Falar sobre calor já virou um dos temas principais do nosso dia a dia. Afinal, os termômetros têm registrado temperaturas cada vez mais altas, sobretudo nas grandes cidades. Mas você já parou para pensar que metrópoles como São Paulo são bem mais quentes em comparação a suas zonas periféricas e cidades vizinhas? Esse fenômeno é conhecido como ilhas de calor.
Ilha de calor é uma zona de altas temperaturas, que também pode ser chamada de Ilha de Calor Urbano. Essa definição foi pensada ao se comparar grandes cidades com áreas menores e que estão próximas a esses centros.
Isso ocorre porque o calor que é transmitido pelos raios solares acaba ficando “preso” na superfície e no ar das cidades, adquirindo incapacidade de circular ou mesmo retornar à atmosfera.
Dessa forma, autoridades sanitárias já ligaram o sinal de alerta, pois a tendência é de que esse cenário piore diante de fatores como, por exemplo, a ausência de áreas verdes e o aumento da poluição atmosférica.
Confira abaixo como foi pensado esse conceito de ilhas de calor, quais são suas causas, consequências e possíveis soluções.
Entenda o que são as ilhas de calor
Ilhas de calor é a definição que se aplica às diferenças de temperatura entre grandes cidades e regiões rurais ou periféricas próximas. Esse fenômeno ocorre devido a urbanização que tomou conta, sobretudo das capitais estaduais e regiões metropolitanas que reúnem muitas construções e concentração de asfalto.
Sendo assim, as diferenças de temperatura entre centros de zonas urbanas e zonas rurais próximas podem chegar a até 11°C, o que gera uma série de conflitos para aqueles que moram nas cidades.
Essa diferença é mais gritante, sem dúvidas, durante a noite, quando o calor gerado pelos raios solares durante o dia ainda fica armazenado ao redor de muros, calçadas, prédios, construções e no asfalto que cobre as principais avenidas.
Em contrapartida, na zona rural, a maior incidência de plantas e árvores acelera o processo de evapotranspiração e permite que o ar circule com facilidade, impedindo a retenção e diminuindo rapidamente as temperaturas.
O que causam as ilhas de calor?
Entre as principais causas estão o aumento da urbanização, que disparou o número de construções (de concreto, na maioria) nas cidades, bem como dos quilômetros asfaltados. Dessa maneira, os grandes edifícios impedem a circulação do vento e absorvem mais calor, ao invés de devolvê-lo à atmosfera.
Em seguida, podemos citar a ausência de áreas verdes, que interferem no poder da superfície de refletir os efeitos dos raios solares; a liberação do calor pelas residências e indústrias; e o avanço da impermeabilização do solo, que, após o calçamento, perde sua capacidade de reter água, a empurrando para entupir bueiros e galerias.
Por fim, o aumento da frota de veículos que, consequentemente, causa mais poluição atmosférica. Só para exemplificar, apenas na cidade de São Paulo existem mais de 8,6 milhões de veículos, configurando uma média de 7,4 para cada 10 habitantes. Os dados são de 2018.
Quais suas consequências?
O mal-estar e desconforto, além das doenças respiratórias, não são os únicos problemas desencadeados pelas ilhas de calor.
Uma das consequências mais recorrentes são as enchentes, que provocam inundações, transtornos e, por muitas vezes, até mortes. Mas por que isso ocorre?
A elevação das temperaturas faz com que uma grande quantidade de ar quente suba para a atmosfera, provocando um desequilíbrio ecológico que aumenta a quantidade de chuvas nas ilhas de calor.
Muita chuva provoca enchente. Contudo, esse fenômeno constitui um processo natural, uma vez que é responsável por manter o equilíbrio das bacias hidrográficas. O que deveria ocorrer é o aumento do volume dos rios após a chuva, que levaria a fertilidade do solo ao redor daquele rio através da escoação.
No entanto, o asfalto impede que a água da chuva penetre no solo, promovendo o alagamento de rios, riachos e nascentes. Posteriormente, podem ocorrer deslizamentos de terra, inundações e outros transtornos.
Outras consequências que devem ser mencionadas são o aumento do aquecimento global, por conta da ação na camada de ozônio causada pela poluição do ar; e o consumo de eletricidade, que impacta a sustentabilidade através do uso do ar condicionado.
É possível solucionar o problema das ilhas de calor?
Sim. Talvez o caminho mais fácil passe inevitavelmente pelo aumento da arborização e do reflorestamento, que só traz benefícios. Além de promover uma maior qualidade de vida da população, contribuiria para diminuir o calor e melhorar a sua circulação.
De maneira idêntica, o investimento em energias renováveis, como a solar; a adoção de telhados ecológicos e com películas que não absorvam o calor, assim como o uso de pavimentos permeáveis nas ruas certamente melhoraria todos esses aspectos que atrapalham, e muito, o cotidiano nas grandes cidades não só do Brasil, mas de todo o mundo.
E aí, gostou do tema? Então continue com a gente e saiba mais sobre o que é zona urbana.
Fontes: Toda Matéria, Viva Decora, Secretaria da Educação PR, Brasil Escola, G1
Imagens: Portal Ponto X, Karla Cunha, Veja, Nexo Jornal, Condomínios verdes.