Língua de Sinais – História, característica e importância na inclusão social

A Língua de Sinais é usada pelos surdos para estabelecer o processo de comunicação através de gestos que substituem a língua oral.

Língua de Sinais - história, características e importância para a inclusão dos surdos

A Língua de Sinais, é uma estruturara linguística utilizada para estabelecer o processo de comunicação entre a comunidade surda. Em suma, existem várias línguas de sinais criadas ao redor do mundo, cada país tem sua própria língua de sinais.

Dados do Instituto Brasileiro de Geografia (IBGE) apontam que, no Brasil, há mais de dez milhões de pessoas com alguma deficiência auditiva. Nesse ínterim, durante o século XIX foi instalada, na cidade do Rio de Janeiro, a primeira escola para surdos do Brasil.

Contexto Histórico da Língua de Sinais

Desde a antiguidade, a humanidade relutou em aceitar as diferenças existentes entre os indivíduos. Dessa forma, as pessoas que por algum motivo divergiam do padrão estabelecido, eram rejeitadas pela sociedade.

Língua de Sinais - História, característica e importância na inclusão social
Educamundo

Para entender um pouco a história da língua de sinais é preciso relembrar o período da Grécia Antiga, uma fase onde a maior preocupação era com a estética e a perfeição corporal.

Os gregos acreditavam que sem a fala não havia linguagem e nem conhecimento. Dessa forma, Muitos dos deficientes eram mortos logo que nasciam pelo fato de não corresponderem a um ideal atlético perfeito.

Na Roma Antiga, não era diferente, os surdos eram marginalizados e privados de seus direitos.

Educação dos Surdos no mundo

Contudo, a educação de surdos só se inicia no século XVI, na Espanha, com Pedro Ponce de Leon, considerado o primeiro professor de surdos.

Ponce ensinava seus alunos a falar, ler e escrever, com o objetivo de garantir seus direitos e mostrar para essa comunidade que os surdos eram capazes de aprender.

Língua de Sinais - história, características e importância para a inclusão dos surdos
Patrimônio cultural e paisagem urbana

Além de Ponce, dois nomes importantes surgiram. De um lado, Juan Pablo Bonet que continuou o trabalho realizado por Ponce, onde ensinou os surdos a ler e a falar por meio de uma nova metodologia, a oral.

Do outro lado, estava o médico britânico, John Bulwer, que se dedicou a estudar e defender o uso de gestos entre os surdos.

No entanto, o nome que marcou o desenvolvimento de uma língua para os surdos, foi o do professor francês, Charles-Michel de l’Épée. Ele ensinava os surdos seguindo princípios do cristianismo.

Muitos o consideram o “pai dos surdos” por ter sido o primeiro a criar um alfabeto de sinais para alfabetizar surdos, na segunda metade do século XVIII.

Nesse ínterim, Charles Michel de L’Épée criou o primeiro Instituto Nacional de Surdos-Mudos, na cidade de Paris, em 1755. O instituto criado por L’Épée afirmava que o surdo tinha sua própria língua.

No entanto, em 1880, aconteceu a Convenção Internacional de Milão, onde educadores de surdos presentes se baseavam na superioridade da língua falada, considerando as línguas de sinais um retrocesso na evolução da linguagem.

Dessa forma, foi rejeitada e proibida qualquer tipo de comunicação sem ser oral.

Origem da Língua Brasileira de Sinais

Inicialmente, a língua brasileira foi introduzida na época do segundo império quando o professor francês, Hernest Huet, veio ao Brasil, a pedido de D. Pedro II, ensinar e aplicar a metodologia da língua de sinais francesa.

Posteriormente, Hernest Huet também fundou, em 26 de setembro de 1857, no Rio de Janeiro, o Imperial Instituto Nacional de Surdos-Mudos, por meio da Lei nº 839.

Porém, o Instituto atendia apenas crianças surdas do sexo masculino. No século seguinte, por meio da Lei nº 3.198, de 6 de julho, a instituição tornou-se o Instituto Nacional de Educação dos Surdos (INES).

Língua de Sinais - história, características e importância para a inclusão dos surdos
O Globo

Em 1911, o Instituto Nacional de Educação de Surdos (antigo Imperial Instituto de Surdos-Mudos) decidiu adotar a mesma perspectiva do Congresso de Milão.

Em suma, o país  proibiu a língua de sinais, determinando que a oralidade deveria ser a única forma de educação para os surdos.

Nesse ínterim, após a proibição do uso da língua de sinais, a educação dos surdos foi afetada. Dessa forma, a imposição da oralidade resultou em uma insuficiência nos métodos de desenvolvimento linguístico e cognitivo dos surdos.

Leis e direitos

Contudo, foi apenas nas décadas de 1980 a 1990 que a comunidade de surdos passou a se organizar politicamente para reivindicar os seus direitos, exigindo do governo brasileiro uma proposta de inclusão.

Brasil 247

Em síntese, as reivindicações da população surda no Brasil, resultou na garantia de direitos importantes, como o texto da Constituição de 1988, onde a educação era um direito de todos e garantia o atendimento especializado na rede regular de ensino.

Nesse ínterim, as reivindicações da população surda no Brasil,  garantiu direitos importantes, como o texto da Constituição de 1988. Dessa forma, a educação se constituiu como um direito de todos, garantindo o atendimento especializado na rede regular de ensino.

Porém, com o episódio de mobilização da comunidade surda, a Língua de sinais só firmou seu reconhecimento como língua, em 2002, durante o governo de Fernando Henrique Cardoso, pela Lei 10.436.

No dia 22 de dezembro de 2005, a Lei foi regulamentada por meio do decreto Decreto nº 5.626. Dessa forma, se garantiu os avanços do Brasil no que diz respeito à inclusão da comunidade surda.

Características da Língua de Sinais

O que muitas pessoas ainda não sabem é que a Língua de Sinais não é universal, ou seja, cada país tem a sua. Estima-se que existam mais de 200 línguas de sinais no mundo e cada uma com as suas próprias normas.

Em síntese, as características da Língua de Sinais brasileira é, ou pelo menos deveria ser, a língua materna do surdo brasileiro. Entre as características dessa língua para o processo de comunicação estão os movimentos e expressões faciais que são usados para que a mensagem seja compreendida.

Diferente da língua portuguesa, que se caracteriza como oral auditiva e usa como canal transmissor de mensagem a voz, a Libras é uma língua gestual visual, ou seja, são as expressões faciais que complementam e dão sentido às frases feitas por meio dos sinais.

Outra característica da Língua Brasileira de sinais e que a diferencia da Língua portuguesa, é sua organização gramatical. Isto porque, a Libras tem suas próprias estruturas frasais.

Além disso, ela apresenta construções e orações mais objetivas e flexíveis, mesmo que, em sua maioria, sigam o padrão conhecido de sujeito-verbo-objeto.

Inclusão Corporativa

Além dos fatores citados acima, um outro ponto característico da Libras é que, para cada palavra, existe um sinal próprio.

Por outro lado, as palavras que não têm um sinal podem ser identificadas pela datilologia, ou seja, a soletração por meio do alfabeto de Libras.

A Língua de sinais é muito importante para o processo de comunicação, né? Se gostou do texto, leia também sobre Funções da Linguagem – O que são, principais tipos e as características

Fontes: Brasil Escola, Todo Estudo, Jornal USP, Hand Talk,

Imagens: Patrimonioypaisaje, O Globo, Brasil 247, Inclusão Corporativa, BuzFeed e Educamundo

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