As enchentes são um problema frequente no Brasil. Basicamente, o ciclo se repete todos os anos. Com a chegada do período chuvoso, também precisamos enfrentar o excesso de água pelas ruas. Algo que pode ser perigoso em diversos níveis.
Mesmo assim, ainda há dúvidas sobre o que exatamente caracteriza uma enchente. Sendo assim, vamos entender um pouco mais a respeito desse fenômeno que, embora natural, tem muito reflexo das ações humanas em seu processo.
Também chamadas de cheias, as enchentes constituem no elemento do nível de água no canal de drenagem de rios, córregos e represas. Isso significa que quando o curso hídrico atinge sua capacidade máxima de água, ela começa a vazar, e sem a devida área de preservação nas margens, ela escorre sem controle.
Dessa forma, devido à ausência dos meios fundamentais para conter seu escoamento, a água acaba invadindo as regiões aos arredores. Com o grande desenvolvimento urbano, esses alvos tendem a ser as próprias cidades, muitas vezes resultando em tragédias socioambientais.
Enchentes, inundações e alagamentos, qual a diferença?
Quando a época da chuva finalmente chega, é bastante comum as pessoas pensarem que enchentes, alagamentos e inundações são sinônimos.
De certa forma, essa ideia é reforçada pelos veículos de comunicação que, ao noticiarem o transbordamento de água, deixam a entender que é tudo a mesma coisa. Pois não são. Cada um desses termos têm significados distintos.
- Enchentes: elas acontecem de forma constante quando chega o período chuvoso, no qual a chuva aumenta o volume de água nos canais dos rios. Isso ocorre sem que ela derrame pelas margens. Por isso, a enchente é considerada um processo natural.
- Inundação: ela ocorre quando a água atinge a capacidade máxima do canal do rio e, por fim, transborda. Esse processo gera várias dificuldades para a população em torno do local. Por ter um clima tropical, esses eventos tendem a ser recorrentes no Brasil.
- Alagamento: este, por sua vez, está ligado a concentração de água em uma determinada área com incapacidade de infiltração ou drenagem. Esse é evento é muito comum nas grandes cidades durante o período de chuva. Dessa forma, o alagamento não está necessariamente conectado ao curso de água em si.
Os fatores que causam enchentes, inundações e alagamentos
Os rios formam as planícies de inundação, uma área naturalmente reservada nos extremos das margens para aguentar a vazão de água nos períodos de chuva.
No entanto, o principal problema reside no fato do crescimento urbano sem controle e sem planejamento ambiental. Dessa maneira, as áreas que deveriam ser preservadas para suportar o transbordamento do rio, são ocupadas por inúmeras construções civis.
Ou seja, as enchentes, inundações e alagamentos, embora façam parte de um processo natural, são altamente estimulados por ações humanas. Para melhor entendimento, vamos explicar as causas dos fenômenos de forma separada.
Causas naturais
Os rios que nunca secam durante o ano são chamadas de perenes. No geral, eles têm dois leitos, o menor e principal, por onde a água passa pela maior parte do tempo e um maior e complementar, que costuma ser inundado apenas nas épocas de muita chuva.
Assim sendo, esse cenário é bem comum nas planícies de inundação, mais presentes em áreas planas.
Desse modo, para que o leito maior ser inundado depende do curso de água, das condições meteorológicas e locais. Contudo, essa manifestação varia de rio para rio, por isso, não é todo canal que tem cheias em sua área.
Nesses casos, nos quais o rio em questão não sofre inundação, é possível ter algumas construções em seu leito. Tudo, porém, com muito planejamento e dentro das normas de política ambiental.
Causas antrópicas
As ações humanas descontroladas no meio ambiente são os catalizadores das enchentes, inundações e alagamentos nas cidades. Dessa maneira, a expansão desenfreada aliada ao mau uso do espaço urbano, tem afetado o curso de água.
Além disso, outro fator que colabora com a situação é o alto nível de poluição. Ato que ocorre tanto pela falta de informação da população, especialmente a classe mais desfavorecida, quanto ao descaso de grandes empresas.
Muitas indústrias e outros órgãos, descartam seus lixos em leitos e nascentes de rios, causando o entupimento dos bueiros, responsáveis pela contenção da água que eleva o nível dos rios, bem como os sistemas de drenagem, que também são outro problema relacionado a tais manifestações.
Bueiros urbanos e a drenagem pública, muitas vezes, não são suficientes para conter as interferências humanas. No fim das contas, isso gera vazão das enxurradas no decorrer dos anos. Sendo assim, os sistemas de drenagem não suportam a demanda excessiva.
Causas gerais das enchentes, inundações e alagamento
De forma simples, as ações antrópicas são um fator decisivo para os problemas causados nos períodos de chuva. Pois, a intensa atividade humana na natureza sempre agrava os impactos naturais.
Sendo assim, temos as seguintes causas gerais:
- Ocupação inadequada: como mencionado, as construções civis próximas ou mesmo na beira de leitos de rios são ocupações inadequadas. A partir disso, vemos todos os anos nos jornais notícias de enchentes e afins.
- Falta de infraestrutura em drenagem: as cidades estão sempre em constante crescimento. Entretanto, a ampliação do urbanismo costuma passar por cima da política ambiental, resultando em áreas impermeabilizadas, sem sistema de drenagem e com frágil estrutura de escoamento.
- Poluição, desmatamento e queimadas: talvez esses sejam o maior mal no que diz respeito ao meio ambiente. Os impactos ambientais provocados pelo desrespeito humano a natureza, gera tragédias naturais sem precedentes. Portanto, o desmatamento do bioma do país (Amazônia, Pantanal, Cerrado, Caatinga, Mata atlântica) altera absolutamente tudo, desde o clima à comida que chega na mesa de casa.
Prevenções
Como boa parte do problema tem interferência humana, dessa forma, as soluções também partem da mesma fonte. Embora pareçam simples, requer atenção e, principalmente, vontade tanto da população quanto dos governos para realizá-las. São elas:
- Construção de sistemas eficientes de drenagem;
- Desocupação de áreas de riscos;
- Criação de reservas florestais nas margens dos rios;
- Diminuição dos índices de poluição e criação de lixo;
- Planejamento urbano consistes e consciente, cumprindo as normas de política ambiental;
- Campanha de conscientização sobre os impactos humanos no meio ambiente.
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Fontes: Mundo Educação, Brasil Escola, InfoEscola.
Imagens: Notícias ao Minuto, Agência Brasil, BrasilaoMinuto, CicloVivo, Conexão Saúde, Significados Sonhos.