No dia 12 de outubro de 1492, uma expedição liderada por Cristóvão Colombo chegou a um novo continente. Embora a tripulação e o próprio comandante acreditassem ter chegado às Índias, esse não foi o caso. Porém, o equívoco de Colombo ficou conhecido como descobrimento da América.
Apesar da chegada das navegações espanholas à América levar o nome de “descobrimento”, a utilização de tal termo é amplamente debatida. Visto que ao chegarem aqui, os exploradores se depararam com povos nativos, os quais sofreram com o subsequente processo de colonização, é incoerente associar essa chegada a uma descoberta.
Ademais, diversos outros navegadores já haviam desembarcado no continente americano antes de Colombo. Inclusive os vikings, no século X. No entanto, é inegável que o “descobrimento” do Novo Mundo teve um grande peso no impulso das Grandes Navegações que marcaram os séculos XV e XVI.
Contexto histórico da descoberta da América
Com o declínio do feudalismo, o fim da Idade Média deixou notável a necessidade de novas alternativas mercantis. Dessa forma, os reinos monárquicos europeus viram na expansão marítima a resposta econômica que procuravam. Dentre todas as nações da época, Portugal e Espanha foram as potências pioneiras.
No século XV, o mundo era desenhado sob uma perspectiva eurocêntrica. Logo, além da Europa, os mapas apresentavam apenas partes dos continentes asiático e africano. Porém, pouco a pouco, o Oceano Atlântico foi sendo explorado e a cartografia mundial ganhou novas formas.
Além disso, a expansão marítima também propiciou significativos avanços tecnológicos. Só para ilustrar, foi criada a caravela, uma embarcação propícia para a navegação marítima. Ademais, novas técnicas de localização foram desenvolvidas. Todavia, apesar desses avanços científicos, o objetivo prioritário sempre foi o lucro.
Com a queda de Constantinopla em 1453, os turcos fecharam as rotas comerciais. Em contrapartida, os árabes dominavam o transporte de mercadorias por terra. Dessa forma, as monarquias europeias buscaram uma maneira de quebrar esse monopólio e se destacarem economicamente.
Então, surgiu a necessidade de uma rota alternativa à Mediterrânea e, enquanto Portugal investia em expedições marítimas na costa africana, a Espanha aceitou patrocinar uma arriscada viagem do navegador genovês Cristóvão Colombo às Índias. No entanto, a mesma acabou resultando na chamada descoberta da América.
Cristóvão Colombo
Nascido em 1451 na cidade de Gênova, na Itália, Cristóvão Colombo era um defensor da esfericidade da Terra. Assim, partindo dessa teoria, o navegante garantia a possibilidade de chegar às Índias através do ocidente. Todavia, monarcas de Portugal, França e Inglaterra se recusaram a financiar a viagem de Colombo.
Surpreendentemente, em 1492, após sete anos de recusas, o navegador obteve uma reunião de sucesso. Acontece que, após derrotarem os mouros, Fernando de Aragão e Isabel de Castela, regentes da Espanha, decidiram investir na expedição de Colombo.
Assim, em 13 de agosto de 1492, com uma tripulação de 90 homens, duas caravelas (Nina e Pinta) e uma nau (Santa Maria), Cristóvão Colombo partiu rumo à Ásia. Entretanto, 61 dias depois, ele acabou chegando a um continente desconhecido pelos europeus. O mesmo ficou conhecido como Novo Mundo e marcou a descoberta da América.
O equívoco e a crueldade de Colombo
Apesar de nenhum indício corroborar para tal achismo, Colombo acreditava ter chegado à Ásia. Curiosamente, o navegador genovês passou o resto de sua vida tentando provar seu ponto, sem sucesso. Embora tenha realizado quatro viagens ao mesmo destino, nenhuma delas foi tão impactante quanto a primeira.
Na ilha que hoje forma o Haiti e a República Dominicana, Colombo teve contato com um dos líderes locais, o cacique Guacanagari. Apesar de tê-lo recebido de forma pacífica e acolhedora, oferecendo-lhe presentes e ajudando após o naufrágio da Santa Maria, o povo nativo nunca foi respeitado por navegador.
Enquanto recebiam generosidade do outro lado, Colombo e sua tripulação sequestraram nativos para levá-los à Espanha. De acordo com o genovês, os índios – assim chamados por ele, que acreditava estar próximo da Índia – poderiam ser transformados em servos dos espanhóis.
Já na segunda viagem, Cristóvão Colombo retornou com 1200 homens, dessa vez o objetivo era dar início a colonização da América. Dessa forma, os conflitos entre nativo-americanos e europeus intensificaram-se, resultando no extermínio de inúmeros indígenas, aqueles que habitavam a América descoberta.
O “descobrimento” da América
Objeto de debate entre os historiadores, o termo “descobrimento da América” protagoniza diversas discussões. Todavia, é inegável que a ideia de descobrimento é considerada eurocêntrica, visto que a mesma sugere a necessidade do reconhecimento europeu para credibilizar a existência do continente.
Sendo assim, hoje em dia, considerando todo o massacre ocasionado pela chegada das grandes navegações europeias aos demais continentes, muitos apontam que a mesma se trata de uma invasão e não uma descoberta. Ademais, existe a ideia de que a América não foi uma descoberta europeia, e sim uma invenção.
Por fim, é importante pontuar que muito antes de Colombo, vikings liderados pelo explorador Leif Eriksson no século X chegaram à região hoje conhecida como Canadá.
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Fontes: Toda Matéria, História do Mundo, Brasil Escola, Quero Bolsa.
Imagens: Ensinar História, Pinterest, Italian Art Society, Dailymotion, Pinterest.