Podendo ser produzida tanto por organismos vivos quanto em laboratório, a ureia é um composto orgânico. Nos vertebrados, a substância é sintetizada no fígado a partir da reação da amônia e do gás carbônico.
Apesar de ser menos nociva que a amônia, a ureia não deixa de ser tóxica. Dentre os representantes do Reino Animal, o composto pode ser encontrado em anelídeos, peixes cartilaginosos, anfíbios e mamíferos. Animais que excretam ureia são chamados ureotélicos.
A principal função da ureia é biológica. Embora existam outros usos e aplicações para a mesma, na natureza ela é um dos produtos finais do metabolismo de proteína dos animais superiores.
A composição e sintetização da ureia
Assim como mencionado acima, a amônia é uma substância tóxica, do metabolismo do nitrogênio. Portanto, os animais terrestres precisam eliminá-la rapidamente do organismo.
Dessa forma, nesses indivíduos, o nitrogênio é excretado através da ureia, um composto bastante solúvel em água e inofensivo para as células.
O Ciclo da Ureia tem início nas mitocôndrias, circula no sangue, é filtrada pelos rins e termina sendo eliminada através da urina ou suor.
Inclusive, o exame de ureia serve para avaliar se os rins e fígado estão funcionando corretamente, já que a grande quantidade de ureia presente no sangue é caracterizada como uremia, uma condição perigosa.
No entanto, muito além da função biológica, a ureia é bastante significativa para a Química Orgânica.
Pertencente ao grupo funcional das amidas, a ureia recebe a denominação de diamida do ácido carbônico. Essa nomenclatura é resultado de sua composição, que possui dois grupos NH2 ligados a um radical acila.
Então, se tratando de uma diamida, a ureia possui um caráter um pouco mais básico que as amidas comuns. Além disso, a ureia é um composto orgânico cristalino, incolor e com um ponto de fusão de 132,7 ºC.
De acordo com a União Internacional de Química Pura e Aplicada (IUPAC), o nome químico da ureia é diaminometanal. Em 1828, a ureia entrou para a história da Química Orgânica após ter sido sintetizada em laboratório pelo médico alemão Friedrich Wöhler.
Embora tenha sido uma descoberta acidental, já que o cientista esperava preparar cianeto de amônio (NH4OCN(s)), a sintetização da ureia se tornou marcante para a Química Orgânica, pois provou que a teoria da Força Vital estava errada.
A Teoria da Força Vital
Também conhecida como Vitalismo, a Teoria da Força Vital foi proposta pelo químico sueco Jöns Jacob Berzelius. Em suma, essa tese defendia que apenas os seres vivos poderiam produzir compostos orgânicos.
Portanto, substâncias encontradas na natureza não poderiam ser reproduzidas artificialmente em laboratório. O nome da teoria se dá pelo fato de Berzelius acreditar que os compostos orgânicos eram produzidos a partir de uma “força vital” característica dos organismos vivos, o que tornava impossível a replicação dos mesmos.
A teoria de Berzelius foi prontamente aceita pelos demais químicos da época e não sofreu nenhum questionamento.
Porém, alguns anos depois, a síntese de Wöhler colocou essa hipótese por terra e abriu portas para a sintetização de muitos outros compostos orgânicos, como o metanol, o acetileno e o ácido acético. Como resultado disso, a Química Orgânica passou a ser o campo mais estudado da Química.
Outros usos e aplicações da ureia
Após sua sintetização em laboratório, a a ureia passou a ser replicada e serviu de base para a produção de outros compostos. Sendo assim, hoje em dia a ureia já conta com diversos usos e aplicações para além de sua função biológica.
Só para ilustrar, a ureia é utilizada na produção de:
- adubo (fertilizantes agrícolas);
- ração bovina;
- explosivos;
- resinas;
- polímeros;
- medicamentos;
- chuva artificial;
- hidratantes em cremes e pomadas cosméticas.
O que achou da matéria? Se gostou, confira também: Esterificação – O que é, como ocorre e principais características
Fontes: Mundo Educação, Toda Matéria, Tua Saúde, PrePara Enem, InfoEscola.