O Palácio de Versalhes é símbolo do poder dos monarcas da França absolutista. Antes de ser uma residência real, o espaço era uma zona florestal e pantanosa, onde Luis XIII realizava atividades de caça. Portanto, a construção do palácio em si só começou no reinado de Luis XIV. Antecedente a isso, os reis se estabeleciam no Palácio do Louvre, atual Museu do Louvre.
Os seus 800 hectares e 2.300 aposentos representavam o padrão luxuoso da realeza e da nobreza da França. Ele foi casa real de 1682 até 1789. Os franceses o chamavam de Château de Versailles, porque, no período da Renascença, a palavra “château” se referia a palácios que se localizavam nas zonas rurais.
Durante os reinados seguintes, o Palácio de Versalhes passou por várias obras. Desse modo, vários jardins foram anexados e o parque principal foi aperfeiçoado. No interior do prédio, as decorações mudavam constantemente para agradar as rainhas seguintes. A partir dessas reformas foram concluídas a Ópera Real e a Capela Real.
De casa de campo a palácio
Antes mesmo de ser o famoso Palácio de Versalhes como conhecemos hoje, o prédio era apenas uma casa de campo para Luis XIII. A primeira construção foi realizada em 1623. Posteriormente, em 1631, foi feita uma expansão que deu base para o palácio como o conhecemos.
Dessa forma, foram incluídos jardins à francesa. O espaço deixava de ser exclusivo para caça e ganhava passeios reais. Porém, quando iniciou-se o reinado de Luis XIV, o local ficou inabitado por algum tempo. Isso porque sua mãe, Ana da Áustria, deixou a região de Versailles retornando à área urbana.
Contudo, em 1660, o Rei Sol, como se autodenominou Luis XIV, resolveu transformar o edifício em seu próprio palácio. Assim como vivia de esbanjar riqueza, o rei decidiu mostrar, por meio do Palácio de Versalhes, seu estilo de vida luxuoso. Para isso, contratou o arquiteto Louis Le Vau que elaborou o projeto de expansão do palácio.
As obras se seguiram durante os próximos reinados. Nessa ampliação foram construídos outros prédios: o Grande Trianon, onde se instalou Luis XV e sua rainha Maria Leczinska; o Pequeno Trianon, casa da favorita do rei, Madame de Pompadour; Galeria dos Espelhos e as áreas norte e sul do palácio. Mais tarde, com o objetivo de se distanciar do luxo, Maria Antonieta exigiu a construção de um vilarejo com ar de fazenda e um teatro.
Para os jardins, foi contratado André Le Nôtre. São destaques dessa construção o Laranjal, o Grande Canal e a Fonte do Dragão. Assim, transformou o local em sede da administração da França e de festas da corte francesa. Logo, a aristocracia saiu de Paris para Versalhes. Foi dessa forma até a Revolução Francesa. Posteriormente Napoleão I fez do Grande Trianon sua residência imperial.
Palácio de Versalhes na história
Em 1833, o rei Luis Filipe I transformou o Palácio de Versalhes foi em museu dedicado a “todas as glórias da história da França”. Sendo assim, passou a expor oficialmente artigos da história francesa, desde o período medieval até o século XIX. Contudo, continuou sendo local de eventos importantes do governo francês.
Além disso, durante a Comuna de Paris, recebeu os parlamentares franceses fugidos de Paris. Também recepcionou as delegações da França e da Prússia, que assinaram um acordo dando fim à Guerra Franco-Prussiana. No Palácio de Versalhes também foi assinado o Tratado de Versalhes de 1919, ao fim da Primeira Guerra Mundial.
Em 1999, entretanto, uma forte tempestade atingiu o palácio, causando uma grande destruição. Cerca de 10 mil árvores foram danificadas, dando um prejuízo de 250 milhões de francos para o governo francês.
Atualmente, o Palácio de Versalhes é um museu aberto para o público que pode visitar livremente ou fazer visitas guiadas. Os parques e jardins, aliás, ficam abertos todos os dias. No entanto o museu fica fechado às segundas-feiras.
O espetáculo das Grandes Águas Musicais e as representações da Ópera Real, inclusive, são eventos organizados para que os milhões de visitantes anuais possam ver Versalhes como no tempo dos reis.
Curiosidades
- Todo o complexo do palácio possui cerca de 67 mil m2.
- Lá estão cerca de 60 mil peças relativas à história francesa.
- Possui cerca de 700 quartos, 2 mil janelas, 67 escadas e mais de mil lareiras.
- A Galeria dos Espelhos possui, no total, 357 espelhos.
- No Palácio de Versalhes foi assinado o Tratado de Paris em 1783, em que os ingleses reconheceram a independência dos Estados Unidos.
- Na Galeria das Batalhas, encontram-se 33 pinturas que narram a história francesa e 80 bustos de grandes oficiais franceses que foram mortos em batalha.
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Fontes: História do Mundo e Paris City Vision.
Imagem de destaque: Carpe Mundi.