Eugenia é uma teoria que usa aspectos da genética para explicar a possibilidade de criação de seres humanos melhores, a partir de um controle genético. Nesse sentido, a eugenia levaria em conta não apenas aspectos biológicos, como os sociais, econômicos e culturais, por exemplo.
Criada na Inglaterra, em 1883, a eugenia ficou bastante famosa em países do mundo, como os Estados Unidos e Alemanha. O movimento eugenista foi de cunho social e visava excluir elementos indesejados para a sociedade, no intuito de melhorar geneticamente a população.
Dentre os ideais defendidos, seria necessário cruzar pessoas boas geneticamente, e até mesmo eliminar os indesejados. Como parte de uma política racista, nos Estados Unidos surgiram leis antimiscigenação, enquanto os alemães disseminaram essas ideias no nazismo.
Eugenia: breve histórico
Enquanto teoria genética, a eugenia surgiu na Inglaterra, em 1883. Francis Galton, primo de Charles Darwin, se dedicou a estudos de hereditariedade e transmissão de características. Todavia, a técnica era usada em plantas e animais, sob a alcunha de reprodução seletiva.
O que Galton queria era reproduzir gênios e espécimes melhores na humanidade. Nesse sentido, foram aplicados conceitos de seleção natural a fim de identificar os membros da sociedade que poderiam se reproduzir.
Nesse sentido, Galton acreditava que era necessário eliminar os indesejáveis da espécie, como pessoas com vícios, prostitutas e os chamados degenerados da Inglaterra do século XIX, que experimentavam os desdobramentos tecnológicos do século.
Como consequência disso, grupos da sociedade, até então incomodados por questões sociais e raciais, pregaram o uso dessas teorias como solução para problemas sociais. A partir daí, a eugenia foi usada como questão de limpeza social e racial, por governos autoritários, como é o caso do nazismo.
Função
A eugenia tem como função a criação de um povo mais forte, aperfeiçoado e fortalecido. Nesse sentido, a partir da análise de características físicas, psicológicas e comportamentais destes indivíduos, seriam selecionados os exemplares destinados à reprodução.
É importante frisar que usando de aspectos genéticos, a prática da eugenia enquanto política, favoreceu a disseminação do preconceito e do racismo. Todavia, ela foi responsável por excluir grupos étnicos determinados, como o caso dos judeus, que foram exterminados durante a Segunda Guerra Mundial.
Tipos de eugenia: positiva e negativa
Para os entusiastas da eugenia, praticava-se a positiva e a negativa. A primeira, entretanto, seria caracterizada como a reprodução de casais saudáveis que gerariam herdeiros geneticamente melhorados.
Para isso, exames pré-nupciais, feitos por um especialista médico da época, determinavam se os noivos poderiam se casar e constituir uma família saudável e forte, sem problema genético algum para seus descendentes.
Já a eugenia negativa constituía no controle feito sob pessoas que não poderiam se reproduzir, por carregarem características ruins ao desenvolvimento da humanidade e da família. Nos Estados Unidos, chegou-se a praticar o confinamento em sanatórios, a esterilização compulsória e até mesmo a castração de homens e mulheres.
Eugenia nazista
A partir de 1930, integrantes do Partido Nazista alemão se viram seduzidos pelas ideias americanas e deram início ao trabalho de eliminação de indivíduos que eram considerados inferiores. Para isso, usaram a esterilização.
O nazismo ficou conhecido por promover a higiene racial, que, dentre outras coisas, se baseou na construção de campos de concentração para a eliminação de judeus, considerados por eles uma raça inferior.
O episódio histórico ligado a esse fato ficou conhecido como Holocausto, sendo responsável pela eliminação de aproximadamente seis milhões de pessoas, entre judeus, ciganos, homossexuais, testemunhas de jeová e deficientes físicos e mentais.
Todavia, com o fim da Segunda Guerra e os julgamentos de Nuremberg, a eugenia se tornou um estigma. Como resultado disso, os Estados Unidos retiraram a prática da sua política, ocasionando a revogação de leis que apoiavam a prática.
Caso brasileiro
O Brasil foi o primeiro país da América do Sul a se apoiar nas ideias racistas propagadas pela eugenia e, em 1918, foi fundada a Sociedade Eugênica de São Paulo, que se consolidou na década de 1930.
Para alguns brasileiros, a eugenia era vista como a chance de a população embranquecer. Para isso, seria necessário eliminar a miscigenação do país, causada pela mistura de raças (prejudicial ao povo brasileiro).
Em busca desse embranquecimento, políticas sanitárias surgiram, como o isolamento compulsório de portadores de hanseníase e doentes mentais. Todavia, leis anti-migração de povos que não eram europeus foram criadas e ajudaram a disseminar o pensamento racista presente na sociedade brasileira até a contemporaneidade.
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Fontes: Toda Matéria, Uol, Info Escola
Imagens: Ensinar História, The Conversation, Aprenda Bio, Reddit, Super Interessante, Blog da Boitempo