A Guerra da Restauração aconteceu entre 1640 e 1668 e foi uma série de enfrentamentos entre os exércitos de Portugal, Espanha e Holanda. Todavia, a guerra foi motivada na tentativa de restaurar o trono português, na figura do rei D. João IV.
Entretanto, a restauração só aconteceu sessenta anos após a união dos tronos português e espanhol, fato esse que deu início à União Ibérica, representada pelo rei Filipe II, após o desaparecimento de D. Sebastião, na batalha de Alcácer-Quibir e da morte de seu sucessor, Dom Henrique I.
Todavia, a Guerra da Restauração encontrou o seu fim a partir do acordo firmado entre Carlos II de Espanha e Afonso IV de Portugal, conhecido como Tratado de Lisboa. Nesse sentido, Portugal teve sua independência reconhecida pelos espanhóis.
Contexto histórico da Guerra da Restauração
A Guerra da Restauração teve início com a crise de sucessão do trono que aconteceu após a morte de D. Sebastião, então rei de Portugal. Nesse sentido, Filipe II de Espanha se tornou Filipe I de Portugal e passou a ter influência sobre o reino.
A dinastia Filipina teve ainda os sucessores do trono, os reis Filipe II de Portugal e Filipe III de Portugal, filho e neto de Filipe I de Portugal. Entretanto, a nobreza portuguesa agiu de forma a manter uma forte oposição da monarquia, contestando-a na figura de Prior de Castro.
Assim, com o apoio dos membros do Conselho de Governadores do Reino de Portugal, ainda com a mobilização de exércitos feita por Felipe II e o apoio do duque de Alba, Fernando Pimentel, a dinastia dos Habsburgos começava em 1581 e dava início à União Ibérica.
Todavia, com a União Ibérica, portugueses e espanhóis romperam ligações com os holandeses. Estes acabaram por invadir colônias lusitanas, inclusive o Brasil, na figura de João Maurício de Nassau e a Companhia das Índias.
Revoltas e a restauração do trono português
A restauração do trono português foi marcada, primeiramente por conflitos com os holandeses e, também, pela Guerra dos Trinta Anos, que durou de 1618 a 1648. Esta, em especial, destaca-se o período francês, que ainda trouxe consigo a Revolta da Catalunha.
Todavia, a Guerra dos Trinta Anos apresentou uma série de confrontos entre dinastias europeias que brigavam por conta de divergências religiosas e disputavam a posse de terras, entre elas o nordeste brasileiro, invadido pelos holandeses em Pernambuco.
Por outro lado, a França disputava regiões do mediterrâneo com a Espanha e declarou guerra. Este período fez com que a coroa espanhola obrigasse Portugal a ajudar financeiramente e militarmente. Também aumentaram os tributos cobrados aos portugueses, o que gerou uma série de revoltas populares em Portugal.
No final da década de 1630, os franceses avançaram para o território espanhol, enfraquecendo as defesas do rei. Um levante feito pelos catalães, contra o reinado de Filipe IV provocou a chamada Revolta da Catalunha. Nesse sentido, os catalães estavam contra a guerra e queriam a independência da Espanha.
Nesse sentido, essa série de revoltas só reforçou a insatisfação da elite portuguesa, que se organizou em uma conspiração. Encabeçada por 40 fidalgos que conseguiram convencer o duque de Bragança, D. João, então o nobre mais cotado para assumir o trono.
Durante o ano de 1640, a revolta foi estimulada de forma secreta em diversas zonas do reino. Em 1º de dezembro daquele ano, a revolta popular tomou conta do país e o duque de Bragança fora aclamado como novo rei, agora D. João IV, da dinastia de Bragança.
Situação após a Guerra da Restauração
Mesmo com a revolução imposta, Portugal vivia uma série de problemas e a restauração do trono não se daria da mesma maneira como se encontrava antes de 1580. Os motivos incluíam as invasões holandesas nas colônias, a guerra declarada contra a Espanha e a falta de um exército organizado.
Contudo, Portugal se organizou, expulsou os holandeses do nordeste brasileiro e conseguiu juntar um exército. Paralelamente, a Espanha ainda estava em guerra com a França e contra a Holanda e ia se enfraquecendo.
Nesse ínterim, a Inglaterra havia declarado guerra contra a Holanda, em 1652. Assim, os holandeses também teriam que lidar com mais uma batalha e se viram obrigados a negociar a posse das colônias com Portugal, em uma maneira de acabar de vez com os conflitos.
Tratado de Lisboa
O conflito entre portugueses e espanhóis se arrastou até 13 de fevereiro de 1668, quando os reis Afonso VI, de Portugal, e Carlos II da Espanha, firmaram o Tratado de Lisboa. Este tratado, por sua vez, fez a Espanha reconhecer a restauração do trono português e a sua independência.
Como resultado disso, prisioneiros foram soltos e territórios sob domínio espanhol foram devolvidos ao reino português. A única exceção foi a ilha de Ceuta, na costa do Marrocos, na África.
Então, o que achou da matéria? Se gostou, leia também: Maria II de Portugal, quem foi? Vida, reinado e casamentos.
Fontes: Infoescola, Prepara Enem, Infopédia
Imagens: Guerra da aclamação, VortexMag, Plot Twist, Rádio Campanário, RTP Ensina