Existe uma hostilidade entre China e Japão que descende de séculos. No entanto, parte dessa história é bastante recente e proveniente da Segunda Guerra Sino-Japonesa, ocorrida entre os anos de 1937 e 1945 e marcada por extrema violência dos japoneses.
Na época, o Japão era regido por uma política mais militarista. Embora declarasse a intenção de “civilização” ao invadir a China, a verdadeira intensão era expandir seu império. Ao todo, calcula-se que o conflito deixou cerca de 20 milhões de mortes, sendo 18 milhões delas vidas de chineses, aproximadamente.
Cenário político-social
O Japão passou um período de grande desenvolvimento e fortalecimento tanto econômico, quanto militar. Foi quando o imperialismo tomou conta do país, trazendo consigo a ideia de expansão territorial.
Enquanto isso, a China sofria com conflitos e instabilidade interna. No começo do século XIX, por exemplo, o lugar precisava lidar com a guerra civil encabeçada pelos comunistas de Mao Tsé-Tung contra os republicanos.
O resultado desses embates foi o enfraquecimento e decadência do povo chinês. Algo que tornou possível a investida do país vizinho. Assim, temos de um lado o Japão Imperialista, sedento para expandir seus territórios.
A intensão era anexar a Manchúria e a região da Península da Coreia ao seu domínio. Encontrando, do outro lado, uma China politicamente enfraquecida. O cenário perfeito para iniciar os conflitos.
Os incidentes pré-Guerra
A Segunda Guerra Sino-Japonesa aconteceu entre 1937 e 1945, ou seja, em paralelo à Segunda Guerra Mundial. Por isso, vários ataques japoneses contra a China foram chamados de “incidentes” (jihen), a fim de evitar quaisquer interferências dos outros países em Guerra.
Entretanto, tais incidentes passaram a ser recorrentes, o que, eventualmente, levou a oficialização da guerra entre os dois países asiáticos.
Nesse contexto, houve dois combates que foram decisivos para o estouro do confronto: o Incidente de Mukden, em 1931, e o Incidente da Ponte Marco Polo, em 1937.
O estopim da Segunda Guerra Sino-Japonesa
Dentre os vários ditos incidentes provocados pelo Império Japonês, dois deles se destacaram por terem papeis decisivos na Guerra entre os dois China e Japão.
O primeiro deles foi em 1931, no confronto conhecido como Mukden, também chamado de Incidente da Manchúria. Tal feito se resume à uma auto sabotagem dos japoneses.
Nesse ano, o exército nipônico explodiu parte da ferroviária a sudoeste de Manchúria, território já dominado por eles. Assim, culparam os chineses pelo atentado para que, dessa forma, pudessem ter o pretexto para invadir a outra região da Manchúria, ainda em poder da China.
Já o incidente da Ponte Marco Polo, em 1937, aconteceu por um desentendimento. Na verdade, o exército do Império Japonês já estava em posição de ataque na ponte, pois, uma vez que a região estivesse tomada, a ligação entre Pequim e seu entorno seria interrompida. O que impediria a comunicação para eventuais pedidos de reforço.
O exército chinês ganhava em quantidade, mas perdia em habilidade. Ele era composto mais por criminosos e camponeses, pessoas sem o qualquer treino militar.
Assim, a tropa nipônica usou a estratégia de um soldado desaparecido para tentar entrar na cidade. Após o pedido ser negado, eles atacaram, dando oficialmente início a Guerra.
Sangue e brutalidade
A violência extrema foi um dos fatores de destaque na história da Segunda Guerra Sino-Japonesa. O desrespeito e a brutalidade das tropas do Império Japonês deixaram o período marcado como um dos mais sanguinários da história da China, em particular, a invasão que garantiu o domínio de Pequim e Nanquim.
Chamado de o Estupro de Nanquim, ocorrido entre 1937 e 1938, ao invadirem a cidade, o exército imperial japonês não mostrou compaixão com os cidadãos.
Além do massacre, os homens nipônicos cometeram estupros em massa, inclusive com crianças. De acordo com historiadores, ao menos 20 mil mulheres e crianças foram vítimas da violência sexual. Já o total de mortes gira em torno de 300 mil vidas.
Contudo, as atrocidades não pararam nisso. Segundo os historiógrafos, o estupro foi um ato criminoso constante durante toda a expansão do Império Japonês.
Também há evidências de vários testes biológicos realizados em prisioneiros de guerra, na área conhecida com Unidade 731. Muitos deles registrados em documentos oficiais.
A entrada dos Estados Unidos na Segunda Guerra Sino-Japonesa
Com tantas batalhas bem-sucedidas, o Império Japonês estava extremamente confiante em seu exército e estratégias militares. Sendo assim, em 1941, o Serviço Aéreo Imperial da Marinha Japonesa bombardeou a base naval americana Pearl Harbor, em Honolulu, no Havaí.
A intenção era impedir a frota de ter algum tipo de interferência em suas ações no sudeste da Ásia, onde se localiza o Reino Unido e Países Baixos. O ataque foi de surpresa, sem qualquer aviso de recuo ou tentativa de negociação.
O bombardeio contou com 353 aviões japoneses, tendo quase 2.500 mortes e mais de mil feridos, além de diversos tipos de navios americanos afundados e/ou danificados.
O Ataque a Pearl Harbor, como ficou conhecido, foi a deixa para os Estados Unidos não apenas formalizarem sua entrada na Segunda Guerra Mundial, como também acolher a China como aliada.
Dessa maneira, o país passou a fornecer armas e suprimentos aos chineses, os ajudando no fortalecimento no confronto contra o Japão.
Também foram os Estados Unidos que colocaram um fim na Segunda Guerra Sino-Japonesa, ao revidarem o Ataque de Pearl Harbor, jogando uma bomba atômica em Hiroshima e outra em Nagasaki, em agosto de 1945, com apenas três dias de diferença.
Marcas da Guerra
O bombardeio atômico de Hiroshima e Nagasaki devastou por completo as duas cidades.
O poder de armamento dos Estados Unidos fez com que o Império Japonês se rendesse, marcando, assim, o fim da Segunda Guerra Sino-Japonesa e também da Segunda Guerra Mundial. Tendo aliança com o grupo Aliado, a China pôde, enfim, respirar um pouco.
Os líderes do Império Japonês foram levados à julgamento pelos países que compunham os Aliados, no Tribunal Militar Internacional para o Extremo Oriente, também chamado de Julgamento de Tóquio.
Sendo assim, os crimes foram classificados em três tipos de classe, A, B e C. O primeiro dizia respeito à conspiração para ingressar na Segunda Guerra Mundial.
Já os outros dois, julgavam as barbaridades e perversidades cometidas pelo exército nipônico, incluindo o Estupro de Nanquim. Por fim, o veredito foi comunicado no começo de novembro de 1948.
Alguns líderes foram condenados à prisão perpétua, outros à forca e alguns ainda conseguiram sair ilesos da guerra.
Gostou? Então, aproveita para saber mais sobre a Segunda Guerra Mundial.
Fontes: Brasil Escola; Info Escola; Wikipedia; Wikipedia.
Imagens: Sino Mondiale, Britannica, Teletype, FOD, Wikipedia, Canal Ciências Criminais e BBC Radio.