A ilha da Madeira é uma faixa de terra com cerca de 57 km de comprimento do arquipélago de mesmo nome localizado no Oceano Atlântico, a oeste da costa africana. Em conjunto com Porto Santo, as Ilhas Desertas e as Ilhas Selvagens formam a Região Autônoma da Madeira, pertencente a Portugal.
Famosa por sua gastronomia e belíssimas paisagens naturais, a ilha da Madeira é um dos principais destinos turísticos da União Europeia.
A Madeira é, de longe, a maior e mais populosa ilha do seu arquipélago. Tem uma área de 750,7 km² e contém a capital da região autônoma, Funchal, que é também o principal núcleo urbano do arquipélago.
Em Funchal vivem 112 mil habitantes, quase metade de toda a população da região (260 mil habitantes). Além disso, a ilha principal cobre 90% da superfície da região autônoma, cuja formação é inteiramente vulcânica.
Características da ilha da Madeira
Separada das Ilhas Selvagens, das Canárias e da África por uma vala marítima que atinge os 4.512 metros de profundidade, a Madeira, tal como Porto Santo e as Ilhas Desertas, emergiu do Atlântico no período terciário (66 milhões de anos atrás), durante uma erupção vulcânica.
Ademais, o lugar é bastante popular, além de ser um destino turístico, por conta do seu clima subtropical e paisagens únicas. Funchal, principal cidade e porto da costa sul da ilha, situa-se a 32° 38′ de latitude norte e 16° 55′ de longitude oeste.
Portanto, possui distância de cerca de 660 km da costa africana, 980 km de Lisboa, 400 km das Ilhas Canárias e 880 km da ilha de Santa Maria, a mais próxima dos Açores (também de Portugal).
Com montanhas vulcânicas cortadas por profundos vales até ao mar, a Madeira apresenta uma forma alongada de leste a oeste: tem cerca de 57 km de comprimento e 24 km de largura, com 160 km de costa.
Configuração geográfica da ilha da Madeira
A altitude média é de 1300 metros, onde se destacam o Pico Ruivo (1862 metros), o Pico das Torres (1850 metros) e o Pico do Arieiro (1818 metros). As costas são íngremes e as praias de areia são raras – e por isso mesmo, ainda mais bonitas.
A leste, a Ponta de São Lourenço forma uma península que se estende por dois ilhéus. Na costa sul, a oeste do Funchal, ergue-se o Cabo Girão, uma das falésias mais altas de todo o planeta.
A floresta de loureiros que cobria a ilha antes da sua colonização e lhe conferiu tal nome, foi quase totalmente queimada pelos primeiros colonos, e apenas algumas áreas nos vales do norte da ilha foram preservados.
Eventualmente, em 1999, a Ilha da Madeira foi incluída como Patrimônio Mundial da UNESCO.
Nas últimas décadas, a floresta se recuperou gradualmente com o auxílio da gestão local, que plantou centenas de milhares de árvores que hoje coexistem com espécies endêmicas.
Como resultado, a umidade do norte favorece o crescimento de uma vegetação exuberante, incluindo encostas quase verticais.
Clima da ilha da Madeira
A ilha da Madeira está inserida numa zona subtropical: ou seja, o seu clima é temperado durante todo o ano, com baixa oscilação de temperatura anual (16° C no inverno, 23° C no verão) e temperaturas sempre temperadas pelo mar.
Os dias quentes são muito raros, mesmo no verão, e a temperatura raramente cai abaixo de 10° C no inverno.
Existe um contraste notável entre a parte norte (mais chuvosa) e a parte sul (mais seca e ensolarada), principalmente no verão.
As precipitações variam de 500 mm no sudeste da ilha a mais de 2.000 mm na encosta norte.
As chuvas caem principalmente de outubro a março e são mais irregulares de maio a setembro. Para aproveitar as chuvas regulares do norte e o sol do sul da ilha, foi construída uma extensa rede de canais.
Vegetação e culturas
O clima e o terreno determinam três zonas de vegetação:
- Do nível do mar (zero metros) até 300 metros, é subtropical. No litoral norte, assim como no litoral sul, são cultivados cana-de-açúcar , banana e algumas hortaliças. As figueiras invadem as áreas secas do litoral sul.
- Entre 300 e 750 metros é a zona temperada quente do clima mediterrâneo. Esta é a área perfeita para a plantação de videiras e cereais (milho, trigo, aveia). Em síntese, as frutas são variadas, típicas de países europeus e tropicais: como laranjas, peras, maçãs, ameixas e frutas ditas ‘exóticas’ como goiaba, abacate, manga, pudim e maracujá.
- Acima de 750 metros está a zona temperada fria, com encostas arborizadas de pinheiros, urze, acácia, mimosa e loureiros arborescentes. Em seguida, nos picos, gramíneas e samambaias.
Cultura
As ilhas autônomas do arquipélago possuem monumentos históricos (como a catedral ou a Sé do Funchal); ruas e praças abarrotadas de plantas e flores e pequenas aldeias típicas.
Analogamente, a tradicional casa com telhado de colmo é uma atração turística da cidade de Santana.
Na Madeira existem inúmeros canais de irrigação chamados ‘levadas’ que transportam água da parte norte da ilha para a parte sul. Hoje, as levadas não só fornecem água para a região sul da ilha, mas também geram energia hidrelétrica.
São cerca de 2.200 km de levadas formando uma rede de trilhas, que proporcionam ao caminhante uma experiência relaxante em belos lugares do interior da ilha.
Outros, no entanto, correm por penhascos perigosos.
O Funchal oferece outras atrações, como a sua rede de museus.
O Museu de Arte Sacra (com pintura flamenga, escultura religiosa e ourivesaria, incluindo o tesouro da Sé do Funchal), e o Museu Quinta das Cruzes (com peças arqueológicas, mobiliário português e inglês dos séculos XVI a XIX, peças em porcelana, azulejos, pinturas, gravuras e litografias).
Por fim, o seu jardim arqueológico apresenta lápides, janelas manuelinas (em pedra basáltica) e vários brasões centenários.
Gastronomia
Em síntese, a Madeira é um bom destino para movimentar o corpo: perfeita para a prática de desportos náuticos e com múltiplas opções para caminhadas e passeios de montanha.
Felizmente, as abundantes possibilidades de atividade física permitem queimar todas as calorias extras que são ingeridas na visita à ilha. E geralmente são bastante!
O bacalhau está muito presente nos menus dos madeirenses, bem como está em Portugal. Destaca-se também a sopa de castanhas, pudim de maracujá e o almoço de peixe-espada cozido com mariscos (servidos à parte).
Analogamente, um dos produtos mais emblemáticos da Ilha da Madeira é o bolo do caco, um pão circular feito de farinha e batata doce que se come com manteiga de alho, geralmente como acompanhamento de outros pratos ou em forma de sanduíche.
Outra guarnição tradicional da Madeira é o milho frito, servido com ‘cubos’ feitos de farinha de milho, couve, manteiga e alho.
Bebidas típicas
Quanto às bebidas, podemos destacar a Nikita – feita de cerveja, sorvete e pedaços de abacaxi, além dos vinhos, disponíveis em fartas opções no arquipélago. Não há melhor lembrança da Madeira do que algumas garrafas da sua insígnia gastronómica.
A Madeira é um verdadeiro paraíso das frutas. Você encontrará abacates, bananas, cerejas, pudins ou mamões, frequentemente usados para enriquecer as refeições dos populares.
Em seguida, quando transformadas em sucos, são uma verdadeira delícia e estão sempre frescas – graças ao clima agradável e ameno da região.
História da Ilha da Madeira
É provável que a ilha da Madeira seja conhecida desde a Antiguidade (os fenícios, sem dúvida, a conheciam).
Primordialmente, sua existência é atestada desde 1351 em um portulano (carta náutica) de Florença e em documentos geográficos árabes.
Os primeiros navegadores portugueses lançados nas explorações marítimas organizadas por D. Henrique, o Navegador ( João Gonçalves Zarco e Tristão Vaz Teixeira ) refugiaram-se em Porto Santo em 1419.
A ilha da Madeira foi avistada e abordada no ano seguinte por Zarco, Teixeira e Bartolomeu Perestrelo, na atual localização do porto de Machico.
A colonização pelos portugueses começou imediatamente, com a atribuição de Zarco e Vaz ao governo da Madeira, enquanto Perestrelo tornou-se capitão-governador da ilha de Porto Santo (integrante do arquipélago).
Além disso, a ilha foi um importante ponto de descanso durante a época dos grandes descobrimentos.
Cristóvão Colombo ficou no arquipélago, onde se casou com Felipa Perestrello Moniz, filha de Bartolomeu Perestrelo.
É um fato notório, pois Felipa conseguiu apresentar a Colombo os mapas de seu pai, o que o ajudou na descoberta do Novo Mundo.
Visitada pelos vikings
Os Vikings fizeram escala na ilha da Madeira entre os séculos IX e XI.
Em síntese, o estudo de ossos de rato (Mus musculus) do século XI demonstrou que os roedores chegaram por ali entre 800 e 1036 d.C., graças à comparação de seu DNA mitocondrial com o de populações da Escandinávia e da Alemanha.
Entretanto, entre os séculos XI e XV, o arquipélago ficou desabitado. Isso até 1419, quando o navegador português João Gonçalves Zarco aportou à Madeira.
Colonização portuguesa
Daquele momento em diante, visando assegurar a colonização, o Infante D. Henrique dividiu administrativamente o arquipélago em três capitanias chefiadas Tristão Vaz, João Gonçalves Zarco e Bartolomeu Perestrelo.
As capitanias vigoraram até 1580, passando então todo o território a ser administrado por um governador. Esta situação prevaleceria daí em diante, mesmo após a restauração de independência portuguesa em 1640.
Posteriormente, mais de dois séculos depois, em 1910, Portugal tornou-se uma república, e em 1926 numa ditadura que viria a ser liderada por Salazar durante 36 anos. Durante este período, a ilha da Madeira chegou a ser militarmente ocupada.
Em 1974, a revolução portuguesa trouxe novos tempos para o arquipélago. Por fim, a Madeira ascendeu ao estatuto político de Região Autónoma, status que mantém há quase cinquenta anos.
Fontes: Madeira-web, Madeira.best, Dubbi, Abril, El Mundo, Periodico
Imagens: Viagem & Turismo, Escapada Rural, Madeira.best, El Mundo