“A esperança é a única coisa mais forte que o medo”. Essa frase foi dita pelo Presidente Snow, personagem do best-seller mundial, Jogos Vorazes. A frase se encaixa facilmente na história real da Guerra do Haiti, onde a população de haitianos se fez mais de ousadia do que resistência.
Em síntese, a Guerra no Haiti teve início devido à uma revolução que foi liderada pelos povos escravizados. No ano de 1804, o país conseguiu ser o primeiro a se separar do imperialismo europeu, conquistando sua independência.
Atualmente, o país é conhecido por seu status de imensa pobreza e confrontos, que são reflexos de uma guerra civil. Como resultado, é possível ver a migração de seus habitantes para diversos países da América do Norte e América Latina.
Outra característica da Guerra no Haiti está ligada ao contexto histórico que possui relatos de lutas, revoluções e, principalmente, do protagonismo negro, colocando o país na história como sendo o primeiro a derrotar as forças europeias e declarar independência.
Contexto Histórico da Guerra no Haiti
Em suma, o pontapé inicial da Guerra no Haiti, ocorreu na próspera colônia das Américas, mais exatamente na Ilha de Saint Domingue. As riquezas produzidas nesta região eram consequentes de uma forma de exploração que considerava escravos africanos como bestas.
Eventualmente, o povo africano trabalhava por um período de mais de 12 horas, sob condições precárias de exploração. Esse motivo contribuiu para que a colônia se tornasse uma das maiores exportadoras de açúcar do país.
Porém, após cerca de 300 anos de escravidão, um escavo negro acendeu uma chama de esperança ao povo Haitiano, Toussaint L’ouverture. Por mais que fosse escravo. L’ouverture sabia ler e escrever e foi fundamental para a expulsão dos exércitos ingleses e espanhóis.
Escravos e resistência
No contexto da Guerra do Haiti, L’ouverture foi considerado o Centauro da Savana, e liderou, em 1971, uma rebelião no Haiti, que tinha como molde a Revolução Francesa.
Em síntese, após expulsar os exércitos europeus e ingleses com a ajuda dos milhares de escravos africanos, L’ouverture conseguiu a estimulação da produção agrícola, dando início ao comércio da republica americana.
Todavia, grandes feitos foram realizados através da liderança de L’ouverture, como por exemplo, a primeira redução de carga horária no expediente da história. Outra característica do líder foi a entrega de lucros aos trabalhadores.
A abolição da escravatura do povo haitiano se confirmou no ano de 1794. Dessa forma, L’ouverture foi nomeado governador vitalício, em 1801. Porém, uma expedição francesa foi enviada por Napoleão para retomar a ilha.
Entretanto, L’ouverture foi capturado e enviado para a França, onde morreu em uma prisão, em 1803. A partir daí, outro escravo negro assumiu a liderança do movimento, Jean-Jacques Dessalines.
O movimento de resistência liderado por Dessalines foi positivo, fazendo com que o país obtivesse sua independência no dia 1° de janeiro de 1804. A partir de então, o país passou a se chamar Haiti, e se consagrou como uma das primeiras repúblicas de negros das Américas a conquistar a Independência.
Guerra do Haiti – Ditadura
Um dos períodos que mais afetou o povo haitiano teve início em 1957, com a chegada do médico François “Papa Doc” Duvalier na presidência. Em suma, Papa Doc instalou um regime de ditadura baseado na repressão militar que perseguia os opositores.
Com o assassinato de Papa Doc, em 1971, seu filho Jean-Claude Duvalier, o Baby Doc, assumiu a presidência do Haiti e deu continuidade às perseguições políticas. Porém, as manifestações populistas contra o regime ditatorial se intensificaram, fazendo com o que Baby Doc fugisse para França.
Em 1990, o Padre Aristide foi eleito presidente. Porém, seu governo não durou muito tempo. Um golpe militar no ano seguinte levou Aristide a ser deposto, intensificando a Guerra no Haiti.
Contudo, a Organização das Nações Unidas (ONU) impôs sanções econômicas ao Haiti para forçar a volta de Aristide. Somente em 1994, ele retornou ao cargo de presidente do Haiti.
Haiti nos dias atuais
Desde que se declarou independente, o Haiti passou a sofrer golpes militares e intervenções políticas, agravando a Guerra no Haiti. Uma das mais duradouras aconteceu entre os anos de 2004 a 2017 e foi comandada pelo exército brasileiro, que enviou 37,5 mil militares para o país durante o período.
Em suma, a violência que eclodiu na região de Porto Príncipe se deu por meio da guerra civil com as gangues armadas, que se iniciou em consequência da renúncia do presidente Jean Bertrand Aristide.
Com o terremoto do Haiti, em 2010, que deixou 220 mil mortos no país, a missão das Nações Unidas para Estabilização do Haiti (Minustah), liderada pelo militarismo brasileiro, ganhou um novo patamar.
Isso porque, os militares passaram a desempenhar papel social visando à reconstrução do país e a garantia aos direitos humanos.
Atualmente, o Haiti tenta se reerguer. A Organização das Nações Unidas (ONU) destinou cerca de 1,2 bilhões para ajudar na reconstrução do país.
Porém, os haitianos continuam passando dificuldades e estima-se que cerca de 2 milhões de pessoas precisem de suprimentos básicos, como água potável, alimentos e remédios.
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Fontes: Esquerda Diário, Haiti – As duas faces, Agência Brasil, Brasil de Fato
Imagens: CNW Network, Medium, Aventuras na História, El País, National Geographic