Tupinambás: quem são, origem, onde vivem

Os Tupinambás são indígenas que habitavam quase toda a costa brasileira por volta do século XVI. Conheça a história desses povos

Tupinambás

Os Tupinambás são indígenas que habitavam quase toda a costa brasileira por volta do século XVI. Para você ter uma ideia, os tupinambás ocupavam uma área que ia do litoral norte paulistano e atravessava os estados do Maranhão e Pará até chegar no rio Amazonas.

Ao todo, os grupos tinham cerca de 100.000 indivíduos, sendo a nação indígena mais conhecida de toda a costa brasileira pelos navegadores europeus do séc. XVI. Hoje em dia, os que sobreviveram vivem em reservas indígenas. A principal aldeia fica no sul do Estado da Bahia, eles são chamados de Tupinambás de Olivença.

Desde a chegada dos portugueses ao Brasil, os Tupinambás resistiram ao colonialismo. Desse modo, em vários momentos eles lutaram contra os portugueses e os portugueses exterminaram várias aldeias. Exemplo disso foi o Levante dos Tupinambás.

Quem são os Tupinambás?

Em resumo, os Tupinambás são indígenas que habitavam quase toda a costa brasileira por volta do século XVI.

Eles habitavam duas regiões, a primeira ia da margem direita do rio São Francisco até o Recôncavo Baiano. Já a segunda região ia do cabo de São Tomé, no atual estado do Rio de Janeiro, até São Sebastião, hoje o estado de São Paulo.

Ao todo, os grupos tinham cerca de 100.000 indivíduos, sendo a nação indígena mais conhecida de toda a costa brasileira pelos navegadores europeus do séc. XVI.

Além de designar esses povos, o termo Tupinambá também pode se referir a todos os povos indígenas que, no contato inicial com os portugueses, falavam alguma variante do idioma tupi antigo. Por exemplo, entre esses povos estavam os potiguaras, tupinambás, temiminós, caetés, tabajaras, tamoios, tupinaés, tupiniquins e etc.

No entanto, a etimologia da palavra Tupinambá não é um consenso. Por exemplo, o escritor Eduardo Bueno, com base nos escritos de Teodoro Sampaio, acredita que o termo deriva do tupi tubüb-abá, que significa “descendentes dos primeiros pais”, por meio da junção dos termos tuba (pai), ypy (primeiro) e abá (homem).

Por outro lado, o tupinólogo Eduardo de Almeida Navarro defende a etimologia “todos da família dos tupis”, por meio da junção de tupi (tupi), anama (família) e mbá (todos).

Origem e história dos Tupinambás

Quando os europeus chegaram à costa brasileira, eles encontraram uma população indígena bem homogênea em relação à cultura e à língua.

Esses povos se dividiam em dois grandes grupos: os Tupis, que dominavam a faixa litorânea desde Iguape até, pelo menos, a costa do Ceará e os Guaranis que ocupavam a bacia supracitada e o litoral, desde a Lagoa dos Patos até Cananeia, no atual estado de São Paulo.

Apenas alguns pontos do litoral não eram ocupados pelos tupi-guarani. Os que não eram Tupi eram chamados genericamente de Tapuia. Os Tapuias ocupavam o litoral mas foram expulsos pelo movimento de conquista Tupi.

Havia dois modelos principais de expansão tupi-guarani na costa brasileira. A ideia dominante é a de que ocorreu um movimento migratório de sul para norte, a partir da bacia Paraná-Paraguai, onde tupinambás e guaranis teriam se separado.

O segundo modelo, que tem como base a interpretação de dados arqueológicos, inverte o sentido do deslocamento Tupinambá. Seja como for, a ocupação total do litoral teria ocorrido entre 700-900 d.C. e 1000-1200 d.C, quando os guaranis barraram a expansão dos grupos Tupi mais ao sul.

1- Confederação dos Tamoios

Quando houve a tentativa de escravizar os indígenas para servir nos engenhos de açúcar, as tribos se uniram em uma confederação sob o comando de Cunhambebe chamada de “Confederação dos Tamoios”.

No entanto, depois de muita diplomacia, os padres conseguiram desmantelar a Confederação dos Tamoios, promovendo a Paz de Iperoig, que foi o primeiro tratado de paz das Américas. Mas os indígenas ficaram avisados de que, se voltassem atrás em sua palavra, eles seriam destruídos.

Posteriormente, quando os portugueses atacaram os franceses do Rio de Janeiro, os franceses pediram ajuda para os indígenas que eram seus aliados. A ajuda que os Tupinambás deram aos seus aliados causou o extermínio desses povos. Poucos conseguiram escapar e se refugiar.

2- Levante dos Tupinambás

O Norte do Brasil estava sendo invadido por ingleses e holandeses no séc. XVII. Após os portugueses vencerem os franceses, eles estavam com medo de perder mais territórios, então decidiram expandir em direção ao estado do Pará e da Amazônia.

Os portugueses construíram um forte e os franciscanos fundaram uma casa nessa região. No começo, os Tupinambás que habitavam essas regiões não demonstraram agressividade, pois sabiam que os colonos já tinham capturado e escravizado várias tribos.

No entanto, na primeira semana eles começaram os conflitos com os portugueses, o que resultou na morte de muitos indígenas e no extermínio de muitas aldeias. Com isso, os indígenas se uniram para expulsar os colonos de suas terras e assim houve o Levante dos Tupinambás, também chamado de Guerra dos Tupinambás.

Os portugueses responderam com crueldade, matando muitos indígenas. No mês de janeiro de 1618 os Tupinambás do Pará se uniram com os do Maranhão, com o intuito de defender suas terras e se livrar dos abusos dos colonos. O resultado foi muitos indígenas mortos, mas os vivos não se renderam.

As batalhas entre indígenas e colonos continuaram e houve a devastação de muitas aldeias. O então capitão português Castelo Branco não conseguia conter os indígenas e estava perdendo credibilidade frente à coroa portuguesa e acabou sendo deposto.

Aproveitando essa situação, os Tupinambás atacaram o forte da cidade de Belém e seu líder Cabelo de Velha foi morto pelos portugueses. Após a morte de seu líder, os indígenas sobreviventes acabaram se unindo ao exercito português para ajudar a defender o território de outros invasores europeus.

Além disso, os que não queriam lutar ao lado dos portugueses, eram feitos de prisioneiros de guerra, se tornavam escravos e eram usados como exemplo para outras tribos que não eram submissas.

3- Tupinambás atualmente

Quando a costa brasileira foi ocupada séc. XVI, existiam em torno de 100.00 indígenas Tupinambás. Mas hoje em dia, os que sobreviveram vivem em reservas indígenas.

A principal aldeia de Tupinambás fica no sul do Estado da Bahia e eles são chamados de Tupinambás de Olivença. Além disso, um número indeterminado de Tupinambás vivem no Sul do país no Estado de São Paulo, junto com os Guarani-mbyá que são conhecidos como Tupi- guarani.

Costumes e cultura

As várias tribos que faziam parte da nação Tupinambá tinham raízes em comum, mas viviam lutando entre si. Essas lutas ocorriam por vários motivos como, por exemplo, por vingança. Essas lutas resultaram em prisioneiros capturados que eram devorados em rituais antropofágicos, isto é, de canibalismo.

Uma coisa comum entre os povos tupis, era a referência aos “heróis civilizadores”, divindades que haviam criado ou dado início à civilização indígena. Este era um mito ameríndio muito comum em toda a América Meridional.

Além disso, entre os povos Tupinambás era comum a intercessão dos pajés junto aos espíritos por meio do uso dos marocás, chocalhos místicos usados em cerimônias.

Em relação a sua organização, os primeiros tupis viviam em malocas, espécie de cabanas. Além disso, como forma de organização, eles se dividiam em diversos grupos. Em cada maloca era possível morar cerca de 200 pessoas.

Dentre as atividades que mais praticavam estava a caça, a pesca e a agricultura. Em relação ao plantio e a preparação dos alimentos, eram as mulheres que estavam à frente.

A mandioca era o principal alimento cultivado pelos tupis por causa da versatilidade da planta em várias áreas. Já os homens eram responsáveis pela fabricação das armas que seriam usadas na caça e na pesca.

 

Fontes: IBGE, Escola Britannica, Info escola, Super Abril, História do Mundo e EAMB.

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