Durante a Idade Média, a figura do cavaleiro medieval era bastante significativa. Tidos como os principais defensores dos feudos, os cavaleiros passavam a vida inteira se dedicando à treinamentos e investindo em armadura e um bom cavalo.
Apesar da importância adquirida ao longo do período medieval, aos poucos, os cavaleiros foram perdendo espaço para as armas de fogo e exércitos que se formaram durante as guerras. Na época medieval, a sociedade feudal era dividida em três segmentos: o clero, os servos e os nobres.
Os cavaleiros, neste caso, eram parte do grupo dos nobres, composto por indivíduos destinados à guerras. Ou seja, a função dos nobres era permanecer constantemente nos confrontos medievais. Sendo assim, quem compunha a cavalaria medieval, geralmente, eram os filhos dos nobres que não herdavam bens familiares.
Geralmente, na Idade Média, quando a família era cheia de herdeiros, o único que herdava algum bem era o primogênito. A prática, denominada primogenitura, era comum para que os bens patrimoniais da família não fossem divididos.
Cavaleiro Medieval
O cavaleiro medieval era parte da nobreza. Esta condição favorecia o tempo dedicado aos treinos e o investimento em armadura e um cavalo.
Ou seja, como a sociedade feudal era dividida entre clero, servos e nobre, apenas quem era da nobreza tinha condições para se dedicar e adquirir tudo que era preciso para se tornar um cavaleiro.
Em alguns casos, os cavaleiros medievais recebiam do rei o direito de cobrança e terras, para que pudessem defender as propriedades feudais.
Em geral, para que um nobre se tornasse um cavaleiro, era preciso passar por um processo de formação, iniciado aos 7 anos de idade. As fases para se tornar um cavaleiro medieval eram dividas em:
- pajem – primeira fase, iniciada aos 7 anos;
- escudeiro – iniciada com 12 anos;
- cavaleiro – transição da juventude para a fase adulta.
O treinamento
O pajem, fase iniciada quando o jovem tinha apenas 7 anos, era a fase constituída por funções específicas que deveriam ser cumpridas.
Em síntese, era dever de um pajem acompanhar os membros da realeza (príncipe, dama, senhor feudal), para prestar-lhes serviços. Além disso, era nessa fase que os conhecimentos iniciais sobre manejo de armas eram adquiridos.
Em seguida, de pajem, o jovem se transformava em escudeiro, aos 12 anos de idade. Como escudeiro, o jovem deveria acompanhar os senhores aos campos de batalha para que os conhecimentos sobre manejo com espada fossem aprimorados.
Como parte do treinamento, também era ensinado aos escudeiro como ter condição física em lutas, bem como nos desafios de esgrima e corridas à cavalo.
Assim que a fase de escudeiro era completada, entre os 18 e 20 anos, era chegada a hora da passagem da juventude para a fase adulta. Essa passagem simboliza a transição entre escudeiro para cavaleiro.
Formação do cavaleiro medieval
Para que a transição ocorresse, os senhores que haviam treinado os jovens realizavam um ritual, chamado de ritual de sagração do cavaleiro. Em síntese, a cerimônia era de grande relevância para a sociedade feudal e, em alguns casos, até o rei estava presente.
Uma noite antes do grande dia, os jovens precisavam ficar em jejum e tinha que passar a noite vigiando as armas que, mais tarde, seriam utilizadas nos confrontos. Logo, assim que o dia raiava, o futuro cavaleiro era desafiado em simulações, que assemelhavam à combates, para que pudessem demonstrar tudo o que aprenderam.
Além isso, o senhor do cavaleiro fazia um juramento, para firmar a transição entre escudeiro e cavaleiro. Com isso, o senhor dava um tapa no rosto, no ombro na nuca do aspirante à cavaleiro e dizia a seguinte frase: “Eu te faço cavaleiro em nome do Padre e do Filho e do Espírito Santo, de São Miguel e de São Jorge. Sê valente, destemido e leal“.
Em seguida, os jovens, já cavaleiros, subiam em seus cavalos e saiam cavalgando. Terminado todo o processo para se tornar um cavaleiro medieval, os membros de origem nobiliárquica passavam a integrar as forças responsáveis pelo feudo.
Em situações de guerra, por exemplo, dificilmente os cavaleiros sobreviviam sem o seu cavalo. Além disso, os cavaleiros eram organizados em postos diferenciados de batalha, que serviam para manter melhor a vigia dos feudos. Caso um cavaleiro ficasse sua montaria, a morte era quase certa.
Ressignificação dos cavaleiros
Durante o período das Cruzadas, por volta do século 12, os cavaleiros medievais ganharam uma significação mais religiosa. Ou seja, o cavaleiro era responsável por defender os feudos, porém, como adição às funções, também eram incumbidos de lutar contra infiéis e hereges.
Também foi neste período que os cavaleiros foram perdendo espaço para as armas reforçadas e a formação dos exércitos. Durante a Guerra dos Cem Anos, por exemplo, a presença dos cavaleiros medievais já era mínima.
A formação da guarda de proteção dos feudos se tonou mais profissionalizada, armas de fogo começaram a ser utilizadas e os cavalos foram substituídos por alternativas mecânicas de locomoção.
Já as armaduras utilizadas pelos cavaleiros foram mantidas, já que serviam como escudo contra as armas de fogo que eram usadas nas guerras. Com o passar dos anos e a evolução das armas, as armaduras serviam apenas como couraças, já que se tornaram fracas frente ao armamento bélico.
Por fim, com a substituição do cavaleiro medieval pelos exércitos, a figura de cavaleiro se tornou um título honorífico. Além disso, os cavaleiros serviam como força auxiliar para os soldados, e eram utilizados em confrontos iniciais, como forma de atacar os vulneráveis.
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Fontes: História do Mundo, Brasil Escola, Aventuras na História e Estudo Prático
Imagens: Tricurioso, Seguindo os passos da História, Revista Esfinge, Mundo Português e Velho General