Guerra do Peloponeso: Origem e principais acontecimentos

Guerra do Peloponeso, é considerada por muitos o maior conflito armado da história da Grécia Antiga. Entenda o que foi e quais as consequências da disputa entre Atenas e Esparta.

Guerra do Peloponeso – O que foi, causas, consequências e curiosidade

A Guerra do Peloponeso foi um dos maiores conflitos armados da história da Grécia Antiga. A disputa envolveu as duas principais alianças gregas, a Liga de Delos, defendida por Atenas, e a Liga de Peloponeso, comandada por Esparta. O conflito teve início em 432 a.C e só terminou 27 anos depois, em 404 a.C, com a vitória de Esparta.

O conflito de quase três décadas, envolveu de forma direta e indireta praticamente todas as cidades-estado gregas, onde umas se aliaram a Atenas, e outras a Esparta. Embora tenha começado no território continental da Grécia, a guerra também se expandiu para a Sicília e Bizantium. Portanto, se tornou um marco histórico quando se fala em disputas de poder.

Por isso, hoje iremos aprender mais sobre o que foi a Guerra do Peloponeso e as consequências desse conflito. Vamos lá!

Causas da Guerra do Peloponeso

Primeiramente, para entender o que levou à Guerra do Peloponeso, precisamos contextualizar alguns acontecimentos marcantes. Começando pela formação das duas principais alianças da gregas.

Liga de Delos e Liga do Peloponeso

Tudo começou em 479 a.C, quando Atenas saiu vitoriosa de um conflita contra os Persas, que tentavam invadir a região. Essa disputa ficou conhecida como Guerras Médicas. A partir disso, como forma de combater a presença dos persas em território Mediterrâneo, se formou a primeira aliança, a Liga de Delos.

Assim, o principal intuito da Liga era promover a segurança do território grego. E para isso, foi criado um fundo monetário que recebia contribuição de todas as cidades-estado gregas. O centro da Liga ficava localizado em Delos, onde eram recolhidos todos os tributos, e onde ficava toda a riqueza da Liga.

No entanto, esse fundo começou a beneficiar mais Atenas do que as outras cidades. Portanto, Atenas se tornou o centro político, econômico e cultural de toda a Grécia.

Enquanto isso, Esparta e outras cidades gregas, vendo a hegemonia ateniense crescer, decidiram formar a sua própria confederação militar. E assim, surgiu a Liga de Peloponeso, que tinha o intuito de se posicionar contra a Liga de Delos.

Mapa assinalando os territórios em conflito durante a Guerra do Peloponeso.
Fonte: Wikipédia

Início e Fim da Guerra do Peloponeso

A partir dessa divisão entre as alianças, se formou um cenário de tensões, que logo evoluiu para um conflito maior. O ponto inicial da guerra foi quando a colônia da Córcira, que fazia parte da Liga de Delos, se voltou contra a cidade de Corinto, que era membro da Liga de Peloponeso.

Depois de 10 anos de fortes embates na Guerra de Peloponeso, em 421 a.C, houve uma trégua, com a assinatura do acordo de Paz de Nícias. Esse tratado determinava uma trégua de cinquenta anos entre as duas ligas. Contudo, o acordo beneficiava principalmente os interesses da cidade de Atenas, e por isso, a pausa durou apenas oito anos.

Então, em 404 a.C, a derrota de Atenas durante a batalha de Egospótamos marcou o fim do conflito de 27 anos.

Fatos que colaboraram para a derrota de Atenas:

  • Falta de unidade na tomada de decisões
  • Peste de Atenas (morte de um terço da população) e morte de Péricles o seu principal lider e governante
  • Problemas internos – grupos defensores de oligarquias e falta de liderança com a morte de pericles
  • Ecomomia ateniense sufocada pelos espartanos pela tomada das minas de prata em Atenas
  • Apoio dos persas aos espartanos
  • Derrota de Atenas na batalha naval de Egospótamo ( 405 a.c), fechando a rota de grãos de Atenas
  • Cerco de Atenas  (seis meses), submetendo a população a fome
  • Rendição de Atenas em 404 a.c.
Fim da Guera do Peloponeso, em 404 a.C., em que Esparta vence Atenas.
Fonte: Jovem Pan

Consequências da Guerra do Peloponeso

Com Atenas derrotada, a cidade perdeu o poder e tudo que havia conquistado nas Guerras Médicas. Assim, as cidades da Ásia Menor foram devolvidas aos persas mediante troca por ouro.

Em contrapartida, Esparta, a grande vitoriosa passa a ter a hegemonia grega. Com isso, muda-se o regime das cidades gregas, que até então faziam parte de um regime democrático, passando então para autoritário. Essa mudança ficou marcada como “Tirania dos Trinta”.

Contudo, a consequência mais drástica resultante da Guerra do Peloponeso, foi o empobrecimento extremo da população grega. O que resultou na ruína econômica de muitas cidades, algumas que eram consideradas poderosas durante o comando da Liga de Delos.

Em meio a ruína de várias cidades gregas, o rei macedônico, Filipe II viu uma oportunidade de expansão e criou um grande exército. Assim, ele conquistou vários territórios gregos durante o século IV a.C.

Felipe II, rei macedônio, fundador do grande exército que conquistou territórios gregos no século IV a.C.
Fonte: Amino

Curiosidade

O livro “A História da Guerra do Peloponeso”, foi escrita pelo historiador grego Tucídides, que testemunhou o conflito. Assim, a obra de oito volumes relata em detalhes os acontecimentos dessa guerra sob o ponto de vista de alguém que acompanhou de perto tudo o que ocorreu durante o conflito.

Embora nem todos concordem, para muitos historiadores, a Guerra do Peloponeso foi o mais importante conflito militar que aconteceu na Grécia Antiga.

Atenas vs Esparta.
Fonte: Aventuras na História

E então, o que achou dessa matéria? Aproveite para conhecer mais sobre a democracia ateniense.

Fontes: Só História, InfoEscola, Toda Matéria

Fonte Imagem Destaque: Aventuras na História

Escolhidas para você

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado.