História da Música – Períodos, principais características e estilos

A história da música abrange o período da praxis musical desde a época paleolítica aos tempos atuais, abordando diferentes civilizações.

História da Música, o que é? civilizações, características e estilos

Basicamente, podemos definir a música como sendo a arte de manipular os sons e o silêncio de forma organizada por um período de tempo. No entanto, em relação à história da música de forma global, os aspectos que formam os sons são amplos e acompanham a civilização e sua cultura.

Desde as épocas primitivas, no período paleolítico, acredita-se que o homem, já organizado em uma sociedade que caçava e tinha seus cultos e mitos, já possuía a sua música.

A partir dessa época, a música seguiu por várias civilizações em todo mundo. Porém, muito da história da música ainda é muito centrada na cultura europeia. Esquecendo-se do continente africano, oriente e culturas de povos originários.

A música na pré-história

Por meio das pinturas rupestres, o homem primitivo tocava seus instrumentos rudimentares como espécie de flautas feitas com ossos furados de animais, geralmente de pássaros.

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Além disso, o ser humano estava cercado por sons da natureza, o que se deduz que se inspiraram nesses sons para a sua musicalidade junto com a construção de seus mitos. Algumas descobertas recentes nos permitem concluir que a música já existia há muito tempo.

Isso porque arqueólogos, da Universidade de Tubingen, na Alemanha, descobriram restos de flauta de mais de 35 mil anos, o mais antigo instrumento musical encontrado no mundo. Porém, existem resquícios também de flauta feita do marfim de mamutes.

Música do oriente, África e povos originários

Não se sabe muito sobre a prática de música na antiguidade de quatro mil a.c. a 500 a.c. As primeiras civilizações que a possuíam estavam localizadas, na maioria, nas regiões mais férteis ao longo das margens de rios na Ásia central. Assim, rio Indo na índia, rio Nilo, no Egito e no rio Huang He ou rio amarelo, na china.

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O sistema modal contempla a música dos povos africanos, árabes, chineses, e até alguns povos originários da América Latina. Na cultura dessas sociedades, o modo não é apenas um conjunto de notas, mas uma estrutura sonora simbólica.

Esta estrutura é dotada de poderes místicos, nesse sentido a música representa o universo modal representado em suas cosmogonias.

A música modal elege um eixo harmônico fixo sobrepondo ritmos irregulares sobre um pulso, onde se constrói uma textura sonora composta por instrumentos e vocais.

Portanto, é comum esta estruturação nas percussões africanas a nas de Bali, na polifonia dos pigmeus, nas músicas árabes e indianas.

História da Música Chinesa

A história da música chinesa nos remete a antigas teorias da música, uma delas é o tratado cerimonial clássico que relaciona a escala pentatônica a modelos políticos e religiosos, como o equilíbrio entre o céu e a terra.

  • Céu: se correspondia aos sons agudos, claros e distintos.
  • Terra: sons graves, fortes e poderosos.

Basicamente, em sua estrutura musical, os chineses representavam as notas com aspectos da vida pública;

  • Nota Kong (fá) – representa o imperador
  • Chang (sol) – os ministros
  • Kyo (lá) – o povo
  • Tché (do) – os negócios
  • Yu (ré) – os objetos

Música na índia

Alguns registros de milhares de anos da história da música indiana, revelam que a música foi composta inicialmente de poesia cantada com ritmo. No entanto, com o passar do tempo, essas melodias fixas integraram a vida social e cultural do povo indiano.

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Portanto, cada profissão dentro da sociedade indiana possui a sua música. Assim, o pastor, o vaqueiro e o canoeiro todos tem suas canções que acompanham o ritmo de seus trabalhos.

Contudo, a música indiana é também centrada na improvisação e possui caráter emotivo e descritivo. O sistema musical indiano é fundamentado nas Ragas.

Estas Ragas são conjuntos de notas que devem ser emitidos cada qual em determinadas horas e estações. Além disso, as Ragas também são estados de alma, que são memorizados pelos executantes. Pode haver cerca de 800 Ragas, mas são utilizadas, na prática, apenas 63.

A música judaica

Basicamente, o entendimento da música judaica é muito importante para a história da música, para termos uma ideia da transição entre as músicas de antiguidade e a primitiva música medieval cristã.

Como eram proibidos de representar Deus por imagens, os judeus centraram sua força criativa na música e na poesia, que serviam para a propagação da religião.

A propósito, Davi – um dos reis judaico – é representado com uma harpa na mão. Ainda, a dispersão do povo judeu pelo mundo, levou a musicalidade oriental para Europa. Portanto, na música europeia, encontramos vestígios orientais em várias épocas e regiões. 

História da música grega

Pouco se fala, na história da música, sobre a práxis musical Grega no seu sentido especificamente musical teórico e prático. Isto porque restou escassa documentação, no que diz respeito a partituras e tratados teóricos de música. Contudo, a importância da música na Grécia vem expressa em um complexo de notas históricas e lendárias.

A música em si, pelo pouco que resta dela – sete canções e alguns fragmentos – parece um tanto rudimentar. Pobre em instrumento musical, que com poucas variações, foram então todos reduzidos a dois tipos. Um instrumento de sopro – o Aulo – e o outro, um instrumento de cordas – A Lira.

Não existia ainda uma noção harmônica, a melodia era conduzida com pequenas variações de intervalos, com frequentes retornos a nota central. A vivacidade do ritmo é escassa, estritamente ligado à recitação e seguindo os esquemas métricos da poesia.

Além disso, os diferentes grupos de notas eram classificados e nomeados pelos seguintes modos: lídio, frígio, dórico, e seus derivados, hipolidio e hiperlidio; hipofrigio e hipofrigio; hipodórico e hipodórico.

Música na Idade média – Canto Gregoriano

A Idade média foi marcada como um longo período, que podemos colocar entre 500 d.c. a 1450 d.C., em que figurava o sentimento religioso. Contudo, em relação à sua história da música, em confronto com o uso puramente prático da música antiga romana, o cristianismo introduziu uma concepção bem mais espiritual.

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Portanto, o destino sacro elevou a música a um senso de solene e sublime misticismo, fazendo-a capaz de dar forma artística ao sentimento do divino, do misterioso e do celeste. Assim, entende-se com a designação de canto gregoriano toda a práxis da música feita durante o medievo no âmbito religioso, desde a origem do cristianismo até a origem do humanismo.

Contudo, vale lembrar que, no humanismo, se estabeleceu de forma efetiva o estilo de música polifônica. A propósito,  o nome “Canto Gregoriano” é atribuído ao Papa Gregório Magno, que no final do século VI escolheu e coordenou os cantos segundo a ordem das festas e cerimônias.

Nova Concepção da Música Medieval

Basicamente, a visão teórica da música sofreu uma substancial transformação a partir de Guido D’Arezzo no século XI.

D’Arezzo foi um monge italiano, muito importante para a história da música, regente da catedral de Arezzo, província de seu nascimento, foi o criador da notação moderna (partitura).

Nomeou os nomes das notas como se conhece hoje (dó, ré, mi fá sol, lá si), baseando-se no texto latim que homenageia  São João Batista.

  • Utqueant laxis
  • Resonare fibris
  • Mira gestorum
  • Famuli tuorum
  • Solve polluti
  • Labii reatum
  • Sancte Ioannes

O UT passou a ser DO, para facilitar a entonação vocal, e o SAN em SI em razão das duas letras iniciais de São João.

História da música renascentista

A música renascentista ainda utilizou o sistema modal, só que no formato polifônico e não mais a monódica, em uma só melodia. Contudo, a forma polifônica era uma música feita para quatro vozes com texto cantado e melodias diferentes para cada voz.

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No entanto, esta música era também denominada de música contrapontística, já com um aspecto nascente de harmonia de acordes.  Na música a capela, sem instrumentos musicais, os seus elementos musicais eram combinados com intenção de dar ideias de fluxo contínuo sem conexões ou pausas.

Contudo, também existia a música de igreja acompanhada de instrumentos com peças policorais (vários grupos corais).

Alguns Compositores renascentistas:

  • Josquin Des Prez (- 1521);
  • Orlando Di Lasso (1532-1594);
  • Giovanni Gabrieli (1557-1612);
  • Andrea Gabrieli (1533-1585);
  • William Byrd (1543-1623);
  • John Dowland (1563-1626).

Música barroca

A música barroca está, de certa maneira, situada no período entre o final do século XVI e início do século XVII, de 1600 a 1750. Porém, esta demarcação é muito discutida, pois é muito difícil estabelecer limites entre a renascença e as duas épocas, que a precederam e seguiram.

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Este período, de uma maneira geral, é caracterizado pelo excesso de ornamento, principalmente na arquitetura e nas artes. Além disso, em relação à música, o período compreende desde a invenção da ópera e do oratório, até a morte de J. S. Bach.

Suas características marcantes são o uso do baixo contínuo e do contraste forte-piano, além do contraste de timbres e adoção de ornamentações e movimentos.

Os acontecimentos mais marcantes e que, de certa maneira, nos mostram as fronteiras desse período são: A primeira apresentação da ópera Orfeu, de Monteverdi, e a invenção do piano, dois acontecimentos que fundam o estilo harmônico, que iria perdurar até finais do século XIX.

Principais compositores:

  • Georg Philipp Telemann (1681-1767);
  • Johann S.Bach (1685-1750);
  • Georg F. Händel (1685-1759);
  • Antonio Vivaldi (1678-1741);
  • Claudio Monteverdi (1567-1643)

História da música do período clássico

A história da música ocidental denomina período clássico o tempo compreendido entre 1750 a 1830. Porém, o nome clássico é atribuído às músicas que se diferenciam da música popular, portanto, se institui duas categorias de música clássico-popular de forma um pouco arbitrária e elitista.

Os três expoentes e representantes desse período são: Joseph Haydn (1732-1809), Wolfgang Amadeus Mozart ( 1756-1791) e o trabalho inicial de Ludwig van Beethoven ( 1770-1827), esse último pertence à dois períodos, o clássico e o romântico.

Contudo, o processo de mudança entre o barroco e o período clássico aconteceu de forma lenta. Portanto, os dois estilos se entrelaçam, como muito outros períodos as fronteiras de demarcação estilísticas são muito tênues.

Assim, muito antes de 1750, as sonatas clássicas foram substituindo as sonatas barrocas e as aberturas de óperas barrocas foram transformadas em sinfonias clássicas.

A música no Brasil

Em 1650, no Brasil, nasceu uma cultura bastante vigorosa, oriunda das reduções, fundações jesuíticas no sul do país. Assim, essas localidades eram verdadeiros conservatórios musicais. Em outras palavras, os jesuítas ministravam aulas de música aos povos originários, o que também despertou muito interesse dessa população.

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Por outro lado, outra cultura que foi decisiva para a formação da musicalidade brasileira foi a cultura negra, trazida para o Brasil a partir do século XVI.

Sendo assim, grande número dessa população recebeu aulas de música. No entanto, os estilos fundantes de nossa música como maracatu, semba, samba, umbigada, maxixe, lundu e outro foram trazidos pela cultura africana.

Romantismo

Basicamente, a diferença entre o período clássico e o romântico na música está entre o equilíbrio, estrutura formal dos compositores clássicos e expressão, liberdade e intensidade dos românticos.

Portanto, neste período, a música e a emoção humana era a temática principal. Este período compreende os anos 1830 a 1910. Contudo, o seu início é marcado por Beethoven que foi um compositor de transição entre esses dois períodos.

No entanto, a música clássica possui características que vão de encontro com mais possibilidades de volume, altura, riquezas harmônicas e combinações diferentes de contrastes e timbre.

Principais compositores:

  • Ludwig van Beethoven ( 1770-1827);
  • Richard Wagner ( 1813-1883);
  • Hector Berlioz ( 1803-1869);
  • Gustav Mahler ( 1860-1911);
  • Richard Strauss (1864-1949).

Música erudita brasileira

O período romântico brasileiro tem como maior representante o compositor Antônio Carlos Gomes (1836-1896). Dessa forma, suas óperas se destacam por ter um perfil nacionalista

Por outro lado, outro estilo da música erudita brasileira se configura no nacionalismo brasileiro. Apesar de seguir a escola europeia, seus temas eram oriundos do folclore nacional, seu maior representante era Heitor Villa-Lobos (1887-1959).

Outros compositores foram representantes desse período como, Alberto Nepomuceno (1864-1920), Mozart Camargo Guarnieri (1907-1993).

Música contemporânea do século XX

Em síntese, a música e filosofia oriental, a física quântica, e a tecnologia de gravação e sintetização sonora, influenciaram a composição e o pensamento musical do século XX.

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Sendo assim, o Francês Olivier Messiaen utilizava em sua música padrões métricos da poesia clássica grega, e ritmos hindus. O compositor John Cage (1912-1992) se interessou pela filosofia oriental, criou o piano (piano modificado em sua estrutura interna) preparado, e a música aleatória.

Por fim, nesse período iniciou-se a experiências com o som eletrônico, resultando nas musicas concretas e eletrônicas, Pierre Schaeffer (1910-1995) foi o principal percursor desse movimento, que posteriormente influenciou a música com acepção mais eletrônica representada no compositor Alemão Karlheinz Stockhausen (1928-2007).

Gostou da matéria? Se gostou, leia também: Chiquinha Gonzaga – Quem foi e qual sua influencia na música brasileira?

Fontes: Toda matéria, Educação Uol, Info Escola, Educa Mais Brasil, Instore.

Imagens: Pexels, Maestrovirtuale, Estúdio Mawuca, Culturalizando, Wahooart, O Popular e Guitarpedia

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