Poemas que emocionam e fazem refletir. Logo, escrita apurada e que leva a mente para fora da realidade latente. Isso mesmo, estamos falando do poeta, contista e cronista Carlos Drummond de Andrade. Assim, considerado um dos maiores nomes da escrita brasileira, Drummond fez parte da segunda geração moderna.
Dessa forma, publicou diversas obras literárias que são objetos de estudos em escolas e universidades, grupos de leitura e etc. Bem como, iniciou o que ficou conhecido como “poesia de 30”, publicando a obra “Alguma Poesia“. Logo, Carlos Drummond de Andrade é considerado o maior poeta da literatura brasileira do século XX.
Dessa forma, eternizado por suas palavras que envolvem temas atuais, Drummond conquistou a admiração de leitores contemporâneos. Assim, é fácil encontrar em seus escritos temas como rotina das grandes cidades. Além disso, a solidão, a memória, a vida em sociedade, as relações humanas também aparecem na sua literatura.
A vida de Carlos Drummond de Andrade
Em síntese, Drummond nasceu no dia 31 de outubro de 1902, em Itabira do Mato, interior de Minas Gerais. Logo, era filho dos fazendeiros Carlos de Paula Andrade e Julieta Augusta Drummond de Andrade. Assim, logo cedo, Drummond apresentava vestígios de que se interessaria pela palavra e pela literatura.
Dessa forma, ingressou no colégio em Belo Horizonte, em 1916. Nesse sentido, após dois anos, iniciou os estudos no Colégio Anchieta, no interior do Rio de Janeiro. Porém, em 1919, Drummond foi expulso do colégio acusado de “insubordinação mental” após se desentender com um professor de Português.
Por consequência, teve que voltar à Belo Horizonte. Assim, após dois anos começou a trabalhar no Diário de Minas. Dessa forma, teve espaço para publicar seus trabalhos. Assim, um ponto interessante é que Drummond se formou em Farmácia, porém não chegou a exercer a profissão.
Logo após, Drummond cause-se aos 23 anos, em 1925, com Dolores Dutra de Morais e teve dois filhos. Logo depois, em 1926, foi professor no Ginásio Sul-Americano de Itabira ministrando aulas de Geografia e Português. Além disso, trabalhou como redator-chefe do jornal Diário de Minas.
Por fim, durante a vida de escritor, Drummond tinha como companheira sua filha, a cronista Maria Julieta Drummond de Andrade. Assim, Drummond faleceu, aos 85 anos, dias após a morte de sua filha, no dia 17 de agosto de 1987 no Rio de Janeiro.
Literatura de Drummond
Em síntese, as obras de Carlos Drummond de Andrade são reconhecidas por transmitirem, além de questões atuais, reflexões existenciais profundas. Assim, são obras em que o sujeito questiona a forma e o modo como vive. Além disso, questiona o possado e qual o propósito que carregamos durante a jornada terrena.
Dessa forma, além de ter trabalhado por 35 anos no serviço público, Drummond recebeu aos 80 anos o prêmio de “Doutor Honoris Causa” pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN).
Ao mesmo tempo, não esquecendo a paixão pela literatura, em 1930 publicou o livro “Alguma Poesia”, primeira obra do autor. Assim, tornou-se reconhecido por críticos literários, leitores, apaixonados pelo mundo da literatura ao publicar “No meio do caminho”. Logo, o poema foi publicado na Revista de Antropofagia de São Paulo em 1928 tornando-se um dos maiores escritos da literatura brasileira.
Nesse sentido, confira o poema que abalou as estruturas literárias brasileiras:
“No meio do caminho tinha uma pedra
Tinha uma pedra no meio do caminho
Tinha uma pedra
No meio do caminho tinha uma pedra.
Nunca me esquecerei desse acontecimento
Na vida de minhas retinas tão fatigadas.
Nunca me esquecerei que no meio do caminho
Tinha uma pedra
Tinha uma pedra no meio do caminho
No meio do caminho tinha uma pedra.”
Algumas obras de Drummond
Em síntese, Drummond foi poeta, cronista. Além disso, escreveu prosa, se aventurou na literatura infantil e fez diversas traduções. Assim, seus escritos eram recheados de elementos da sua terra natal. Além disso, é possível ver aspectos da vida cotidiana, o sofrimento. Por fim, Drummond também escrevia sobre o amor e o ato de viver.
Assim, dentre as principais obras do autor, podemos destacar:
- Alguma poesia (1930)
- Brejo das almas (1934)
- Sentimento do Mundo (1940)
- Confissões de Minas (1944)
- A Rosa do povo (1945)
- Poesia até agora (1948)
- O Gerente (1945)
- Claro Enigma (1951)
- Contos de Aprendiz (1951)
- A Mesa (1951)
- Passeios na Ilha (1952)
- Antologia Poética (1962)
- Obra Completa (1964)
- Cadeira de Balanço (1966)
- Mundo Vasto mundo (1967)
- Poemas (1971)
- As Impurezas do Branco (1973)
- Amor, Amores (1975)
- A Visita (1977)
- Contos Plausíveis (1981)
- Amar se aprende amando (1985)
Os poemas
Em suma, Drummond escrevia para mostrar que a literatura, a poesia não necessariamente se limita aos moldes tradicionais estabelecidos. Assim, o ato de escrever está além dos formatos e que pode-se escrever sobre quaisquer temas, sentimentos. Além disso, a palavra nos impulsiona a refletir a questionar a ato de viver.
Logo, dentre os poemas mais conhecidos e ovacionados de Drummond estão:
- No Meio do Caminho;
- Poema de Sete Faces;
- Quadrilha;
- José;
- Amar;
- Os Ombros Suportam o Mundo;
- Destruição;
- Congresso Internacional do Medo;
- Receita de Ano Novo;
- Sentimento do mundo;
- As Sem-Razões do Amor;
- Para Sempre;
- O amor Bate na Porta;
- Mãos Dadas;
- A máquina do mundo;
- Ainda que mal;
- Canção Final;
- O Deus de cada homem;
- Memória;
- Não se mate;
- O Tempo passa? Não passa;
- Consolo na praia;
Você sabia?
- Carlos Drummond de Andrade é considerado um dos mais influentes poetas brasileiros do século XX;
- A estátua “Dois Poetas”, localizada em Porto Alegre, além de “O Pensador”, no Rio de Janeiro, são homenagens ao grande escritor;
- O documentário “O poeta de sete faces” (2002) retrata a vida e a obra de Drummond. Ele foi escrito e dirigido pelo cineasta brasileiro Paulo Thiago;
- Dentre os anos de 1988 e 1990, a imagem de Drummond esteve representada nas notas de cinquenta cruzados.
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Fontes: Toda Matéria, Cultura Genial
Fonte imagem destaque: Fundação Cultural