Para que a Alemanha chegasse ao que é hoje, diversos acontecimentos ocorrem no território onde hoje está localizado o país. Isso porque, o território alemão, na segunda metade do século XIX, correspondia a pequenos reinos e ducados. Dessa forma, possuíam a mesma raiz cultural, porém, com lideranças políticas diferentes. Assim, a unificação alemã veio para conectar os territórios estabelecendo assim o Império Alemão.
Em síntese, o processo de unificação territorial foi feito sob o comando de Otto von Bismarck, na época, primeiro-ministro da Prússia. A partir da unificação surgiu então a Alemanha como Estado-nação. Os motivos que levaram o Reino da Prússia a tomar essa decisão foi a modernização da economia e da indústria no país.
Isso porque, dentre os reinados que faziam parte da Confederação Germânica, a Prússia era o mais rico. Assim, para a formação da Alemanha, foi necessário o enfrentamento com nações vizinhas, além de guerras que resultaram na conquista de territórios e a consequente união das terras.
Contexto histórico da unificação alemã
Para entender como a unificação alemã ocorreu é necessário contextualizar os acontecimentos. Ou seja, durante o século XIX, a região onde hoje se localiza a Alemanha era formada por pequenos reinos e ducados. Além disso, era uma região comandada pelo Império Austríaco.
Dessa forma, os reinos possuíam a mesma linha cultural e eram denominados de Confederação Germânica. O termo foi determinado em 1815, pelo Congresso de Viena. Assim, os reinos faziam parte de uma mesma confederação, porém, não compartilhavam das mesmas decisões políticas.
Visto isso, a presença do Império Austríaco na região fazia o Reino da Prússia perder forças. Por conta disso, a Prússia defendia veemente a unificação dos reinos. Nesse sentido, com os movimentos nacionalistas fortalecidos pelas revoluções de 1848, as ideias de unificação ficaram ainda mais intensas.
Os reinos que faziam parte da Confederação Germânica eram liderados pelas duas grandes potências da época, o Reino da Prússia e o Império Austríaco. Portanto, a ideia dos prussianos era intensificar as ações de unificação e excluir os austríacos dos assuntos germânicos.
Vale lembrar que o Reino da Prússia era o mais desenvolvido economicamente e industrialmente. Além disso, a força da Prússia se intensificou quando Guilherme I foi coroado como rei. Em seguida, a nomeação de Otto von Bismarck como primeiro-ministro impulsionaram as ações para unificar os territórios da Confederação Germânica.
Processo de unificação
O Reino da Prússia foi responsável por liderar o processo de unificação alemã. Isso porque, possuía, além da economia e indústria, um moderno exército. Assim, o rei Guilherme I e o primeiro-ministro prussiano, Otto von Bismarck, foram essenciais nas ações de unificação.
Além deles, nomes como Albrecht von Roon e Helmuth von Moltke também foram de extrema importância. Isso porque, ajudaram na modernização do exército prussiano, além de elaborar estratégias que auxiliaram em conquistas e vitórias nas batalhas.
Portanto, como primeiro-ministro, Otto von Bismarck conseguiu estabelecer políticas responsáveis por enfraquecer os austríacos e franceses. Dessa forma, conseguiu garantir a unificação alemã por meio do fortalecimento do Reino da Prússia. Com isso, a balança de poder na Europa, já no final do século XIX, sofreu alteração.
Assim, a unificação alemã só foi possível após a realização de guerras comandadas pela Prússia. O Império da Prússia venceu todos os três conflitos o que possibilitou na unificação dos reinados. Visto isso, foram necessárias três guerras, sendo elas:
- Guerra dos Ducados (1864);
- Guerra Austro-prussiana (1867);
- Guerra Franco-prussiana (1870-1871).
Entretanto, após a unificação territorial a balança de poder na Europa sofreu modificações e uma série de ressentimentos. Parte desses ressentimentos contribuíram para os conflitos que ocasionaram na Primeira Guerra Mundial no início do século XX, por exemplo.
Guerras de unificação
Para que a os reinos e ducados fossem unificados a Prússica comandou três guerras, nas quais saiu vitoriosa nos três combates. Nesse sentido, entre 1864 e 1871, os reinados e ducados da Confederação Germânica se enfrentaram na Guerra dos Ducados, Guerra Austro-prussiana e Guerra Franco-prussiana.
Guerra dos Ducados
A Guerra dos Ducados, iniciada em 1864, foi o primeiro conflito na Confederação Germânica. Na época, a Dinamarca administrava os ducados de Scheleswig-Holstein. A liderança veio, em 1815, por decisão do Congresso de Viena. A partir disso, a guerra teve início quando as tropas germânicas decidiram lutar contra a Dinamarca.
Assim, os ducados de Scheleswig-Holstein foram invadidos pelos prussianos com o apoio da Áustria. Além disso, garantiram que os franceses não interviriam nas ações. Dessa forma, os dinamarqueses foram derrotados, já que as tropas prussianas estavam em vantagem numérica. Como consequência, Schleswig ficou sob domínio da Prússia e Holstein sob a posse da Áustria.
Guerra Austro-prussiana
Após a ocupação dos ex-ducados de Schleswig e Holstein os austríacos e prussianos se desentenderam. Por conta disso, iniciaram, em 1867, a Guerra Austro-prussiana. A Prússia, que detinha grande poder político, conseguiu o apoio da Itália. Dessa forma, os italianos atacaram o sul da Áustria obrigando-os a dividirem as forças.
A vitória da Prússia sobre a Áustria veio de maneira rápida e, consideravelmente, fácil. Isso porque, com as forças austríacas divididas na luta contra os italianos, os prussianos ainda utilizaram a superioridade militar para vencer a guerra.
Assim, após a vitória prussiana, os estados germânicos foram conquistados. Além disso, a Áustria foi expulsa da Confederação Germânica e, além disso, teve que pagar indenização à Prússia.
Guerra Franco-prussiana
O último conflito que resultou na unificação alemã foi a Guerra Franco-prussiana, em 1870. O enfrentamento ocorreu por conta de desavenças entre França e Prússia. Isso porque, disputavam estados germânicos localizados no sul da Confederação. Ou seja, era uma região que ainda não havia sido ocupada pela Prússia.
Além disso, os desentendimentos foram fortalecidos por conta da sucessão do trono espanhol. Com um forte exército a Prússia venceu os franceses que tinham como escudo um exército ultrapassado para os combates. Logo, os prussianos vitoriosos impuseram para a França diversas medidas.
Dentre elas estava o pagamento de indenizações exorbitantes, cessão da Alsácia-Lorena, além da realização de uma marcha do exército prussiano no país. As medidas tomadas pela Prússia tinha o objetivo de enfraquecer a frança no cenário político europeu.
Parte das ações prussianas fizeram os franceses alimentar sentimentos de revolta e revanche. Além disso, as relações entre os dois países ficaram estritamente abaladas. Por conta disso, a França criou um movimento revanchista que contribuiu, décadas depois, com os conflitos durante a Primeira Guerra Mundial.
Consequências da Unificação alemã
Após as guerras que resultaram na unificação da Alemanha, o poder na Europa sofreu mudanças. Além disso, os países que perderam as guerras alimentaram sentimentos de revolta. Parte desses sentimentos foram motivos, por exemplo, para outras guerras e conflitos políticos.
Assim, dentre as principais consequências da unificação da Alemanha podemos citar:
- Surgimento do império alemão;
- Rompimento do equilíbrio europeu estabelecido pelo Tratado de Versalhes;
- Disputas e conflitos com a França;
- Revolução industrial alemã;
- Rivalidade com a Inglaterra em busca de mercados para escoar a produção;
- Promoção do isolamento da França;
- Surgimento da Tríplice Aliança (Alemanha, Áustria e Itália), um dos polos da Primeira Guerra Mundial.
O que da matéria? Aproveita que já está aqui e corre pra conferir o que é Imperialismo e quais foram as causas da Revolução Constitucionalista de 1932.
Fontes: Brasil Escola, Brasil Escola, História do Mundo e Toda Matéria
Fonte imagem destaque: Opera Mundi