A Primeira Guerra Mundial teve fim, em 1945, após os EUA lançar bombas nucleares sobre as cidade japonesas de Hiroshima e Nagasaki. Naquele momento, o mundo se dividia em dois blocos, o capitalista e o socialista, dando início à Guerra Fria e a Crise dos Mísseis.
Basicamente, a tensão entre as duas potências da época, Estados Unidos e a então União Soviética, teve início com a descoberta de uma base de lançamentos de mísseis nucleares, encontrada em solo cubano. A ocasião deu início ao que ficou conhecido como Crise dos Misseis, entre 16 e 28 de outubro de 1962.
Naquela época, a descoberta dos mísseis em território cubano gerou pânico em todos os países, já que o episódio foi transmitido pela televisão. Os mísseis balísticos soviéticos representavam uma ameaça aos EUA, que já havia demonstrado a força nuclear no final da primeira guerra.
Mas, antes de entender o que realmente causou a Crise dos Mísseis, é preciso adentrar no contexto histórico da Corrida Armamentista. Então, vamos lá!
Contexto histórico da Crise dos Mísseis
A Crise dos Mísseis teve início por conta da disputa de poder entre EUA e URSS. Mas, antes de chegar ao auge do conflito, é importante relembrar que ambos os países só se tornaram potências mundiais no século XX por conta do poderio nuclear durante a Primeira Guerra.
Em síntese, a Primeira Guerra Mundial chegou ao fim, em 1945, após os EUA lançar bombas nuclear sobre Hiroshima e Nagasaki. O episódio, além de altamente destrutivo, serviu para mostrar ao mundo como os EUA detinha de poder nuclear e tecnológico.
Por conta da demonstração de poder, principalmente relacionado às bombas nucleares, teve início a Corrida Armamentista. Isso porque, a URSS se lançava como potência mundial, depois de romper com os EUA, em busca de desenvolvimento de tecnologia nuclear.
Como os EUA já havia lançado bombas nucleares ao final da Primeira Guerra Mundial, a União Soviética também realizou testes. Assim, em 1949, a URSS lançou a primeira bomba atômica, como forma de testar o poder nuclear.
A Guerra Fria
Nesse sentido, com as duas potências mundiais estabelecidas, a Guerra Fria teve início, com ambos os países confeccionando bombas atômicas e arrumando lugares estratégicos para lançá-las, sendo um das motivações para a Crise dos Mísseis.
Do lado capitalista (EUA) estava John Kennedy, já do lado socialista, Nikita Kruschev (URSS). Esses eram os líderes de ambos os países que travaram a guerra no campo ideológico.
De modo geral, a disputa que ocorria naquele momento era para conquistar a confiança dos demais países do mundo, tanto para o capitalismo quanto para o socialismo. Apesar de nunca terem se enfrentado diretamente, EUA e URSS almejavam aumentar o poder militar e econômico.
Os mísseis em Cuba
Ao mesmo tempo em que os EUA e a URSS disputavam poder nuclear durante a Corrida Armamentista e na disputada ideológica da Guerra Fria, em 1959, também ocorreu a Revolução Cubana.
Na época, a revolução em Cuba aproximou o país da União Soviética e intensificou os conflitos ideológicos com os EUA. Na ocasião, Fidel Castro e Che Guevara lideraram o ato revolucionário que depôs o então presidente Fulgêncio Batista.
A adesão ao comunismo em Cuba foi feita, de forma internacional, em 1961, quando Fidel Castro fez uma declaração de forma pública. Além disso, o líder revolucionário deixou posta a preferência ideológica pelo marxismo-leninismo e, quatro anos mais tarde, foi o responsável por fundar o Partido Comunista de Cuba.
Depois que Fidel Castro declarou sua preferência política, a URSS viu em Cuba uma oportunidade política. Isso porque, a região era geograficamente estratégica para os soviéticos estabelecerem bases de mísseis nucleares.
A ilha caribenha era, de todas as formas, muito próxima às dependências norte-americanas. A proximidade fez com o que os soviéticos instalassem os mísseis apontados para os EUA.
Porém, além dos mísseis instalados em Cuba pela URSS, os EUA também havia instalados mísseis na Itália e Turquia, como forma de ataque aos soviéticos, sendo mais um motivo para o auge da Crise dos Mísseis.
A Crise dos Mísseis
A Crise dos Mísseis teve início, de fato, após Forças Armadas dos EUA descobrirem as instalações soviéticas em Cuba, no dia 14 de outubro de 1962. A descoberta só foi possível após aviões-espiões sobrevoarem a área da ilha caribenha e fotografarem a região.
A posição dos mísseis era favorável ao ataque soviético. Assim, ao descobrir os mísseis, o presidente dos EUA, John Kennedy, optou por bloquear qualquer ataque contra Cuba, além de propor uma negociação com o líder da URSS, Nikita Kruschev.
Nesse sentido, a grande preocupação naquele momento era a tensão estabelecida entre as duas potências, que poderiam dar início à primeira guerra nuclear da história. Apesar disso, ambos os países estabeleceram um diálogo que durou dez dias, após a descoberta dos mísseis.
Um dos pontos negociados que estava em questão era a promessa dos EUA em não apoiar qualquer tipo de invasão ao território cubano e, com isso, os soviéticos retirariam os mísseis de Cuba.
Entretanto, durante as negociações, dois aviões-espiões U-2 foram abatidos pelas forças militares soviéticas, no dia 27 de outubro. Na ocasião, o piloto de um dos aviões acabou morrendo. A morte do piloto deu início para o auge da Crise dos Mísseis, onde estava em evidência um possível “apocalipse nuclear”.
Consequências
A Crise dos Mísseis foi um dos acontecimentos que marcou a Guerra Fria. Apesar dos acordos estabelecidos entre EUA e URSS, a guerra em si estava longe do fim. A crise, no caso, apenas intensificou as tensões da guerra, que colocou os países do mundo divididos entre duas ideologias.
Um fato curioso é que a tensão entre os EUA e a URSS recebeu nomes diferentes. Em Cuba, ficou conhecida como a Crise de Outubro, nos EUA como Crise dos Mísseis e, na URSS como Crise de Outubro.
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Fontes: História do Mundo, Info Escola e Toda Matéria
Imagens: HistóriaZine, Descomplica, Tricurioso, Sputnik News,