John Locke foi um notório filósofo inglês nascido em Wrington, na Inglaterra, em 29 de agosto de 1632.
Filho de um advogado que lutou na guerra civil inglesa (1642-1651), John estudou na Escola Westminster e depois na prestigiada Universidade de Oxford.
Inicialmente, desejava cursar Medicina, mas se viu fascinado pelos escritos de René Descartes, Thomas Hobbes e Francis Bacon. Assim, cursou Filosofia por volta de 1659.
Pai do liberalismo
Seu pensamento político e filosófico é visto como uma premissa do liberalismo, onde o homem é livre e igual aos demais e não apenas um simples membro da sociedade.
Seu pensamento político e filosófico é visto como uma premissa do liberalismo, onde o homem é livre e igual aos demais e não apenas um simples membro da sociedade.
Para John Locke, o poder deve ser concedido por aqueles que são afetados por ele, e entregue a um líder que respeite os direitos humanos naturais, arbitre conflitos e os solucione.
Na sua célebre “Carta sobre a Tolerância”, Locke afirma, entre outras coisas, que cada um pode escolher como garantir a sua salvação e aderir livremente a este ou aquele dogma. Ele foi, portanto, um dos principais precursores do período iluminista na Europa.
Liberdade em vida
Enquanto alicerçava seu pensamento político, o filósofo inglês fez amizade com o Lord Ashley Cooper, futuro Chanceler da Inglaterra, que lhe confiou a educação de seu filho e lhe ofereceu várias missões diplomáticas.
Assim, John Locke passou boa parte de sua vida viajando e estudando as sociedades da época. Ele jamais se casou ou teve filhos.
As primeiras obras dele foram publicadas no final da década de 1660.
Principais ensaios
Em síntese, seus ensaios principais foram “Carta sobre a tolerância”, “Ensaio acerca do Entendimento Humano”, “Dois Tratados sobre o Governo” e “Reflexões sobre a educação”.
Por meio dessas obras influenciadas pelo racionalismo cartesiano, John Locke se opôs ao escolasticismo de seus estudos em Oxford e se tornou o fundador do empirismo filosófico.
Em síntese, o empirismo define o homem como uma página em branco, uma “tabula rasa” que adquire conhecimento por meio da experiência.
Sua teoria política fundou as bases do pensamento liberal, em particular na noção de Estado de Direito e do contrato social.
Ensaio de John Locke sobre a compreensão humana
Em 1689, John Locke publicou “Essay on Human Understanding”, uma obra filosófica em que questiona a construção do conhecimento humano.
Neste livro, Locke explica que o conhecimento se trata sobre nossas ideias e, em seguida, refuta o pensamento de que existe conhecimento inato.
Segundo ele, de fato, a formação de ideias passa necessariamente pela experiência de uma ‘transmissão’ de valores.
Originalmente, a alma é, portanto, uma lousa em branco, sem ideias, cuja formação é feita por contribuições externas.
O ‘Ensaio acerca do Entendimento Humano’ se tornou uma das principais fontes do empirismo na filosofia moderna, tendo influenciado diretamente outros filósofos como Hume e Berkeley.
Dois Tratados sobre o Governo
Em 1690, apenas um ano após a publicação de seu primeiro ensaio, Locke lançou seu Tratado Sobre o Governo Civil.
Dividido em duas partes, este livro explica qual deve ser o papel do Estado e sua legitimidade.
De acordo com Locke, os homens estão originalmente em um estado de natureza e têm direitos naturais.
No entanto, neste estado de natureza, os indivíduos carecem das leis ou do sistema de justiça necessários para exercer esses direitos.
Ele explica que é por esta razão que os indivíduos então optam por renunciar ao estado de natureza, levando ao surgimento do estado.
Cartas sobre a Tolerância
Entre 1689 e 1692, no contexto das guerras religiosas na Europa, Locke formulou um raciocínio clássico para a tolerância.
Para isso, embasou dois argumentos essenciais:
- Os juízes da terra, o estado em particular e os seres humanos em geral, não podem avaliar de forma confiável as afirmações de verdade de pontos de vista religiosos divergentes;
- Mesmo que pudessem, aplicar uma única “verdadeira religião” não teria o efeito desejado, porque a crença não pode ser compelida pela violência.
Assim, ele defende as ações dos cidadãos, principalmente no campo religioso, que devem ser toleradas pelo Estado, sem violência, desde que cumpram as funções de defender a vida, a liberdade e a propriedade.
A tolerância religiosa está diretamente atrelada à separação entre Estado e Igreja (Católica, Protestante, Calvinista ou qualquer outra denominação).
Filosofia de John Locke
Considerado um dos fundadores do empirismo, John Locke está na origem de uma filosofia segundo a qual a experiência está na origem do conhecimento.
Ele se opõe, portanto, às teorias racionalistas e inatas apoiadas por filósofos como Descartes, segundo as quais certas ideias estão presentes no homem desde o seu nascimento.
Aderindo à linhagem de outros filósofos, como Thomas Hobbes ou Jean-Jacques Rousseau, John Locke é também o instigador de uma filosofia política segundo a qual existe um contrato social entre homens que teriam a capacidade de fazer uma determinada sociedade passar do estado de natureza ao estado de civilização.
Considerado um precursor do liberalismo político, Locke sustenta que o principal papel da instituição política baseada no contrato social é consagrar legalmente os direitos inalienáveis do indivíduo, como a vida, a liberdade e a igualdade dos homens.
Legado e falecimento
John Locke trabalhou em conceitos da metafísica, epistemologia, linguagem e até educação.
Em suma, ele se concentrou particularmente no que é o conhecimento e em teorias sobre a compreensão humana, o empirismo moderno, o liberalismo e a democracia liberal, desraigada do absolutismo e dos déspotas que marcaram sua época.
Por fim, foi um grande defensor da monarquia constitucional – tal qual o Reino Unido é até os dias atuais, – da liberdade e da função do governo, estabelecendo as bases de divisão dos poderes: Legislativo, Executivo e Judiciário.
O filósofo inglês morreu em 28 de outubro de 1704 em Oates, Essex, no Reino Unido. Seu corpo foi sepultado no cemitério da Igreja de Lavre, onde ele residia desde 1691.
Frases marcantes de John Locke
Nos livros, cartas e ensaios publicados por Locke, podemos separar algumas frases célebres, que foram imortalizadas pela história.
- O que te preocupa, te escraviza.
- Onde não tem lei, não tem liberdade.
- É preciso metade do tempo para usar a outra.
- A felicidade é uma condição da mente e não das circunstâncias.
- Nossas ações são as melhores interpretações de nossos pensamentos.
- A necessidade de procurar a verdadeira felicidade é o fundamento da nossa liberdade.
Fontes: Toda Matéria, Brasil Escola, Ebiografia, Nova Escola
Imagens: Devaneios de um Cinéfilo, Filosofia na Escola, Inquires Journal, Super Abril e Cópias de Arte