil Escola
Imagens: Amino, Arte Fatos, Pinterest, Rainhas Trágicas e Recanto do Escritor