O Tratado de Brest-Litovsk foi um acordo de paz assinado na cidade da Bielorrússia com as Potências Centrais e que marcou a saída da Rússia da Primeira Guerra Mundial.
O ano era 1918, mais precisamente no dia 3 de março. Os bolcheviques, grupo que dominava a Rússia na época, repudiava a participação do país em uma guerra de teor nacionalista e imperialista e que, além disso, destruía seu exército a passos largos.
Saiba mais abaixo sobre o contexto em que estavam inseridos os principais países europeus, quem eram seus líderes e qual a importância da assinatura deste termo.
Contexto histórico
A Rússia era uma das grandes potências à frente da Primeira Guerra Mundial (1914-1918), em uma luta travada contra a Alemanha e a Áustria-Hungria.
Naquele momento, o governo provisório optou por tomar medidas impopulares, sobretudo na área da economia, mantendo também as tropas russas na guerra. De maneira idêntica, a Rússia se encontrava na miséria, atravessando um momento de fome, incertezas e pobreza extrema. Desse modo, ganhava força Lênin, líder socialista que tomou o poder em outubro de 1917, através da Revolução de Outubro.
Segundo ele, a Rússia teria prosperidade apenas quando os bolcheviques assumissem o poder, o que ocorreu em 25 de outubro daquele ano. Preocupado em instalar um novo regime comunista, Lênin propôs um acordo de paz com a Alemanha, que consistiu na saída definitiva da nação russa da guerra.
Desse modo, coube a Leon Trotsky, comandante do Exército vermelho e homem de confiança de Lenin, a negociação com as principais potências envolvidas na guerra, sobretudo com a Alemanha e Áustria-Hungria. Trotsky tinha como principal estratégia fragmentar a posição política e internacional alemã a ponto de fazê-la retirar o exército instaurado em terras russas.
Esse acordo ficou conhecido como Tratado de Brest-Litovsk.
Assinatura do Tratado de Brest-Litovsk
Seu objetivo inicial de ganhar tempo diante das exigências de acordo da Alemanha e, sobretudo, de causar-lhe um constrangimento diplomático foi alcançado. Porém, a conquista não evitou que as tropas continuassem firmes em solo russo e nem a perda territorial consistente.
Sendo assim, o acordo de paz foi concluído no dia 3 de março de 1918 e, com ele, a Rússia perdeu a Finlândia, Ucrânia, Polônia, os países bálticos (Letônia, Lituânia e Estônia) e os territórios cedidos à Turquia. Ademais, a nação comprometeu-se a pagar 94 toneladas de ouro aos germânicos.
Por outro lado, o tratado de Brest-Litovsk garantiu a libertação dos prisioneiros, que totalizava mais de 2 milhões de austro-húngaros na Rússia, cerca de 1 milhão de russos na Áustria-Hungria e quase 2 milhões de russos na Alemanha.
Essa assinatura, entretanto, causou uma crise interna no governo, sendo que membros do regime czarista acusaram Lenin de trair o seu país.
Em seguida, países como a Geórgia, Armênia e Sibéria iniciaram movimentos separatistas que fizeram 5 milhões de vítimas na guerra civil (1918-1920), deixando um saldo negativo superior ao caos da Primeira Guerra Mundial.
O mandato de Lenin
Mesmo após a assinatura do Tratado de Brest-Litovsk, o movimento comunista de Lenin continuou enfrentando obstáculos. Um deles foi o combate com o Exército Branco, que temia o avanço da onda comunista para outros países. Para enfrentar as forças militares contra revolucionárias, instaurou-se o comunismo de guerra, que pôs em prática medidas rigorosas de intervenção econômica.
Em resumo, Lênin anunciou a Nova Política Econômica (NEP), pacote de medidas que tinham como objetivo aquecer a economia do país, mesmo que para isso precisassem ser adotadas ações de teor capitalista.
Com a abertura da economia, um novo movimento partidário se consolidava. Para temor de muitos, iniciou-se, em 1923, a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), que contou com regiões vizinhas pró-socialismo. Composta por 15 nações, a sigla era formada por operários, camponeses e soldados. Teve início em 1922 e foi dissolvida em 1991.
Por fim, o comunismo foi enfraquecido com a morte de Vladimir Lênin, em 1924, e a posse do ditador Josef Stalin.
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Fontes: Ensinar História Joelza, Brasil Escola, Brasil Escola, Infopedia, Toda Matéria, Brasil Escola
Imagens: Esquerda Diário , The National Interest, Slide Player, Link Escolar.
