Nascido no dia 22 de janeiro de 1521, em Londres, Francis Bacon dedicou sua vida à escrita filosófica desmistificada. Criou formas de pensamento diferentes da filosofia aristotélica, pois acreditava que esta não passava de um passatempo mental. Além de filósofo e criador do método indutivo – baseado no empirismo – foi também político e ensaísta inglês.
Seus escritos foram fundamentais para o desenvolvimento da ciência e do modo como as pesquisas científicas eram realizadas. O pai, Nicholas Bacon, e a mãe, Ann Cooke; eram membros da corte. Por conta disso, Bacon teve livre acesso às atividades reais.
Logo, na adolescência, ingressou na Universidade de Cambridge para estudar Direito. Depois de formado, Francis Bacon foi nomeado para vários cargos importantes, como conselheiro, procurador-geral, guarda de selo, dentro outros. Assim, chegou à posição de 1.° Visconde de Alban, além de assumir o cargo de embaixador da Inglaterra na França.
Francis Bacon faleceu em Highate, no Reino Unido, no dia 9 de abril de 1626.
Francis Bacon na carreira política
Após as várias nomeações políticas, Francis Bacon desenvolveu forte ligação com o rei Jaime I. Dessa forma, chegou a se tornar O Grande Chanceler, em 1621. Entretanto, com os cargos políticos, também vieram investigações de corrupção dentro da corte.
Assim, Francis Bacon foi investigado por atos corruptos dentro da Câmara dos Comuns. Logo, foi condenado por atividades ilícitas pela Câmara dos Lordes. Como consequência, foi multado e ameaçado de prisão pela Torre de Londres. Por sorte, Bacon não foi preso e o rei concedeu ao filósofo o perdão.
Deste modo, as atividades políticas estavam proibidas de serem exercidas por Bacon. Assim, sem poder trabalhar ao lado do rei, o filósofo começou a desenvolver trabalhos no campo científico. As técnicas de orador e escritor, desenvolvidas durante os trabalhos políticos, o ajudaram no desenvolvimento das obras filosóficas.
Francis Bacon na filosofia
Em síntese, Francis Bacon foi responsável por desenvolver estudos no campo da filosofia científica. Quando estava na faculdade de Direito, começou a desacreditar no que a filosofia aristotélica pregava. Para ele, o homem deveria desenvolver o conhecimento baseado na verdade dos fatos.
O filósofo desenvolveu grande parte de suas obras em paralelo com a vida de político. Porém, quando foi afastado das funções na corte, pode se dedicar inteiramente à filosofia científica. Assim, uma das primeiras obras que produziu foi Novo Método, em 1620. Em seguida, Sobre a Dignificação e Progresso da Ciência, em 1623.
A filosofia científica de Bacon estava pautada na busca da verdade por meio da comprovação de fatos. Dessa forma, criou o Método Indutivo de pesquisa científica. Assim, o filósofo não acreditava na filosofia baseada apenas em teorias, pois não considerava algo válido cientificamente.
Nesse sentido, Bacon defendia a busca por conhecimento através da verdade. Logo, essa verdade estaria pautada na mente humana livre de preconceitos para que os fatos pudessem ser analisados e comprovados.
O Método Científico
A filosofia aristotélica, inclusive criticada por Bacon; defendia a verdade adquirida por meio do raciocínio. Dessa forma, para se concluir algo não era utilizada a observação, apenas o raciocínio. Era este ponto que Bacon questionava.
Isso porque o filósofo acreditava que a busca pela verdade deveria ser obtida por meio da observação e da experimentação dos fatos. Assim, a análise de algum objetivo ou situação deveria ser feita por meio do raciocínio indutivo. A partir disso, o filósofo criou o que ficou conhecido como Método Indutivo.
Com isso, Bacon colocava de volta nos estudos a vontade pela busca do concreto e pela experimentação dos fatos. O filósofo defendia, ainda, que a figura de ídolos prejudicava a mentalidade dos humanos. Isso porque a racionalidade humana se apegava à questão da falsa noção advinda de figuras medievais e ideias abstratas.
Essas ideias eram vistas, por exemplo, na filosofia escolástica. A partir das observações feitas, Bacon classificou que os conceitos de falsa noção estavam ligados aos ídolos. Assim, o filósofo dividiu os ídolos – que estariam atrapalhando na racionalidade humana – em quatro grupos: ídolos da tribo, ídolos da caverna, ídolos da vida pública e ídolos do teatro.
O reconhecimento desses ídolos, para Bacon, seria a forma de livrar da mente humano preconceitos. Assim, o conhecimento científico poderia ser produzido.
Definição dos ídolos
Como vimos, os ídolos seriam a causa da falsa noção e de hábitos mentais que atrapalhavam a mentalidade. Nesse sentido, os ídolos da tribo seriam a personificação dos limites atribuídos à espécie humana. Assim, é como se a tribo – ou seja, a raça humana – entendesse a realidade da forma que ela, na verdade, não é.
Já os ídolos da caverna seriam as características não entendidas da realidade. Como nos ídolos da tribo a realidade é posta de maneira distorcida, aqui, os ídolos são as ideias dessa realidade que não são explicadas. Neste caso, se tornam perturbadoras para o espírito humano porque dão uma falsa noção do que é a realidade. Não é à toa que esses ídolos estão ligados ao “mito da caverna“, desenvolvido por Platão.
Por outro lado, os ídolos da vida pública são aqueles relacionados à linguagem. A partir da comunicação, a razão pode ser influenciada. Isso porque os seres humanos usam da linguagem para denominar coisas inexistentes ou, até mesmo, fazer uso inadequado das palavras.
Por fim, os ídolos do teatro estão relacionados aos filósofos que defendem a verdade por meio do raciocínio. Assim, são ideias filosóficas consideradas não válidas por não serem comprovadas. Logo, são ídolos pautados na invenção de teorias não demonstradas, apenas criadas.
Método Indutivo
Francis Bacon acreditava que, para livrar a mente da falsa noção produzida pelos ídolos, era necessário observar os fenômenos naturais. Assim, o método conhecido como Método Indutivo, se baseia na observação rigorosa de determinado fenômeno.
Dessa forma, o método foi dividido em quatro etapas. A primeira etapa consiste na observação minuciosa da natureza para, em seguida, coletar as informações advindas da observação. A partir disso, é feito a organização das informações coletadas.
Com isso, é formulado hipóteses a partir da racionalização dos dados coletados. As hipóteses passam, então, por uma série de experimentação para que a pesquisa possa ser concluída.
Principais obras do filósofo
Dentre as diversas obras produzidas por Francis Bacon, algumas merecem destaque. São elas:
- Ensaios
- Da Sabedoria dos Antigos
- Estandartes do Bem e do Mal
- História de Henrique VII
- Casos de Traição
- Elementos das Leis Comuns da Inglaterra
- Novo Método ou Instrumento
- Grande Restauração
- Nova Atlântida
- Reflexões sobre a Natureza das Coisas
- Das Marés
- Classificação das Ciências
- História Natural e Experimental
- Escala do Entendimento
- Antecipações à Filosofia
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Fontes: Toda Matéria, Ebiografia, Só Filosofia e Mundo Educação
Imagens: Medium, Cultura Coletiva, Universo Racionalista, Vivendo na Ciência, Sobrevivendo na Ciência, Sociologia e Direito.