A Região Nordeste é a terceira maior em quesito de extensão territorial das regiões brasileiras e possui 1.554.291.607 km2., ocupando 18,27% da área do país.
Banhada pelo Oceano Atlântico, é composta por nove estados:
- Alagoas (AL) – Maceió
- Bahia (BA) – Salvador
- Ceará (CE) – Fortaleza
- Maranhão (MA) – São Luís
- Paraíba (PB) – João Pessoa
- Pernambuco (PE) – Recife
- Piauí (PI) – Teresina
- Rio Grande do Norte (RN) – Natal
- Sergipe (SE) – Aracaju
Possui uma população de, aproximadamente, 56,1 milhões de habitantes. Tendo, portanto, uma densidade demográfica de 36,6 habitantes/ km2. Sendo que a maioria vive em áreas urbanas. Dessa forma são ranqueados como mais e menos populosos os estados da Bahia e Sergipe, respectivamente.
Pelo contato com a água, foi a primeira região a ser explorada pelos portugueses durante a colonização. Sendo assim, muitas cidades têm construções e monumentos que remontam essa época. Por isso e pelas belas praias nordestinas, o turismo é bastante forte na localidade. Além do destaque para o folclore, artesanato e comidas típicas.
A região Nordeste inclui a Reserva Biológica do Atol das Rocas, no Rio Grande do Norte. Bem como, o paraíso ecológico e turístico das ilhas de Fernando de Noronha.
Sub-regiões nordestinas
A geografia, vegetação e o clima são variam de acordo com as zonas de localização. Portanto, existe uma sub-divisão de quatro áreas: Zona da Mata, Agreste, Sertão e o Meio Norte.
Zona da Mata
Nela estão localizadas quase todas as capitais nordestinas. Pela proximidade com o oceano Atlântico, sua vegetação original é a Mata Atlântica. Compreende uma faixa litorânea do Rio Grande do Norte até o sul da Bahia. Logo, o clima dessa sub-região é tropical úmido com chuvas irregulares. O pico do índice pluviométrico nessa área é de abril a julho. As temperaturas são altas e variam entre 25 e 31 graus ao longo do ano.
A geografia é formada por planaltos, planícies e depressões. A combinação desses fatores permite que a Zona da Mata tenha a fauna e a flora bastante diversificadas. Coqueirais e manguezais são típicos, bem como recifes e corais e também as famosas dunas. Permitindo a prática de esportes náuticos.
- História e economia:
A colonização portuguesa provocou um largo desmatamento da Mata Atlântica para desenvolver plantação de cana-de-açúcar e cacau. A agroindústria canavieira ainda é bastante forte atualmente. O sul da Bahia foi um grande produtor e exportador de cacau. No entanto, o ataque da praga vassoura de bruxa derrubou a economia do estado.
Posteriormente, no início da década e 1940, houve a descoberta de petróleo no Recôncavo Baiano gerando o renascimento da economia na região. Desse modo, criou-se uma refinaria na cidade de Mataripe e, mais tarde, o pólo petroquímico de Camaçari.
Na década de 70, com o porto de Suape, em Pernambuco, várias empresas começaram a migrar para o estado. Sendo assim, a Zona da Mata tornou-se um polo industrial de grande importância para o País. Além disso, o turismo por conta das praias, que estão entre as mais belas do Brasil, é bastante forte. Portanto, esta é a sub-região com maior desenvolvimento dentro da região Nordeste.
Agreste
É uma estreita faixa paralela à Zona da Mata, indo do RN até parte da Bahia. Por estar próxima ao oceano, mas não ser diretamente ligada ao litoral, o Agreste é uma zona de transição da Região Nordeste. Suas características variam entre os climas tropical úmido e semiárido. Desse modo, suas temperaturas variam entre 18 e 30 graus.
Da mesma forma que o clima, a vegetação também varia entre as áreas de Sertão e Zona da Mata. Nela pode-se encontrar tanto Mata Atlântica como Caatinga. Sua geografia é formado por planaltos acidentados, com destaque para o Planalto da Borborema. Ou seja, esse relevo impede a passagem da umidade, provocando falta de chuva.
Contudo, em áreas com formações de vales, o índice pluviométrico é um pouco mais alto. Possibilitando, então, a formação de brejos, o que favorece a agricultura do Agreste. A economia dessa sub-região está ligada ao cultivo de milho, feijão, frutas tropicais, mandioca e verduras. Bem como também a criação de gado e caprinos. Esses produtos abastecem tanto o Agreste como a Zona da Mata.
Além disso, a localidade também fornece mão de obra para as plantações de cana-de-açúcar. Outro fator que impulsiona a economia é o ecoturismo, que atrai os amantes da natureza. O ponto focal desses turistas é a Chapada da Diamantina.
Sertão
É a maior das sub-regiões nordestinas. Vai do Ceará até a Bahia, percorrendo parte todos os estados, menos o Maranhão. No sertão o clima é semiárido com poucas chuvas, sendo essa uma das principais características da região Nordeste. Por causa do baixo índice pluviométrico, essa localidade sofre longas secas e altas temperaturas. Podendo passar dos 40 graus durante o verão.
Os rios presentes nessa sub-região são temporários e só aparecem nas épocas de chuva. Com exceção do Rio São Francisco, cuja transposição é responsável por levar água para a população. Composto por planaltos, chapadas e cerras, o solo do sertão é extremamente seco e pedregoso. Portanto a vegetação predominante é a caatinga, já que suas plantas, como o Xique-Xique, se adaptam à falta de água.
A economia, por sua vez, é baseada em agricultura, tendo o algodão como principal produto para abastecer as indústrias têxteis. Próximo aos rios encontram-se outras formas de plantação. Por exemplo, no vale do Rio Açu é comum a fruticultura. Esse cultivo serve para exportação e abastecimento interno. Existe também vinhedos, que geraram a indústria do vinho na região Nordeste.
Meio Norte
Compreendendo o estado do Maranhão e a maior parte do Piauí, o Meio Norte é uma área de transição entre o Sertão e a Floresta Amazônica, na região Norte. Logo, sua vegetação é mista e bastante variada. O clica é tropical com altas temperaturas. Além disso, a área é cortada por vários rios como o Grajaú e Parnaíba.
Próximo das águas, é comum a cultura de arroz e criação de gado. Além disso, nessa sub-região se encontra a Mata dos Cocais, responsável pela principal renda econômica: extrativismo vegetal, principalmente do babaçu e da carnaúba.
A modernização do Meio Norte, inclusive, expandiu a agropecuária possibilitando plantações de soja também. Enquanto isso, o Porto de Itaqui, no Maranhão, se tornou escoadouro de minerais extraídos no Pará.
Economia geral
Em suma, a economia nordestina é muito diversificada por conta das diferentes sub-regiões. Além disso, está em constante movimento. O turismo é ponto crucial para o giro do capital. As praias da região Nordeste atraem milhões de turistas brasileiros e internacionais todos os anos.
Contudo, a agropecuária é prejudicada pelas chuvas irregulares. As cabras, certamente, são destaque na criação, porque se adaptam ao clima quente e seco. Já no cultivo, a cana-de-açúcar é o produto principal. E, por causa da área litorânea, a região tem grande criação comercial de camarão, concentrando 97% da produção desse crustáceo no Brasil.
Além disso, a região Nordeste tem recebido indústrias com incentivo de benefícios fiscais estaduais e mão de obra barata. Outro elemento que conta bastante para a economia é a exploração de petróleo. Pois a localidade é a segunda produtora de petróleo do país, sendo a maior na extração de petróleo em terra. Apesar da diversificação, a participação do Nordeste para o Produto Interno Bruto (PIB) nacional é pequena, apenas 13,1%.
Cultura da Região Nordeste
Sobretudo, a região Nordeste é bastante conhecida por suas manifestações culturais, principalmente festas e danças. O Carnaval, além de ser a maior festa nacional, também é o evento mais famoso entre os nordestinos. Com destaque para cidades como Salvador, Olinda e Recife, por exemplo. Além disso, a dança típica da festa é o frevo.
Outra festa muito comum é o Bumba Meu Boi. Esta, inclusive, apresenta a dramatização de uma história folclórica.
Há também um folguedo alagoano que se chama Quilombo. A ideia, em suma, é relembrar a fuga dos escravos das fazendas, formando o Quilombo dos Palmares. A influência negra na cultura nordestina é muito forte. Por exemplo, a capoeira foi introduzida no Brasil pelos africanos. Constitui uma mistura de luta com dança apresentada ao som do berimbau.
Entre as religiões, é comum o Candomblé: culto religioso de matriz africana. Seu nome varia de acordo com o estado. Outra manifestação religiosa é a Festa de Iemanjá, em que as pessoas vão para a praia levar presentes para a Rainha do Mar.
Uma importante característica cultural da Região Nordeste é a Literatura de Cordel. Histórias em forma de prosa ou versos são escritas formando pequenos livros. O nome, porém, se dá porque esses textos eram dispostos em cordas. Artesanatos em couro, madeira, cerâmica e redes são muito comuns e bastante importantes culturalmente.
Ademais, têm a culinária típica da localidade. Assim como a própria região Nordeste, suas comidas são muito variadas. Mas, de um modo geral, são conhecidas pelos temperos fortes e picantes.
Alguns pratos famosos, por exemplo, são a carne de sol, o acarajé, o vatapá, a canjica e frutos do mar. Também há um destaque para frutas como ciriguela, umbu, buriti, cajá e macaúba.
Curiosidades
- Teresina, basicamente, é a única capital da região Nordeste que não está situada no litoral.
- São Luís é a única cidade brasileira fundada pelos franceses.
- Salvador é destacada como o centro da cultura africana no Brasil.
- João Pessoa foi considerada a segunda cidade mais arborizada do mundo de 1992 a 2010.
- Recife tem traços da Holanda em sua cultura por ter sido sede do governo holandês.
- A taxa de mortalidade infantil é a maior do país, enquanto a expectativa de vida é a menor.
Se você gostou de conhecer sobre a Região Nordeste, aproveita para ler também sobre Região Sul – História, cultura, geografia, economia e estados da região.
Fontes: Brasil Escola, Info Escola e Toda Matéria.
Imagem de destaque: Estudo Kids.