Consciência de classe é um conceito desenvolvido por Marx e Engels e que influenciou a produção sociológica e a produção da teoria política marxista em todas as esferas do pensamento da corrente marxista do século XX.
Para Marx e Engels, a consciência de classe é o modo como o sujeito percebe o seu papel dentro da cadeia de produção capitalista. Dessa forma, é o modo de percepção do sujeito, seja como produtor de riquezas, seja como proprietário dos meios de gerar riqueza.
A percepção do sujeito se dá por meio da luta de classes e outros fatores que só são possíveis por meio da ação do tempo. Todavia, o conceito de consciência de classe abrange também a percepção de um sistema que se divide em classes de ordem econômica e social, que carregam consigo uma série de particularidades, assim como a burguesia e o proletariado.
Consciência de classe
Para Marx, a consciência de classe, a qual o ser humano está sujeito a experimentar, é o que permite que iguais se unam e lutem por melhorias para a classe.
Presente no livro A Sagrada Família, em parceria com Engels, o conceito narra algo que o proletariado está destinado a tomar dentro do sistema capitalista.
Todavia, para Marx e Engels, a consciência de classe não é uma meta do proletariado. Como dito anteriormente, por se tratar de uma situação a qual o ser humano está sujeito a experimentar, a consciência de classe é vista como algo necessário e natural que, de alguma maneira irá acontecer.
Marx estabeleceu e diferenciou condição de classe e consciência de classe. Para ele, a condição de classe funciona de maneira objetiva, uma vez que só é possível possuir ou não o controle dos meios de produção.
Dessa forma, a consciência de classe surgiria de maneira subjetiva, uma vez que requer do ser humano que ele reconheça a sua posição no processo de produção e se organize de forma política para defender os interesses da classe pertencente.
Todavia, consciência de classe é compreender que dentro do capitalismo há uma classe explorada – o proletariado – e outra exploradora, que detém os meios de produção.
Nesse sentido, acabar com a exploração é o que une os proletários, que devem perceber sua força dentro do sistema e se rebelar. Por meio da revolução, deve-se buscar o fim do sistema de exploração e a implantação de um novo sistema que acabe com as divisões de classe.
Classe social
O sistema capitalista é responsável por delimitações sociais, caso das classes sociais. Em suma, nada mais é do que pessoas separadas por níveis sociais.
Na engrenagem do sistema capitalista há uma classe opressora, chamada de dominante que exerce seus poderes sobre uma outra, a dominada. Essa opressão é um dos obstáculos para a formação da consciência de classe.
Marx e Engels defendiam a existência de dois grupos: a burguesia, detentora dos meios de produção e o proletariado, formado por operários, responsáveis pela produção e riqueza do sistema. Entretanto, eles são excluídos da distribuição do sistema, o que gera desigualdade em níveis alarmantes, além de conflitos da ordem social.
Todavia, a classe dominante é composta por um pequeno grupo responsável pela produção de riqueza e com influência direta sobre o Estado. Dessa forma, era possível proteger propriedades e garantir meios de disseminação da ideologia, justificando sua dominação.
Por outro lado, a classe dominada seria a classe proletária. Formada por um grupo maior, que troca sua força por remuneração, se mostrava uma classe que não era organizada a ponto de construir um elo de interesses entre os seus participantes. Assim, além de uma consciência de classe, era necessário se ter solidariedade de classe.
Luta de classes
Toda a luta de classes é uma luta política. No capitalismo, burguesia e proletariado lutam entre si. Ainda, para a teoria marxista, o proletariado se espalhava pelo mundo em várias indústrias, o que tornaria a revolução desta classe um evento que tomaria o globo.
Dentro desta luta, a burguesia explora o proletariado com sua ideologia, um produto criado para legitimar a dominação sobre a classe explorada, que aceitaria de forma passiva. Sem espaço para maiores questionamentos e até mesmo sem espaço para uma organização em troca da defesa de interesses da classe em questão.
Uma vez naturalizada a condição de cada classe, o Estado ainda legitimaria e disseminaria a ideologia imposta, por meio de instituições educacionais e por meio da imprensa. Tudo isso seria feito de forma que não evidenciasse os chamados antagonismos de classe.
Todavia, a luta de classes é o movimento pelo qual se faz possível a mudança para uma sociedade sem classes e sem propriedade. Durante o século XX ocorreram algumas tentativas de implementar sistemas governamentais inspirados na teoria marxista, mas sem sucesso.
O que achou dessa matéria sobre Consciência de classe? Se gostou, confira também: Fases do capitalismo – Conceito, características e transformações.
Fontes: Brasil Escola, Mundo Educação, Info Escola
Imagens: Medium, Marxists, El País, Mundo Sindical