Relevo submarino – O que é, classificações e principais características

O relevo submarino é o principal objeto de estudo da Geomorfologia Marinha e abrange locais que podem chegar a 11 mil metros de profundidade.

Relevo submarino: o que estuda essa área e quais são suas classificações

Talvez você não imagine, mas o fundo dos oceanos compreende uma área de formação extensa repleta de variedades de materiais, formatos e características em específico. Dessa forma, todo esse estudo envolvendo os processos de surgimento do relevo submarino possui um nome: geomorfologia marinha.

Assim como ocorre com o relevo terrestre, cheio de imperfeições em sua construção, o relevo submarino apresenta algumas divisões levantadas com base em certos fatores, como níveis de profundidade, materiais de composição e potencial de exploração.

Confira abaixo quando se formou essa área de estudo geográfico, quais as classificações encontradas no interior dos oceanos e especificações sobre cada uma delas.

Relevo submarino

Em primeiro lugar, a Geomorfologia é a ciência ligada à Geografia que procura abranger todos os processos de formação do relevo.

Além disso, esta área procura incluir linhas de pesquisa que estudam todos os elementos e composições que foram essenciais tanto para a criação das estruturas terrestres como para suas posteriores modificações ao longo do tempo.

Isso quer dizer que a área se debruça a entender a atuação dos chamados fatores endógenos ou internos, isto é, fenômenos naturais da crosta terrestre (ex. vulcanismo), e também dos fatores exógenos ou externos, que ocorrem na área externa da superfície (ex. atuação do vento e da chuva na formação de rochas).

Em seguida, é possível afirmar que o avanço no estudo do relevo submarino ocorreu a partir da década de 50, logo após o fim da Segunda Guerra Mundial. Esse importante evento histórico “obrigou” os pesquisadores a vasculharem as áreas mais internas do oceano em busca de submarinos desaparecidos.

A partir de então, com o desenvolvimento da cartografia marinha, foi possível iniciar o processo de classificação das zonas encontradas. Atualmente, já existem estudos minuciosos que permitem caracterizar o que está presente e onde está localizada cada uma dessas áreas, graças ao avanço das tecnologias.

As classificações do relevo submarino

A princípio, o relevo submarino divide-se em cinco categorias, sendo elas: Plataforma Continental, Talude Continental, Ilhas Oceânicas, Bacia Oceânica, Dorsais e Fossas Abissais. Essa categorização ocorre de modo crescente de profundidade dessas formações. Conheça abaixo cada uma delas:

Plataforma continental

Esse tipo de relevo submarino funciona como um prolongamento continental localizado abaixo da superfície. Suas dimensões de profundidade podem variar entre 10 e 500 metros, contudo, a média costuma ser de 200 metros. Além disso, seu relevo pode possuir até 70 quilômetros de extensão.

Por estar localizada na parte mais acima do oceano, a plataforma continental possui um grande viés econômico já que concentra as maiores quantidades de petróleo das áreas marítimas, além de permitir a pesca de animais.

Ademais, sua importância maior é ambiental por conta do crescimento do plâncton em seu interior. Devido a grande concentração de luz solar em suas águas, essa parte do relevo submarino permite o desenvolvimento dessa planta por meio da fotossíntese, a qual é essencial para o funcionamento das cadeias alimentares.

Estima-se que esses organismos possam absorver até o dobro da quantidade de gás carbônico (CO²) presente nos oceanos. Similarmente, uma variação importante da planta é o fitoplâncton, essencial na garantia de sobrevivência das espécies marinhas por meio da oxigenação das águas.

Como exemplo, podemos citar a placa da costa atlântica americana com largura de 160 quilômetros. Ela está localizada no sudeste brasileiro.

Talude continental

É caracterizada pela irregularidade de sua formação, que é estreita, e surge logo após a plataforma continental. Essa formação do relevo submarino inicia a 200 metros de profundidade e avança até o fundo oceânico, atingindo até 3 mil metros em média.

Por lá, é possível encontrar partes de animais em decomposição e uma argila super fina. Em relação às estruturas de formação, cânions podem ser descobertos e alguns vulcões, responsáveis pela origem das ilhas oceânicas.

Relevo submarino: o que estuda essa área e quais são suas classificações
Bate Papo com Netuno

Ilhas Oceânicas

Essa parte do relevo submarino é um pedaço do continente que se desprendeu e passou a formar pontos isolados, em razão das atividades vulcânicas. Elas se formam no fundo dos oceanos e podem contar com uma imensa variedade de vida animal e vegetal.

Como maiores exemplos de biodiversidade, estão, por exemplo, as Ilhas Canárias, Ilhas do Havaí e Ilhas Galápagos, que possuem grande potencial turístico e econômico.

Relevo submarino – Planície Abissal ou Bacia Oceânica

Se estende entre 2 mil e 5 mil metros de profundidade oceânica. É a maior do relevo submarino, no intermédio entre a talude continental e as cordilheiras oceânicas.

Relevo submarino: o que estuda essa área e quais são suas classificações
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Pode conter montanhas formadas a partir do vulcanismo, o relevo é suave e a presença de luz é baixíssima. A propósito, a presença de vida marinha nessa parte é quase nula, também por conta das baixas temperaturas. Entre algumas das poucas espécies, surgem alguns tipos de polvos e peixes.

Relevo submarino – Dorsais, Cadeias ou Cordilheiras Oceânicas

Sua largura pode passar dos mil quilômetros e a altitude varia de 2 a 4 quilômetros. Aqui, a atividade sísmica e vulcânica é constante, podendo emergir nas partes superiores como arquipélagos e ilhas.

Ademais, podem acompanhar as áreas de contorno dos continentes e a parte central desses. A cordilheira meso-atlântica ocupa a parte central do Oceano Atlântico, enquanto no Pacífico e no Índico elas estão mais perto dos continentes.

Fossas Marinhas ou Abissais

Essas são as regiões mais profundas do relevo submarino, portanto, podem atingir mais de 11 mil metros, abrangendo o interior oceânico. Elas se encontram próximas aos continentes e ocorrem nos locais onde estão as placas oceânicas.

A Fossa das Marianas, na fronteira entre as placas tectônicas do Oceano Pacífico e das Filipinas, é o local mais profundo dos oceanos já encontrados. Seu fundo é composto por lavas em cume, que emergem a altas temperaturas.

A título de curiosidade, no entanto, a chegada dos primeiros pesquisadores nesse local só ocorreu em 1960. Eles eram americanos e demoraram 9 horas para subir e descer ao local, ficando 20 minutos por lá.

Segundo eles, a profundidade é tamanha que até mesmo o pico mais alto do mundo, o Monte Everest, caberia nesse relevo e ainda restaria espaço.

E aí, gostou de saber mais sobre como funciona o fundo dos mares e oceanos? Então, confira também o que são ilhas

Fontes: Educação UOL, Mundo Educação, Prepara Enem, Brasil Escola, Prepara Enem, G1, Toda Matéria, Mar sem Fim

 

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