Transgressor, revolucionário e livre são alguns dos adjetivos comumente utilizados como características do Modernismo. Surgida na primeira metade do século XX, essa corrente artística reformulou o panorama cultural no mundo.
Embora tenha chegado ao Brasil como um reflexo das vanguardas europeias, o Modernismo rompeu tradições e buscou inovar se apoiando em elementos nacionais que vinham sendo marginalizados.
No Brasil, esse movimento vigorou por quase quatro décadas e se dividiu em três fases. Como resultado disso, nomes como Oswald de Andrade, Carlos Drummond de Andrade, Graciliano Ramos, Ferreira Gullar e Clarice Lispector, foram eternizados na literatura nacional.
Além disso, na área das artes plásticas, Di Cavalcanti, Tarsila do Amaral, Anita Malfatti e Candido Portinari também fizeram história.
Contexto histórico do Modernismo
Em suma, o Modernismo conta com diversas características que frisam seu rompimento com o passado e liberdade criativa.
Porém, antes de partir para as mesmas, é imprescindível compreender o contexto histórico em que essa corrente está inserida e as particularidades de sua origem no Brasil.
Após a Primeira Guerra Mundial, a potencialização do nacionalismo acabou culminando na Segunda Grande Guerra.
Todavia, apesar de estar situado nesse período, o Modernismo também surgiu em um contexto onde descobertas científicas, como a Teoria da Relatividade e o advento da Psicanálise, e inovações tecnológicas estavam em alta.
Assim, com a vida se tornando cada vez mais “moderna”, os artistas viram a necessidade de ressignificar a arte de uma forma radical. Dessa forma nasceram os movimentos de vanguarda na Europa.
Enquanto correntes como futurismo, cubismo, dadaísmo, expressionismo e surrealismo reformulavam o fazer artístico no mundo, o panorama nacional brasileiro foi marcado pelo Modernismo.
Bem como em outras partes do mundo, os artistas do Brasil estavam em busca de novas ideias e formas de criar. Assim como o território, após séculos apenas reproduzindo referências vinda da Europa, escritores e pintores procuravam uma identidade nacional que valorizasse a cultura e o povo brasileiro, de modo sensível, mas sem deixar de expor a realidade e seus problemas.
Logo, não demorou para que os modernistas fossem criticados e até taxados de loucos por seu rompimento com o convencional. Porém, esses artistas não deixaram de produzir um amplo e necessário impacto social cultural, construindo assim as características do Modernismo.
Principais características do Modernismo
Embora a característica do Modernismo mais marcante seja sua ruptura com a tradição, visto que o movimento almejava subverter as regras, existem outros elementos que marcam o estilo:
- Postura experimentalista;
- Valorização do cotidiano;
- Busca e reconstrução da identidade;
- Revalorização da cultura e herança indígena;
- Nacionalismo;
- Relato do cotidiano;
- Revisão crítica do passado histórico e cultural;
- Ironia, humor e paródia;
- Subjetivismo;
- Fragmentação;
- Emprego de uma linguagem simples;
- Versos livres (na literatura).
Porém, assim como citado acima, o Modernismo no Brasil foi dividido em três fases e, além das características gerais, cada um desses períodos possui suas especificidades.
Características do Modernismo – Fases no Brasil
Primeira Fase – Fase Heroica (1922 – 1930)
As características do Modernismo também incluem as fases pelas quais o movimento artístico passou. Em 1922, por exemplo, a Semana de Arte Moderna foi estabelecida como marco do Modernismo nas artes do Brasil.
Muito além da literatura, a mostra apresentou as artes plásticas e o teatro como divisores de águas no cenário da cultura nacional. Além das características gerais, a primeira fase conta com anarquismo e caráter revolucionário como especificidades.
Segunda Fase – Fase da Consolidação (1930 – 1945)
Também conhecida como “Geração de 30”, a Segunda Fase do Modernismo amadureceu as ideias de 1922.
Além disso, os modernistas seguem frisando suas críticas ao contexto histórico nacional, com o governo de Getúlio Vargas, e ao cenário mundial, com a Grande Depressão e Segunda Guerra.
Dentre suas especificidades encontramos uma nova postura artística, maior regionalismo e uma literatura mais construtiva e politizada.
Terceira Fase – Fase Pós-Modernista (1945 – 1960)
Podendo ser chamada de “Geração de 45”, a terceira e última fase do Modernismo no Brasil rompeu com os parâmetros estéticos da fase inicial.
Ademais, não existe um consenso quanto ao final desse período. Embora seja apontado o ano de 1960, alguns críticos acreditam que ele se entendeu até a década de 80.
Dentre suas especificidades encontramos a metalinguagem, a retomada do academicismo, uma poesia intimista, séria e reflexiva e uma maior preocupação com o estilo e a estética.
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Fontes: Mundo Educação, Toda Matéria, Cultura Genial.
Imagens: Estudo Prático, Vírus da Arte & Cia, Toda Matéria, 7 das Artes.