O que é êxodo rural? História, efeitos sociais e causas

O êxodo rural significa o deslocamento de populações de zonas rurais para os centros urbanos, causado principalmente pela industrialização.

O que é êxodo rural

O êxodo rural significa o deslocamento populacional de zonas rurais para os centros urbanos, causado, principalmente, pela má distribuição de renda e falta de políticas públicas voltadas para a reforma agrária. Ocorre em escala mundial, porém com consequências mais danosas em países em desenvolvimento e com poucos recursos econômicos.

Neste sentido, a semi-industrialização destes países causa grandes massas de populações desempregadas e em subempregos, além de gerar mão de obra escrava.

Vale lembrar que a semi-industrialização é decorrente de uma política de dependência, onde países dependem de outros nos âmbitos tecnológicos e industriais. Por exemplo, esse fenômeno social é bem visível em países da América Latina.

Porém, outro fator que influencia o êxodo rural está representado nos grandes latifúndios, onde o modelo capitalista privilegia o grande latifundiário, expulsando os pequenos agricultores.

O êxodo rural brasileiro no século XX

O êxodo rural relacionado com o desenvolvimento no Brasil, se processou em um sistema de exclusão que vinha desde a era da colônia.

Portanto, este fenômeno basicamente está relacionado com as características de desenvolvimento germinadas no tempo das colônias como:

  • Exclusão econômica da maioria da população.
  • Desenvolvimento regionalmente desigual, principalmente entre as regiões mais pobres do norte e nordeste em relação as mais ricas e industrializadas sudeste e sul.
  • Pobreza e marginalidade social.

Estas contradições citadas formam o quadro de um desenvolvimento capitalista heterogêneo, dividido em duas características.

  • Relações de trabalho e de produção não chegaram à forma capitalista típica, no Brasil. Assim, nos centros urbanos, podemos encontrar uma grande economia informal e no campo, o trabalho não assalariado.
  • O desenvolvimento econômico não alcançou o desenvolvimento em todo território nacional, o que provoca o êxodo em amplitude maior, não só do campo para a cidade, mas entre grandes regiões nacionais. Contudo, este fato ainda é vivido nos dias de hoje.

História a do êxodo rural brasileiro

No Brasil, o êxodo rural aconteceu de forma mais intensa entre 1960 e 1990. Uma das principais causas do rápido deslocamento da população industrialização do país, que se concretizou a partir da década de 50, principalmente nas regiões dos estados do Sudeste brasileiro.

A expectativa de emprego na indústria atraiu centenas de trabalhadores rurais de diversas partes do país em busca de melhores condições de vida. Mais tarde, a mecanização no campo expulsou muitos trabalhadores do campo rumo às cidades.

Portanto, a substituição de mão de obra humana por máquinas como plantadeiras, colheitadeiras, roçadeiras e outras mecanizações agrícolas, causou desemprego e intensificou o êxodo rural.

Este fenômeno desencadeou um grande  desiquilíbrio na estrutura social, pois a cidade não absorveu de forma ideal esse contingente de trabalhadores.                                                           

Efeitos do êxodo rural

  • Segregação urbana – habitações em áreas cada vez mais periféricas sem estrutura de saneamento, rede elétrica e água.
  • Formação de moradias precárias – habitações em áreas irregulares e de alto risco de desabamentos
  • Desemprego – dificuldades de encontrar trabalho por fatores como qualificação profissional, e escolaridade.
  • Subemprego – realização de trabalhos de baixa qualidade e mercado informal
  • Dificuldade de mobilidade urbana – O investimento em infraestrutura viária e em veículos e equipamentos para transportes não acompanhou o crescimento populacional causado pelo êxodo rural
  • Aumento da desigualdade social – Ineficiência e quase ausência de políticas públicas, causando problemas de saúde educação relacionados com a crescente.

Crise agrária e excesso de mão de obra urbana

O êxodo rural também causa o excesso de mão de obra, provocando baixos salários, desemprego e pobreza.

Nesse sentido, a falta de políticas para o desenvolvimento das pequenas agriculturas e da reforma agrária tem como consequência o descumprimento pela agricultura, de sua função reguladora de mercado de trabalho.

A população rural sem emprego e sem oferta de trabalho vem para a cidade e forma um exército de reserva de trabalho exorbitante. Desta forma a oferta excessiva de mão de obra, deprime o poder de negociação das massas trabalhadoras.

Ou seja, quando o trabalhador, em suas representações sindicais, tenta negociar maiores condições de trabalho, acontecem demissões em massa, pois os empregadores têm mão de obra de reserva em grande escala para substituí-los e continuar com os baixos salários.

Desenvolvimento industrial e deslocamento populacional

Basicamente, a agropecuária é tradicionalmente fornecedora de mão-de-obra para o setor industrial. Podemos ver isto na Europa, mais especificamente na Inglaterra durante a revolução industrial. Evento que no seu início, provocou também grande massa de desempregados.

Nos EUA, o êxodo rural de pequenos agricultores do Meio-Oeste para as cidades consolidou a formação de uma classe operária numerosa que foi suficiente para suprir toda força de trabalho necessária para a constituição da maior economia industrial do início do século XX.

Além disso, no Brasil, com o crescimento da indústria nacional na década de vinte, e a queda no ciclo do café se dá o enorme deslocamento demográfico do campo para a cidade. Posteriormente, entre 1940 a 1990, a população rural brasileira variou de 68% para apenas 26,1% da população total.

Então, gostou da matéria? Se Gostou, leia também:  Zona urbana – O que é. Características e processo de urbanização.

Fontes: Brasil Escola, Mundo Educação, Toda Matéria, Prepara Enem.

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