Uma grande característica do passado colonial do Brasil é o marco que as inúmeras revoltas e conspirações fizeram, de forma que o povo sempre mostrou sua força e foi em busca de seus direitos. As rebeliões nativistas foram um agrupado de revoltas que ocorreram entre os séculos XVII e XVIII e buscavam melhorias no pacto colonial.
Tais conflitos foram chamados de nativistas pela questão de que uma das características em comum em todas as rebeliões era o sentimento de amor pelo lugar de origem, ou seja, o local em que os povos nasceram. Dessa forma, apresentavam um caráter regionalista.
A colonização no Brasil, que durou dois séculos, trouxe como vantagem para o país o seu crescimento. Apesar disso, as pessoas estavam insatisfeitas e uma série de problemas começaram a surgir, como a crise da economia açucareira e a extração de recursos naturais.
Além disso, o domínio da Corte Portuguesa na atividade econômica, tanto na Capitania de Pernambuco quanto na Capitania de Minas Gerais, era algo que incomodava. Com isso, as ideias dos nativos e da Coroa se chocaram e, assim, as situações de tensão aumentaram, bem como os conflitos e as guerras.
Primeiros conflitos
De antemão, uma das primeiras revoltas nativistas foi a Revolta de Beckman (1684). Tal nome é em homenagem aos dois lideres do movimento, sendo eles os irmãos Tomás Beckman e Manuel Beckman.
A revolta aconteceu em São Luis do Maranhão e teve como objetivo construir uma convivência e parceria melhor entre a cidade e a Coroa Portuguesa, pois, na época, o local não recebia a devida atenção. Contudo, um ano após o início da rebelião, ela foi contida por tropas portuguesas.
Todavia, no mesmo período, ocorreu a tentativa de parte dos bandeirantes paulistas de colocarem o fazendeiro, Amador Bueno, como governador da Capitania.
O objetivo era diminuir um pouco as imposições que a Coroa Portuguesa havia implantado. A rebelião, que aconteceu na Capitania de São Paulo, foi denominada Aclamação de Amador Bueno.
Principais Rebeliões Nativistas
Entre as revoluções nativistas mais conhecidas do século XVIII, está a Guerra dos Mascates, que ocorreu na Capitania de Pernambuco.
De forma geral, o conflito posterior ao ano de 1654, data em que os holandeses foram expulsos, causou a complicação na situação financeira dos senhores de engenho.
Com isso, como os senhores de engenho tinham autoridade no centro político na cidade de Olinda, estes pressionaram o governo para que os impostos ficassem mais caros para os comerciantes.
Logo, os comerciantes, que eram chamados de mascates, não deixaram barato e iniciaram um conflito que durou entre 1710 e 1711.
Outra revolta que marcou as rebeliões nativistas ocorreu na Capitania de Minas Gerais e foi chamada de Guerra dos Emboabas.
Antes de tudo, o motivo do nome é que, para os mineiros, os estrangeiros que chegavam à capitania em busca de metais preciosos, eram chamados de emboabas.
O conflito durou cerca de um ano, sendo finalizado em 1709. Na época, muitos bandeirantes paulistas habitavam a Capitania de Minas Gerais e não gostaram da presença dos emboabas, o que foi o grande motivo da guerra.
Posteriormente, em 1720, aconteceu a Revolta Felipe dos Santos, que também é conhecida até os dias atuais como Revolta de Vila Rica.
Apesar de ter ocorrido no mesmo local em que a Guerra dos Emboabas, ou seja, Capitania de Minas Gerais, o conflito envolveu classes diferentes. Os dois nomes se referem ao tropeiro Felipe e a cidade principal da rebelião, respectivamente.
As tensões esquentaram entre os políticos nativos e a autoridade real da Coroa Portuguesa. Ao passo que, a população vivia reclamando das insatisfações com o preço absurdo dos impostos cobrados pela Corte e ao abuso de poder.
Tal guerra, além de ser uma das principais rebeliões nativistas, também foi considerada uma Rebelião Separatista.
Ruptura com Portugal
Ao contrário do que muitos acham, as rebeliões nativistas, que ocorreram até 1720, não tinham como objetivo a separação de Portugal e sua independência. Ou seja, o foco principal era em melhorias no pacto colonial, para que ambos os lados ficassem satisfeitos.
Tais revoltas foram fundamentais para a melhoria no modo de vida dos povos locais e avanço nas relações econômicas. Além disso, a partir daí que os pensamentos nacionalistas começaram a aparecer.
Posteriormente, com ideias mais evoluídas e influência da Revolução Francesa, os brasileiros iniciaram o desejo de serem independentes de Portugal.
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Fontes: Mundo Educação, Brasil Escola e Estudo Prático
Imagens: Linkedin, Visite o Brasil, O Globo, Brainly e Toda Matéria