Em química, polaridade se refere à maneira como as cargas elétricas negativas e positivas são distribuídas em uma molécula ou ligação química.
A polaridade se deve à diferença de eletronegatividade entre os átomos que a compõem, às diferenças de carga que ela induz e à sua distribuição no espaço.
A molécula ou ligação é, portanto, considerada um dipolo eletrostático: quanto mais as cargas são distribuídas assimétricamente, mais polar é a molécula e vice-versa.
Se as cargas estiverem distribuídas de forma totalmente simétrica, será apolar, ou seja, não terá polaridade elétrica e, portanto, não será um dipolo eletrostático.
A polaridade e suas consequências afetam uma série de características físicas, como a tensão superficial, o ponto de fusão, o ponto de ebulição e a solubilidade, além de químicas, como a reatividade.
Eletronegatividade
Antes de explicar com afinco o que é polaridade, é necessário entender o conceito de eletronegatividade.
Em resumo, quando um átomo atrai um par eletrônico para si com mais “força” do que outro átomo, concluímos que ele é ‘mais eletronegativo’.
Em outras palavras, a eletronegatividade se fundamenta na tendência que determinado átomo possui em atrair elétrons compartilhados com outro átomo.
Tal propriedade leva em conta a tabela periódica: ela aumenta quando mais para a direita e para cima estiver na tabela.
Polaridade e tipos de ligações químicas
Podemos dividir as chamadas ‘ligações químicas’ em três tipos: iônicas, covalentes ou metálicas.
Nas iônicas, há uma ligação entre um metal e um ametal – aqui, as ligações são sempre polares entre os átomos.
Nas covalentes, há ligações polares e apolares ocorrendo entre os átomos participantes. Isso acontece porque os átomos podem ser iguais ou diferentes, sem preferências.
Por exemplo, no caso da molécula do gás oxigênio (O2), existe uma ligação covalente apolar, pois os dois átomos atuam com a mesma força de atração sobre o par eletrônico compartilhado, resultando em forças que se anulam, produzindo uma ligação sem polos.
No caso de uma ligação entre átomos do ácido clorídrico (HCl), sabemos que o cloro (Cl) tem maior tendência em atrair os elétrons do que o hidrogênio (H). Aqui, há a formação de uma ligação covalente polar, com o hidrogênio sendo o polo positivo e o cloro sendo o polo negativo.
Em suma, ligações entre átomos iguais são apolares, ao passo que entre os átomos diferentes são polares.
Ligações metálicas
Por fim, nas ligações metálicas há uma grande facilidade dos átomos em perder elétrons. Isso porque eles possuem elevados pontos de fusão e ebulição, boa condutividade elétrica e térmica.
A ligação metálica é definida por um mesmo tipo de ligação entre os átomos, que se repetem ao longo da rede de elétrons. Ao analisarmos a polaridade das moléculas, levamos em conta sua geometria molecular, isto é, o arranjo espacial delas.
O momento de dipolo é dado pela medida da polaridade das ligações. Assim, quando o momento dipolar é igual a zero temos uma molécula apolar e quando o momento dipolar é diferente de zero temos uma molécula polar.
Polaridade e avaliação das moléculas
Uma boa maneira de avaliar se as moléculas em questão são polares ou apolares é analisar o número de pares eletrônicos interligados ao redor do átomo central e o número de átomos iguais também ligados a ele.
Simplificadamente, se esses números forem diferentes, a molécula é polar e quando forem iguais a molécula será apolar.
Podemos fazer a mesma avaliação através da chamada ‘miscibilidade’ entre as substâncias.
A miscibilidade é a capacidade de uma mistura (conjunto de substâncias puras) na Química formar uma única fase em intervalos específicos de temperatura, composição e pressão.
A principal regra deste conceito químico é que semelhante dissolve semelhante.
Em síntese, se uma substância é polar, ela só poderá se dissolver em outra polar e vice-versa. Como exemplo, temos a água, que é polar, e o álcool, que é miscível na água. Assim, inferimos que ele também é polar.
Na contramão disso, a gasolina não é miscível em água, então concluímos que a mesma é apolar.
Fontes: Infoescola, Descomplica, Brasil Escola
Imagens: Vecteezy, Upis.br, Brainly e Estácio