A Região Norte do Brasil é formada por sete estados:
- Acre – Rio Branco (AC)
- Amapá – Macapá (AP)
- Amazonas – Manaus (AM)
- Pará – Belém (PA)
- Rondônia – Porto Velho (RO)
- Roraima – Boa Vista (RR)
- Tocantins – Palmas (TO)
É a maior região em extensão territorial, sua área é de 3 853 676,948 km². Ou seja, equivale a 42,27% do território nacional. Apesar de ser muito grande, é a menos populosa e menos povoada de todo o país. Sua população é de cerda de 17,2 milhões de habitantes, portanto gera uma densidade demográfica de 4,5 habitantes/km².
Seus estados fazem fronteira com Bolívia, Peru, Colômbia, Venezuela, Guiana, Suriname e a Guiana Francesa. Dentro do Brasil, está ligada às unidades federativas do Maranhão, Piauí, Bahia, Goiás e Mato Grosso. Na região Norte encontra-se a maior parte da Floresta Amazônica, bem como o rio Amazonas, a Bacia Amazônica e o pico mais alto do país, o Pico da Neblina.
A cultura local tem muita influência indígena e sua economia é baseada no extrativismo. Os produtos mais comuns dessa área são o látex, açaí, guaraná e madeira. Também existe grande exploração de ferro. Na capital amazonense, foi criada a Zona Franca de Manaus, para atrair maior industrialização com incentivos fiscais. Dessa forma, trazendo mais pessoas para habitar o território.
Geografia
No Norte, o relevo é predominantemente formado por planícies e planaltos. As áreas mais baixas compõem a planície amazônica, que está entre 100 e 200 metros acima do mar. Elas acompanham a bacia fluvial, desse modo, em época de cheias, são alagadas.
Já os planaltos contam com chapadas e serras. Podemos citar a serra dos Carajás, serra Pelada, a chapada das Mangabeiras, no Tocantins e a chapada dos Parecis. Aqui também se encontram os Planaltos das Guianas, que tem origem nos escudos cristalinos. Ainda existem regiões mais altas com altitudes acima de 800 metros. Por exemplo o Pico da Neblina e a Serra do Imeri.
Além disso, na região Norte encontra-se a maior bacia hidrográfica do mundo: a Bacia Amazônica, com 3.869,953 km de extensão. Bem como a Bacia do Tocantins, que é a maior bacia hidrográfica totalmente brasileira. Ou seja, diferentemente da primeira que nasce no Peru, essa corre apenas no Brasil. E, graças a esse grande reservatório de água doce, nessa região está localizada a maior hidrelétrica do país: a hidrelétrica de Tucuruí, localizada no estado do Pará.
A grande quantidade de água existente na localidade só é possível por causa da predominância clima equatorial úmido. As altas temperaturas, devido a proximidade à Linha do Equador, têm medias acima de 25°C. O índice pluviométrico também é bastante elevado, com chuvas durante todo o ano.
No entanto, no Tocantins e sudeste do Pará, o existe o clima tropical: invernos secos e verões chuvosos. Enquanto no leste de Roraima e noroeste do Pará, o clima é equatorial semiúmido, possuindo curtos períodos de seca.
Vegetação
A maior parte da vegetação da região Norte é composta pela Floresta Amazônica, que ocupa 40% do território brasileiro. Num geral, é formada por árvores de grande e médio porte. Contudo, a partir dela é possível dividir diferentes níveis de mata de acordo com a altitude. A mata de terra firme se encontra em terrenos mais altos e suas árvores podem chegar a 30 metros. Algumas espécies são: castanheira, andiroba, guaraná, cedro e mogno.
Por sua vez, a mata de várzea não está em regiões tão elevados, o que a deixa vulnerável a inundações periódicas. A vegetação aqui é bastante variada e suas árvores fornecem maniçoba, látex, maçaranduba entre outros produtos.
Por fim, a mata de igapó é a parte mais baixa da floresta, próxima aos rios. Portanto, o solo está sempre alagado e há plantas aquáticas como a vitória geria. Mas também existem marcas de cerrado e mangues na região Norte. Além de áreas propícias para a criação de gado.
História da Região Norte
A região Norte do Brasil começou a se ocupar ainda no processo de colonização, mas um tanto limitada pela mata fechada e rios largos. As primeiras expedições registradas são espanholas. No século XVI, a exploração das terras nortistas aumentou. O extrativismo de madeira, como pau-brasil, sementes oleaginosas e corantes foi o que possibilitou a consolidação.
Logo que foram firmados os territórios portugueses e espanhóis pelo Tratado de Madrid (1750), Portugal se empenhou em ocupar a região Norte. Especialmente, a Amazônia. Dessa forma, foi criada a Companhia Geral do Comércio do Grão-Pará e Maranhão, para organizar a produção de drogas do sertão e levá-las para a Europa.
Posteriormente, já no século XIX, iniciou-se o Ciclo da Borracha. Um grande número de imigrantes começou a chegar à Amazônia a procura das seringueiras, de onde se extrai o látex. A demanda internacional pela borracha fez a região Norte começar a prosperar.
Portanto, foram construídos portos em Belém e Manaus para escoar as mercadorias. Além disso, essas duas cidades passaram por um processo de modernização com bibliotecas, palacetes, teatros, energia elétrica etc.
No entanto, toda essa atividade gerou escravização e morte de vários indígenas. Com a economia subindo, o Acre foi comprado da Bolívia. Foram construídas ferrovias para distribuir a produção extrativista. Bem como, indústrias de consumo se instalaram nessas áreas.
Mas o início do século XX trouxe o declínio da produção de borracha, gerando fuga de capitais e desemprego. E foi só no período entre guerras que houve um novo interesse no mercado da borracha por parte dos norte-americanos. Assim, foi construída a Fordlândia, com o objetivo de fornecer pneus às fábricas Ford.
A economia hoje
Atualmente, a economia da região Norte é bastante diversificada. Existem muitos recursos minerais na localidade, como a cassiterita, ferro, manganês, ouro, bauxita, níquel e cobre. Além disso, o rio Negro e Solimões é rico em petróleo e gás natural.
Outro produto bastante comercializado é a castanha-do-pará, conhecida internacionalmente como Brazil nut. A cidade de Marabá (PA) é a maior exportadora desse produto e envia para vários países da Europa, para Estados Unidos e Japão.
As atividades extrativistas trouxeram muito interesse para a região. Desse modo, houve um grande interesse em industrializar a localidade. Sendo assim, planejaram um Distrito Industrial com empresas nacionais e estrangeiras. Os incentivos vieram principalmente do setor de eletroeletrônicos por conta das facilidades de importação de peças e componentes. Com todos os investimentos feitos na região Norte, o turismo cresceu bastante.
Cultura
A região Norte possui uma grande população indígena que conseguiu manter muitas tradições. Essas comunidades deixaram marcas profundas na cultura nortista. Fazer artesanato com barro, cerâmica, couro, madeira, pedra-sabão e sementes faz parte dessa herança. Bem como bijuterias e artigos de decoração.
Um bom exemplo é a cerâmica marajoara que surgiu na Ilha de Marajó. Esta foi a primeira arte de cerâmica do Brasil e, hoje, é conhecida no exterior. A culinária é rica em mandioca e peixe. Alguns pratos típicos são o Tacacá, Maniçoba e Pirarucu de Casaca. Entre as frutas famosas estão o açaí, cupuaçu, guaraná e graviola.
Quanto aos eventos, os maiores são o Festival Folclórico de Parintins e o Círio de Nazaré. As músicas das festas são sempre momento de dança e a região Norte tem suas manifestações típicas.
O Camaleão une casais se vestem a rigor e dançam ao som do violão, do cavaquinho e da rabeca. Já a Dança do Maçarico adiciona a sanfona e os pares dançam passos rápidos e lentos de acordo com a música.
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Fontes: Brasil Escola, Toda Matéria, Info Escola.
Imagem de destaque: Jovem Pan.