As guerras no Brasil são recorrentes durante os três modos de governo instaurados no país. Desde os tempos de ocupação das terras americanas, os portugueses adentraram o país e, em consequência disso, as guerras se instauraram contra os povos nativos.
Além dos conflitos travados contra os indígenas, outras muitas guerras surgiram na história. A maioria tem origem em questões políticas, étnicas, econômicas, e até mesmo religiosa, envolvendo interesses de ocupação, de reivindicação, por liberdade, de expansão e por riquezas nos territórios.
Divisão dos períodos de guerra
A princípio, podemos dividir as Guerras no Brasil em três períodos que marcaram as viradas políticas no país. A primeira está associada ao Brasil Colônia e suas diversas batalhas para realização das conquistas das terras e as riquezas do território.
A outra é datada posteriormente a invasão dos portugueses ao Brasil. Ou seja, no Brasil Império. Esse momento trouxe, sobretudo, vários conflitos relacionados à proteção da colônia e, principalmente, por motivações políticas contra as decisões da coroa.
Por fim, o terceiro seguimento é o Brasil República. Neste, o país passou a se envolver em questões mais exteriores, envolvendo as terras ameríndias.
As Guerras no Brasil Colônia
Primeiramente, listamos as guerras no Brasil travadas antes da transferência da coroa portuguesa. Veja:
Guerras indígenas no Brasil
Pedro Álvares Cabral acreditou que havia chegado às índias quando se deparou com o Brasil, mas a realidade é que os povos que via à sua frente eram os povos indígenas. Isso porque, nessa época de guerras no Brasil, os tupi-guaranis estavam vivendo majoritariamente na região litorânea.
Entre os povos nativos, haviam outros ocupantes mais adentro do território brasileiro, no Maranhão e na Bahia. Os primeiros passos para a colonização, portanto, não foram os embates físicos entre portugueses e indígenas. Para iniciar a invasão, os colonizadores fizeram alianças com os povos nativos.
Além de Portugal, a França também estava de olho nas terras férteis americanas. Com isso, ambas as nações se aliaram às diferentes tribos indígenas. Portanto, inciaram-se as guerras no Brasil pela conquista territorial.
A tribo Tamoios estava apoiando os franceses para expulsar os portugueses das regiões do Rio de Janeiro. A princípio, eles conseguiram a vitória, mas, em 1567, Portugal venceu a batalha com a ajuda dos Tamimimós, dando fim à estadia francesa no Brasil.
Virada indígena
Os interesses na aliança não vinham somente por parte dos europeus. Já existiam, portanto, guerras entre tribos no Brasil e a chegada dos portugueses também foi motivo para que os nativos juntassem forças com os estrangeiros para lutar contra as tribos inimigas.
Os conflitos geraram, sobretudo, a dizimação entre as os povos ameríndios. Isso facilitou bastante para que os portugueses estabelecem as colônias. Mas, as revoltas contra os colonizadores começaram a ascender. Esse é um marco importante nas guerras do Brasil.
No século XVIII, meados de 1750, os indígenas travaram guerras contra os portugueses e os espanhóis, negando a mudança de território. Esse embate ficou conhecido como Guerra Guarnica e ocorreu porque as tribos se opuseram à desocupação da região norte e à escravidão.
Os acordos se tornaram inviáveis entre colônia e colonizadores. As guerras geradas entre os povos e as ações tomadas pelos portugueses para combater a revolta dos indígenas resultaram, portanto, na morte de mais de 2,5 milhões de nativos. Este foi considerado o maior geconídeo da história.
França Antártida
Em 1550, os franceses atracaram na região da Baía da Guanabara, hoje conhecida como Rio de Janeiro. Com o intuito de fazer grande investimentos na colônia, a coroa francesa concordou na construção do Projeto de Fundação da França Antártica.
O conflitos ocorrido nesse período se deu por motivos religiosos. Ao se estabelecerem em um outro território, em 1557, com a ajuda dos portugueses, os católicos proibiram severamente o contato dos estrangeiros com os nativos. E isso acabou enfraquecendo a colônia.
Já em 1560, os portugueses trataram de combater os franceses e iniciaram os processo de expulsão. Muitos embates acontecerem entre os europeus, mas em 1567, a França foi totalmente banida do território.
Insurreição Pernambucana
Esta guerra aconteceu entre 1645 e 1654, liderada pelo português João Fernandes Vieira, senhor de engenho na região. Os portugueses se aliaram aos nativos e africanos para expulsar os holandeses do Nordeste.
Tudo começou porque os holandeses estavam revoltados com as cobranças de impostos realizados pelos senhores de engenho aos banqueiros da Holanda. Questões religiosas também influenciaram o conflito, porque parte deles eram judeus e protestantes, contrariando os portugueses católicos.
Por fim, o resultado foi a Batalha dos Guararapes, onde Portugal venceu a Holanda e retomou seu domínio sobre a colônia no ano de 1654.
Inconfidência Mineira
A Conjuração Mineira, como também era chamada, teve início a partir da organização das elites de Minas Gerais. A princípio, a prosperidade das minas da região levantou a ambição da coroa portuguesa. Os impostos aumentaram na região e a capitania se revoltou contra os portugueses.
As reuniões de conspiração contra a coroa aconteceram de forma secreta. Os inconfidentes acabaram sendo descobertos e os participantes, punidos. Tiradentes, um dos líderes; foi usado como exemplo para cortar o mal pela raiz deixando de aviso, sobretudo, a qualquer outro tipo de revolta.
Após ser enforcado, as partes do seu corpo foram jogadas nas estradas de Minas e Rio. No entanto, o principal símbolo foi sua cabeça, dependurada em praça pública, na cidade de Vila Rica.
Guerra dos Palmares
Ainda em Pernambuco, no século XVII, os portugueses tentavam combater rebeliões iniciadas pelos escravos. Africanos congolesos e angolanos criaram uma sociedade afastada dos engenhos para se refugiar contra o trabalho forçado principalmente nas grande plantações de cana.
A cora claramente realizou investidas contra o Quilombo dos Palmares que só vieram ao fim em 1678. Um acordo de paz foi selado entre Portugal e os escravos. Em troca de alforria para o quilombo, os rebeldes teriam que devolver os escravos para os seus donos.
A proposta foi, sobretudo, aceita por Ganga Zumba que despertou o sentimento de traição na sociedade. Após morrer envenenado, Zumbi assume a liderança e acaba assassinado após a emboscada real, conhecida como Cerca Real do Macaco, em 1694.
Guerra dos emboabas
A Guerra dos emboabas, século XVIII, deu-se graças à descoberta do ouro. A mineração estava em alta nesse período, sendo assim, bandeirantes paulistas e a coroa portuguesa fizeram de Minas Gerais palco de grande conflitos.
Os paulistas defendiam que o ouro deveria ser deles por serem os pioneiros na região. Já os portugueses estavam ambicionando novos negócios, a fim de sanar o Estado Lusitano. Para acabar com os bandeirantes, os emboabas, enviados pela coroa, mataram 300 homens no Capão da Traição.
Em 1970, os portugueses declararam a separação de todas as capitanias entre Rio, São Paulo e Minas Gerais.
Guerra dos Bárbaros, ou Guerra do Açu
A guerra dos Bárbaros compreende os combates ocorridos entre indígenas e colonizadores e está dividida em dois períodos:
1º Período: Guerra do Recôncavo
Os embates ocorreram entre 1651 e 1679, nas serras de Órobo, Aporá e São Francisco. Os indígenas Cariris lutaram contra a expansão agropecuária nas terras dessa região. Com isso, despertaram a atenção dos colonizadores, que enviaram exércitos para combater os povos rebeldes.
Os indígenas tiveram vantagens no primeiro instante, porque já conheciam bem o território do sertão nordestino. Além disso, suas estratégias de guerra eram bastante diferentes das usadas pelos inimigos, o que acabou confundindo os europeus.
2º período: Guerra do Açu
Com o medo instaurado no exército da coroa, os bárbaros estenderam os conflitos para as regiões de Rio Grande do Norte, Pernambuco, Piauí e Paraíba. O avanço indígena se tornou tão crítico que os líderes que lutavam contra o Quilombo dos Palmares tiveram que assumir a guerra.
O fim dos conflito só veio em 1692, com um acordo de paz feito entre os dois inimigos. A proposta da coroa veio em prol da sustentação do exército português contra novos colonizadores, dando, em troca, liberdade e terras para os indígenas.
Revolta de Filipe dos Santos
Filipe dos Santos se ergueu para se contrapor às Casas de Fundição. Estas eram, basicamente, centros de cobrança criados pela coroa portuguesa. A revolta se deu em 1720, quando o ouvidor-mor foi atacado e sequestrado por um grupo de mineiros.
O sequestro foi usado para pressionar o Conde de Assumar a fechar de vez as casas de fundição. Entretanto, o final, dado em 14 de julho, resultou na prisão dos envolvidos e na condenação de morte de Filipe dos Santos.
Revolta dos Beckman
Chamados “homens-bons”, a revolta de Beckman principiou-se a partir também da insatisfação contra os decretos da coroa. Ao contrário das outras oposições, o Maranhenses estavam em conflito com os jesuítas, porque não os deixavam escravizar os indígenas.
O impedimento afetou diretamente a economia do lugar, que era baseada no cultivo de algodão. Com os impostos altos, a falta de mão de obra, a baixa qualidade dos produtos que chegavam ali, os cidadãos se rebelaram e renderam vários guardas no dia 24 de fevereiro de 1684.
O domínio maranhense se estendeu por 1 ano, mas teve fim devido à personalidade agressiva de Manuel Beckman. Os próprios rebeldes entraram em conflito, sentenciando à morte o movimento.
Guerra dos Mascates
Esta guerra aconteceu em 1710, porque a expulsão dos holandeses gerou uma crise para os produtores de açúcar. A Holanda era, basicamente, a investidora do comércio e, com isso, os fazendeiros de Olinda entraram em conflito com o comércio português.
Após a saída dos holandeses, uma cidade foi erguida na região de Pernambuco. Mas, ao mesmo tempo, o medo de que a coroa portuguesa viesse instaurar seus impostos também cresceu. A medida tomada pelos olindenses foi tomar o novo povoado.
Para apaziguar a situação, e por um fim à guerra, os portugueses nomearam Félix José de Mendonça, em 1711, com o objetivo de dividir o poder entre a nova vila criada e Olinda. Com isso, não houveram mais guerras entre as duas populações.
Conjuração Baiana
Em 1798, as classes mais pobres da população (escravos, mulatos, mestiços e alguns brancos pobres), se juntaram com o líder Toussaint Louverture para combater os colonizadores franceses.
A bandeira de “Liberdade, Igualdade e Fraternidade” foi levantada no movimento. João de Deus e Faustino dos Santos Lira são um dos nomes que se destacaram durante a revolta. Ambos tinham ligações com a maçonaria.
O principal símbolo para a Conjuração foi o incêndio da forca, objeto de maior sinônimo de poder da coroa. Dentre todos os participantes, 49 deles foram presos e os líderes condenados à morte.
Guerras no Brasil Império
A princípio, o Brasil Império data de 1822 a 1889. Portugal assumiu o governo do país nesse período até a Guerra da Independência, fato que deu fim à soberania portuguesa.
Independência do Brasil
A Independência do Brasil foi o combate que proporcionou as mudanças do Brasil Império para a República Brasileira. Vários motivos políticos e econômicos levaram à cisão da monarquia para o modelo republicano.
D. João VI tinha a intenção de tornar o território brasileiro uma parte do Reino Unido de Portugal. Isso, sobretudo, foi uma medida tomada para evitar que as revoluções ocorressem durante o período de modernização.
Para melhor gerir a proposta, a coroa portuguesa veio assumir o controle do país. A ação despertou as oposição de várias capitanias, que não aprovaram o aumento dos impostos por parte do rei. A presença de D. Pedro II, infelizmente, gerou a criação do Clube da Resistência.
A decisões decretadas durante a estadia do príncipe no Brasil reforçaram a necessidade da independência e uma nova Constituinte foi convocada, em 1822. No dia 22 de agosto do mesmo ano, a coroa ordenou a volta de D. Pedro II para Lisboa.
Independência ou Morte
Ao contrário do que parece, a Independência não foi assim, tão pacífica. Guerras foram travadas nas regiões de Salvador, Piauí, Cisplatina, Alagoas, Pernambuco. Os “não adesistas” se declararam contra o governo português e iniciaram-se, assim, vários combates.
Guerra Cisplatina
A província de Cisplatina iniciou também uma guerra por reivindicação da independência contra o Brasil, em 1825. O rebeldes argentinos conseguiram vencer o exército brasileiro de 26 mil homens.
O enfraquecimento nas batalhas se deu porque já havia declarado a Independência do Brasil. Com isso, não haviam mais os reforços portugueses nas guerras.
A brecha encontrada pela Cisplatina levou ambas as partes a um tratado de paz. Mas, antes de tudo, somou o total de 8 mil mortes em conflitos.
Revolução Farroupilha
A Revolução do Farrapos é umas das guerras no Brasil, e durou entre 1835 e 1845. Tudo começou com a insatisfação da nomeação do presidente José de Araújo Ribeiro para governar a província do Sul. Os gaúchos revoltados se organizaram, sobretudo, para a tomada de Porto Alegre.
Para eles, o presidente deveria atuar de acordo com os interesses da província. Conciliações foram propostas nesse período, mas não tiveram sucesso. Portanto, em resposta ao Império, os fazendeiros prenderam o major Manuel Marques de Souza.
O Império decidiu partir para retomada da cidade de Porto Alegre, mas o farrapos resistiram e, enfim, proclamara a independência da República Rio Grandense.
Guerra de Canudos
A Guerra de Canudos é umas das Guerras no Brasil que marcou a transição do Império para a República, com a figura de Antônio Conselheiro. O líder sertanejo construiu igrejas e cemitérios em sua jornada. A sua caminhada findou-se na criação de uma comunidade chamada Canudos.
O povo adepto a essa pequena comunidade não seguia, portanto, as regras do governo. A tropas republicanas foram obrigadas a intervir contra a oposição, mas a comunidade se tornou forte o bastante para resistir a quatro investidas militares.
Por fim, na última e violenta batalha, Antônio Conselheiro e seus seguidores foram combatidos. Armas de fogo, canhões e outros instrumentos de guerra foram necessários para alcançarem a vitória.
Guerras no Brasil República
Guerra do Contestado
Esta guerra no Brasil está localizada, sobretudo, na região sul, nas fronteis do Paraná e do Rio Grande do Sul. Tudo começou, afinal, com a construção da estrada de ferro, que ligaria a cidade a metrópole de São Paulo ao Rio Grande do Sul.
No entanto, as decisões foram tomadas sem o consentimento da população. Muitos trabalhadores foram enviados para as obras e 15 mil metros de terras foram doadas para a construção. Mas, o que não se esperava é que haviam moradores nos perímetros doados.
Por fim, revoltados com a situação, os moradores desapropriados das próprias terras se juntaram à comunidade criada pelo monge José Maria de Santo Agostinho. Em suma, com soldados armados, o governo destruiu a comunidade e assassinou muitas pessoas, principalmente camponeses.
Revolução Constitucionalista
A Revolução Constitucionalista aconteceu em 1932, durante o governo de Getúlio Vargas. A princípio, com o fim do esquema político oligárquico entre paulistas e mineiros originou-se por uma crise com a baixa do preço do café.
A sociedade paulista tratou de pressionar o governo de Vargas para que houvesse uma nova Constituinte. O objetivo era ampliar o poder dos Estados, mas o pedido não teve sucesso. O movimento contra o governo já estava nas ruas e deu-se, então, o inicio à revolta armada.
Os generais Euclides de Figueiredo, Isidoro Dias Lopes e Bertoldo Klinger estavam à frente da situação, e planejavam, sobretudo, invadir a sede do Estado. Contudo, oposições paulistas não aderiram às ideias e a força militar não era suficiente para realizar o ataque.
Como resultado disso, o porto de Santos foi bloqueado pela Marinha. Isso, portanto, impediu que houvessem novos aliados à revolução e os envolvidos foram rendidos.
Por fim, para compreender melhor a história, leia Brasil pré-cabralino: o Brasil antes dos portugueses
Fontes: Info Escola 1, Aventuras na História 1, Brasil Escola 1, Info Escola 2, Info Escola 3, Info Escola 4, Brasil Escola 2, Ensinar História, Brasil Escola 3, Info Escola 5, Brasil Escola 4, Aventuras na História 2, Brasil Escola 5, Só História 1, Brasil Escola 6, Brasil Escola 7, Brasil Escola 8, Brasil Escola 9, Toda Matéria 1, Brasil Escola 9, Toda Matéria 2, Lista 10. Cultura Mix, Só História 2, Só História 3, Só História 4,
Fontes de imagens: Hiper Cultura, Pinterest, Bahia Blogs, Medium, Estudo Prático, Grupo Escolar, Toda Matéria, DCO, Baduka, Impressões, Ensinar História, O Imparcial, Wikipédia, História de Tudo, Wikipédia, Beduka, Hinos Portugueses, Histórias do Mundo, Traduzca, Amambaí Notícias, Wikipédia 3, Semanário, Revista Galileu, Causa Operária, Amures, Taiada Web, Catraca Livre, Câmara Piracicaba