Nascido em 19 de abril de 1882, no Rio Grande do Sul, Getúlio Vargas foi advogado, político e presidente do Brasil. Ele foi o governante que ficou mais tempo na presidência do país em toda sua história republicana.
Filho de Manuel do Nascimento Vargas, combatente da Guerra do Paraguai e chefe do Partido Republicano Rio-Grandense (PRR), e de Cândida Dornelles Vargas, Getúlio seguiu carreira militar. Foi sargento do 6° Batalhão de Infantaria de São Borja e, posteriormente, fez parte da Escola Tática de Rio Pardo (RS), em 1900. Dois anos depois transferiu-se para o 25° Batalhão de infantaria, em Porto Alegre.
Casou-se com Darci Sarmanho Vargas, em 1914, e teve cinco filhos. Entre eles, três seguiram a vida política do pai. Após sair do exército, ele se graduou em Direito. Ainda ingressou na Faculdade de Direito e fundou o Bloco Acadêmico Castilhista para apoiar as ideias de Julio Castilhos, líder e fundador do PRR. Tornou-se promotor e, mais tarde, foi eleito a deputado estadual gaúcho. Dessa forma ganhou bastante prestígio.
Getúlio Vargas também chegou a ser deputado federal, líder na Câmara dos republicanos Gaúchos e Ministro da Fazenda. Já em 1928, assumiu o cargo de presidente (governador) do estado do Rio Grande do Sul, como pacificador da política estadual. Então, em 1930, chegou à presidência do Brasil. Cargo que ocupou durante 15 anos até ser deposto. Retornou em 1950 por meio de voto e, quatro anos depois, cometeu suicídio.
Revolução de 30 e Governo Provisório
A chamada política café-com-leite dominava o Brasil na época. Ela consistia em uma alternância da presidência apenas entre políticos de São Paulo e Minas Gerais. Isso porque o poder estava nas mãos dos grandes pecuaristas e das oligarquias cafeeiras. Então, em 1930, Júlio Prestes foi eleito. Contudo, foram feitas várias alegações de fraude foram feitas.
Dessa forma, e após o assassinato de seu vice, João Pessoa, Getúlio Vargas liderou um golpe contra os líderes desses estados. Esse movimento ficou conhecido como a Revolução de 1930. Assim, em 3 de novembro daquele ano, Vargas se tornou chefe do Governo Provisório. Portanto, colocando fim à política de alternância.
O novo presidente tentou se aproximar da população com ao se articular com a Igreja, inauguração do Cristo Redentor, em 12 de outubro de 1931. Bem como aprovando o voto feminino no ano seguinte, criou o Ministério da Educação e Cultura e tornou o ensino primário obrigatório. No entanto, algumas de suas atitudes desagradavam à sociedade.
Getúlio Vargas começou a mostrar que não tinha intuito de convocar eleições presidenciais, se afastou de ideias progressistas, acabou com a liberdade sindical. Além disso, colocou tenentes como governadores estaduais. Assim sendo, esse período foi marcado por uma grande instabilidade política.
Após dois anos desse governo, eclodiu um novo movimento em São Paulo: a Revolução Constitucionalista de 1932. Passou a ser exigida a elaboração de uma nova constituição. Dessa forma, foram realizadas eleições indiretas com o objetivo de firmar um presidente acabando com o período provisório.
Vargas vence com 175 votos contra 59 de seu concorrente e antigo aliado, Borges de Medeiros. Logo, o presidente convoca eleições legislativas e se firma no cargo. Ainda é promulgada a Constituição de 1934.
Governo Constitucional
Diferente do que se imaginava, a nova constituição não resolveu o problema de instabilidade. Dessa forma dando início a uma repressão política de esquerda. Porém, Getúlio Vargas demonstrava não querer sair do seu posto. Logo, acontecem revoltas comunistas que acabam por serem derrotadas em 1935.
Para deter as ameaças esquerdistas, ele fecha o Congresso e se declara presidente do Brasil, marcando o começo do Estado Novo. Nesse período ditatorial, ele outorga a Constituição de 1937, garantindo mais poderes para o Executivo. Bem como, extingue partidos políticos, assim se aproximando de um modelo fascista.
Em contrapartida, movido pelo nacionalismo e populismo, fez do Estado o maior investidor da economia nacional. Impulsionou as industrias de capital privado como estatal. Além disso, consolidou as Leis Trabalhistas dando seguro-desemprego e férias pagas aos trabalhadores urbanos. Ele também criou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, a Companhia Siderúrgica Nacional, a Vale do Rio Doce e a Hidrelétrica do Vale do São Francisco.
Nas relações exteriores, Getúlio Vargas se afastou dos países do Eixo e se aproximou dos Estados Unidos. O que envolveu o Brasil na Segunda Guerra Mundial, autorizando americanos a usarem a base aérea de Natal. No entanto, foi contra a ida de soldados brasileiros para a guerra. Desse modo, se manteve na presidência até 1945, período conhecido como Era Vargas.
A queda de Getúlio Vargas
As decisões do presidente trouxeram vários questionamentos de associações civis e políticas. Ao fim da Segunda Guerra Mundial, inicia-se um processo de pressão pela redemocratização do Brasil. Logo, surgiram pedidos de novas eleições por meio do Manifesto dos Mineiros e também durante o I Congresso Brasileiros de Escritores. Desse modo, Vargas permite a volta de partidos políticos e marca eleições presidenciais para 2 de dezembro de 1945.
Entretanto, nem os militares estavam felizes e começaram a se organizar contra o governante. Para se proteger, ele nomeia seu irmão como chefe da Polícia do Distrito Federal e ameaça prender os generais que fossem contra o presidente. Mas isso enfurece os militares ainda mais, causando a deposição de Getúlio Vargas antes das eleições.
Volta à política e suicídio
Mesmo após ser deposto, Getúlio volta a viver de política e, em 1946, é eleito senador. Contudo, constrangimentos por parte de seus opositores o fazem se exilar na Fazenda Itu. Onde ficou afastado até 1950, quando o governo de Eurico Gaspar Dutra chega ao fim. Vargas, então, se candidata à presidência e vence com 48.7% dos votos.
De volta ao poder, ele renova a política nacionalista e cria empresas estatais como a Petrobras. Mas não obtém tanto sucesso quanto seu antecessor. Consequentemente, passa a sofrer grande perseguição pela oposição e ataques políticos.
Então, em 5 de agosto de 1954, Carlos Lacerda, líder da UDN e um dos principais inimigos de Getúlio Vargas, sofre um atentado. Provocando uma investigação e pedidos de renúncia ao presidente. A que respondeu que só sairia dali morto. Portanto, em 24 de agosto de 1954, ele comete suicídio no Palácio do Catete. Em sua carta-testamento ele disse: “Deixo a vida para entrar na História“.
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Fontes: InfoEscola e Toda Matéria.
Imagem de destaque: Portal Plural.