O comunismo de guerra foi uma política econômica usada pelo líder bolchevique Lenin. Essa tática teve origem durante a guerra civil, entre 1918 e 1921.
Após a tomada de poder pelos bolcheviques, o movimento de apoio à figura do czar uniu forças militares e políticas e decidiu invadir a Rússia.
A tática tinha como objetivo conter a ação do Exército Branco. Para isso, canalizou recursos agrários e industriais para o sustento da guerra.
Contexto histórico – Guerra civil russa
Antes de entender o que representa o termo comunismo de guerra é preciso voltar um pouco na história.
Isso porque, logo depois da Revolução de 1917, a tomada de poder por parte dos bolcheviques deu origem a um novo estado russo, conhecido como Estado Bolchevique. Posteriormente, este estado se transformaria na União Soviética.
Os opositores estavam ligados ao czar e formaram movimento contrário aos bolcheviques que lideravam a revolução. Essas forças então, com o apoio de outras nações europeias, enfrentaram os bolcheviques em uma batalha conhecida como a guerra civil russa.
Todavia, o conflito era entre o Exército Vermelho e o Exército Branco. O vermelho era liderado por Trótsky e formado pelo proletário, camponeses e membros do Exército imperial russo. O Exército Branco, entretanto, era composto por militares de carreira e o plano era tomar o poder e instituir uma ditadura militar.
Nesse contexto, e na intenção de canalizar todos os recursos produzidos, surgiu o comunismo de guerra. Esse conceito será explicado no próximo tópico.
O que foi o comunismo de guerra?
A situação econômica do país tinha piorado durante a 1ª Guerra Mundial e os bolcheviques precisavam ter sucesso na guerra para se manter no poder. Dessa maneira, o comunismo de guerra previa a integração de toda a produção econômica russa em favor do Exército Vermelho.
Toda mobilização para o sustento da guerra trouxe o privilégio da distribuição de recursos para combatentes e deixou o resto da população seguindo forte racionamento.
Todavia, o comunismo de guerra trouxe militarização do trabalho e operários seguiam radical escala de trabalho, além de obedecerem a hierarquia presente nas fábricas.
Combatido dentro do partido bolchevique, o comunismo de guerra teve fim em 1921. Foi sucedido pela Nova Política Econômica (NEP), que desenvolveria a economia como o capitalismo de estado, obedecendo uma organização rígida e planificada.
Consequências do comunismo de guerra
Essa tentativa russa de construir com urgência uma sociedade comunista fez com que a economia do país ruísse. Com seu comunismo de guerra, Lenin reduziu a produção causando fome devastadora que matou milhões de pessoas.
O comunismo de guerra foi determinante para que o regime soviético tornasse formas de uma ditadura totalitária. Os bolcheviques censuraram notícias sobre a fome afim de esconder a realidade e comprou comida do exterior para alimentar compatriotas.
Nesse ínterim, a produção agrícola caiu e obrigou que 70% da população de São Petersburgo fugisse para o campo. Também metade da população de Moscou fez o mesmo.
Como resultado, os trabalhadores de fábricas foram fortemente pressionados pelo Kremlim e cidadãos entre os 16 e 50 anos foram convocados para exercer trabalho obrigatório.
Todavia, em 1921 o regime reconheceu o estado em que o país estava após a instauração do comunismo de guerra e apelou aos Estados Unidos. O então secretário de comércio, Herbert Hoover, ofereceu ajuda mesmo sendo contra o comunismo.
Nesse sentido, a Administração Americana de Ajuda Humanitária (AAAH) entregou toneladas de alimentos e remédios à União Soviética e, em 1922 a fome tinha seu fim.
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Fontes: Brasil Escola, Prepara Enem, Epoch Times
Imagens: Observador, Jornal da USP, Aventuras na História, Notícias ao minuto