Cubismo – Origem, características, principais obras e artistas

O cubismo é um movimento artístico que marcou o século XX. Isso devido a sua forma de expressar a realidade por meio de formas geométricas.

Cubismo – Origem, características, principais obras e artistas

O cubismo é um movimento artístico da vanguarda europeia, que surgiu no começo do século XX. Aliás, o cubismo é considerado um dos movimentos mais importantes da época. Isso porque rompeu com a vertente de modelos estéticos que valorizavam a perfeição das formas.

Sendo assim, foi, e ainda é, um movimento artístico revolucionário, justamente por apresentar uma observação da realidade por diferentes perspectivas. Isso inclui a geometrização das formas e a quebra da representação verossímil das coisas.

Contudo, não estamos falando propriamente da abstração das coisas, uma vez que é representada por imagens figurativas, mas que ainda são reconhecíveis. Um dos principais nomes desse movimento, e um dos fundadores, foi o pintor espanhol Pablo Picasso.

Portanto, hoje vamos falar sobre o cubismo, sua origem, características e principais obras.

Origem do Cubismo

A Segunda Revolução Industrial, que ocorreu em meados do século XIX, acabou trazendo grandes mudanças para a virada do século. Sendo assim, o século XX começou em uma fase de transição, onde se originou um novo estilo de vida, esse que influenciou diretamente os artistas da época. Portanto, os artistas começaram a propor novas formas de se representar a realidade.

Nesse sentido, pode-se dizer que o cubismo surgiu com a obra do artista Pau Cézanne. Ele acreditava que a pintura deveria retratar as formas da natureza como sem fossem formas geométricas, como cones, esferas e cilindros.

Entretanto, a partir disso, os artistas cubistas começaram a representar os objetos com todas as suas partes em um mesmo plano. Sendo assim, o ponto alto do cubismo foi em 1907, com a pintura Les Demoiselles d’Avignon (As damas d’Avignon), de Pablo Picasso.

Outro importante artista, que contribuiu para a fundação do movimento cubista, foi o pintor e escultor francês Geroges Braque.

Tela Les Demoiselles d’Avignon (As damas d’Avignon), do pintor espanhol Pablo Picasso.
Fonte: ResearchGate

Dessa forma, Picasso e Braque, inspirados por Cézanne, deram inicio à geometrização dos elementos da realidade. Então, Braque enviou algumas de suas telas para o Salão de Outono, em 1908. Essas obras, por sua vez, reduziam tudo, desde sítios a casas, em esquemas geométricos ou cubos. Contudo, algum tempo depois, Gil Blas batizou o movimento de cubismo.

Sendo assim, o cubismo surge como um movimento estético parisiense, que logo se popularizou por toda a Europa e Américas. Começava assim uma nova forma de fazer arte. Essa que foi uma resposta direta às mudanças no estilo de vida fundado no começo do século XX.

Origem do Cubismo no Brasil

Sob influência das vanguardas europeias, o cubismo chega ao Brasil entre os anos de 1912 e 1917. Sendo assim, em 1922, acontece a primeira Semana de Arte Moderna de São Paulo, resultado da chegada do movimento ao país.

Contudo, até então o movimento não tinha tanta força por aqui, o que mudou depois da Semana de Arte Moderna. Com isso, Tarsila do Amaral, artista da Primeira Fase do Modernismo brasileiro, se denomina cubista em 1923. Em suas obras a partir disso, é notável a influência da vanguarda europeia, pelo uso de várias formas geométricas.

Tela São Paulo, da pintora Tarsila do Amaral.
Fonte: Picturing the Americas

E esse movimento se expandiu para além da pintura, englobando também a literatura e as artes plásticas.

Nas artes plásticas, o trabalho de Anita Malfatti, Rego Monteiro e Di Cavalcanti merecem destaque. Já na literatura cubista, escritores como Oswald de Andrade, Raul Boop e Érico Veríssimo consolidaram o movimento no Brasil.

Características do Cubismo

Uma das principais características do cubismo é a representação dos objetos em três dimensões, em formas geométricas, e com o predomínio de linhas retas. Sendo assim, uma simples cadeira, pode ser representada em uma tela por diferentes ângulos. Ou seja, de cima, de baixo, de lado, e até de cabeça para baixo.

Contudo, mesmo que o tema das pinturas cubistas seja temas convencionais, como auto-retratos e paisagens, a forma com os artistas expunham suas visões dos objetos era tida como muito ousada. Isso porque rompia claramente com a perspectiva tradicional das coisas, além da linha de contorno.

Além do mais, o cubismo também dispensa distinções entre a forma e o fundo, além de qualquer noção de profundidade. Ou seja, na visão conceitual, o cubismo é uma arte que privilegia o exercício mental, como uma forma de expressar ideias e visões.

Fonte: Laart Art

Fases do Cubismo

O movimento cubista viveu três fases importantes. A primeira foi o cubismo cézanniano, que se deu com o surgimento do movimento em 1907. E as duas seguintes que deram forma ao movimento, sendo elas:

Cubismo Analítico (1909)

Como primeira fase do cubismo, a principal característica é a total desmaterialização dos objetos representados. Sendo assim, desfazendo a obra em partes, o artista coloca todos os elementos em planos sucessivos e sobrepostos. Dessa forma, a visão completa da figura, é examinada em todos os seus ângulos, pode meio da sua fragmentação.

Contudo, devido a esse destaque à desmaterialização das formas, ficou quase impossível identificar qualquer figura nas telas dessa fase.

Outro ponto importante dessa fase, foi as cores usadas nas obras. Uma característica pontual do cubismo analítico é a cor moderada, evidenciada por tons de marrom, preto, cinza e ocre.

Tela Violino e Castiçal, de Braque.
Fonte: Pinterest

Cubismo Sintético (1911)

Depois do cubismo analítico, surge o cubismo sintético, como uma reação à fragmentação exagerada e perda da estrutura dos objetos. Sendo assim, ocorre uma redução na fragmentação dos objetos. Tudo isso para tornar as figuras reconhecíveis de novo.

Junto a isso, surge também a técnica de colagem, que se apropria de outros materiais, como pedaços de jornal, madeira, vidro entre outros, para fazer parte da tela. Sendo assim, essa a implementação dessa nova técnica se da pela necessidade dos artistas em criar novos efeitos. Ou seja, ultrapassar os limites das sensações visuais expressadas pela tela, oferecendo ao observador também sensações táteis.

Tela Homem no Café, de Juan Gris.
Fonte: O cru e o Maltado

Cubismo na Literatura

Quando o cubismo se expandiu para a literatura, os escritores buscaram reformular a prática literária. Sendo assim, eles levaram para o texto a fragmentação, a colagem e a recriação das coisas através de metáforas e analogias.

Dessa forma, na poesia, o cubismo é caracterizado pela expressão do verso livre, de métrica irregular, e ausência de pontuação. Quanto a estrutura, de modo geral é divido em recortes, fragmentos de cenas e frases que compõem o todo.

Contudo, as múltiplas perspectiva se unem no plano textual, não descrevendo detalhadamente a realidade, mas capitando e validando diferentes pontos de vista. Além de que se utiliza muito a técnica de colagem através de combinações de palavras. Assim, formando uma imagem, uma ideia e múltiplas associações.

Poemas do Guillaume Apollinaire.
Fonte: Sibila

Confira um exemplo disso na obra de Oswald de Andrade:

Hípica

Saltos records

Cavalos da Penha

Correm jóqueis de Higienópolis

Os magnatas

As meninas

E a orquestra toca

Chá

Na sala de cocktails

(Oswald de Andrade)

Portanto, é notável que não há uma descrição detalhada da realidade. No entanto, há pontos fragmentados que oferecem uma perspectiva distinta, o que forma um quadro de sobreposições. Essa que é um dos principais traços cubistas.

Principais Artistas do Cubismo

Por fim, conheça alguns dos maiores representantes do movimento cubista:

  • Pablo Picasso (1881-1973);
  • Georges Braque (1882-1963);
  • Juan Gris (1887-1927);
  • Fernand Léger (1881-1955);
  • Diego Rivera (1886-1957).
Tela Mulher Chorando, de Pablo Picasso.
Fonte: História das Artes

Nas artes plásticas, especialmente na escultura cubista, os maiores representantes foram:

  • Raymond Duchamp-Villon (1873-1918);
  • Constantin Brancusi (1876-1957).
Escultura abstrata de Raymond Duchamp-Villon.
Fonte: Pinterest

E por fim, os grandes nomes da literatura que foram influenciados pelo cubismo:

  • Guillaume Apollinaire (1880-1918);
  • Jean Cocteau (1889-1963);
  • Oswald de Andrade(1890-1954);
  • Érico Veríssimo(1905-1975);
  • Raul Bopp (1898-1984).
Poema cubista de Guillaume Apollinaire.
Fonte: Antonio Miranda

Então agora que você já conhece tudo sobre o cubismo, que tal conhecer também o Futurismo?

Fontes: Toda Matéria, História das Artes, InfoEscola, Brasil Escola

Fonte Imagem Destaque: Arte e História

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