Nelson Mandela foi um líder nascido na África do Sul, que lutou contra o racismo e a segregação racial sofrida pelo povo negro durante o regime do apartheid, vigente entre 1948 e a década de 1990.
Referência como líder mundial, Nelson Mandela lutou por uma sociedade igualitária e democrática. Foi um opositor ferrenho do apartheid, regime segregacionista que dividiu a sociedade sul-africana de acordo com a cor da pele.
Como resultado disso, Mandela acabou sendo preso por 27 anos. Contudo, assim que o regime do apartheid caiu, ele se tornou presidente da África do Sul, de 1994 a 1999. Todavia, sua morte aconteceu em 2013, após uma vida de lutas e reconhecimento.
Nelson Mandela – Biografia
Nelson Mandela nasceu em 18 de julho de 1918, em Mvezo, na África do Sul. Vindo de uma família da nobreza tribal, da etnia Xhosa, ele recebeu de seus pais o nome de Rolihiahia Dalibhunga Mandela.
Contudo, em 1925 e já cursando a escola primária, recebeu da professora o nome Nelson. Esse era um costume local, o de dar nomes ingleses a todos os alunos, uma vez que os ingleses não conseguiam pronunciar nomes africanos.
Quando tinha nove anos, Nelson Mandela perdeu seu pai e foi levado para viver com o povo Tambu, outra etnia africana. Com os cuidados de seu tio, ele teve acesso à educação de qualidade. Frequentou a escola preparatória Clarkebury Boarding Institute, colégio exclusivo para negros e teve contato com a cultura ocidental.
Posteriormente, passou a frequentar o Colégio Healdtown, uma espécie de internato. Em 1939, Mandela entrou na Universidade de Fort Hare e estudou Direito. Esta foi a primeira universidade do país a aceitar alunos negros em seus cursos.
Nelson Mandela sempre fora muito ativo no movimento estudantil e acabou participando de vários protestos contra a segregação racial pela qual o país passava. Como resultado disso, foi obrigado a abandonar os estudos em Direito e se mudou para Joanesburgo e lutou contra o apartheid.
Em 1943, se formou bacharel em Artes pela Universidade da África do Sul e deu continuidade nos estudos em Direito, na Universidade de Witwatersrand.
Mandela e a luta contra o apartheid
Uma das heranças deixadas pela colonização dos povos europeus no continente africano foi o apartheid. Legitimado pela legislação sul-africana, o regime estabelecia a separação entre brancos e negros da sociedade.
Enquanto regime de segregação racial, o apartheid se consolidou após a Segunda Guerra Mundial, quando o Partido Nacional Africânder chegou ao poder.
Assim, era negado aos negros alguns direitos básicos sociais e políticos. Nas grandes cidades, os negros ficavam reunidos em guetos, totalmente isolados e sofrendo todas as formas de preconceito por parte da minoria branca.
Em 1944, Mandela se juntou a Walter Sisulo e Oliver Tambo para criarem a Liga Jovem Congresso Nacional Africano (CNA), que acabou representando politicamente os negros sul-africanos.
Nesse sentido, Nelson Mandela passou a atuar na juventude do CNA, sempre defendendo a resistência pacífica e a desobediência civil contra o regime vigente. Os jovens eram incentivados a burlar as leis que separavam negros e brancos em espaços públicos, por exemplo.
A repressão na África do Sul crescia e eventos isolados e determinantes, como o Massacre de Sharpeville, quando a polícia reprimiu negros que participavam de protestos pacíficos contra o regime, matando 69 pessoas e deixando mais de 100 feridos fizeram com que Mandela se envolvesse mais na política.
Assim, Nelson Mandela tornou-se comandante do grupo armado do CNA, sendo banido em 1961. Perseguido pela sua atuação na militância negra, Madiba acabou condenado em 1962 à prisão perpétua. Entretanto, após 27 anos de sua prisão, o líder acabou sendo solto em 1990.
O tempo na prisão
A primeira prisão de Nelson Mandela foi em 1956, por conspiração. Em 1960, líderes negros foram perseguidos, passando por prisões, torturas, assassinatos e condenações. Considerado uma ameaça ao país, Nelson Mandela acabou preso em 1964.
Condenado à prisão perpétua, Nelson Mandela ficou em cárcere na Ilha de Robben por 27 anos. Após uma série de pressões contra o regime durante a década de 1980, um plebiscito determinou o fim do apartheid no país. Assim, Nelson Mandela acabaria solto em 1990.
Nelson Mandela: o presidente da África do Sul
Após o fim do apartheid o cenário na África do Sul continuava violento. Chacinas em bairros negros aumentavam e a possibilidade de uma transição pacífica ficava cada vez mais distante.
Nesse cenário, em 1993 Nelson Mandela ganhava o Prêmio Nobel da Paz por sua atuação política no processo de transição e pela luta dos direitos dos negros sul-africanos.
Em 1994, Mandela foi eleito presidente após uma expressiva vitória nas urnas. Seu governo teve como característica o esforço em acabar com o legado deixado pelo apartheid. Nesse sentido, foram criados programas de habitação, educação e desenvolvimento econômico para os negros dos guetos.
Mandela também conseguiu a aprovação de uma nova constituição, que trouxe certa estabilidade política ao país. Nelson Mandela deixou o cargo em 1999 e continuou trabalhando na fundação que leva o seu nome, em causas sociais com portadores de HIV, por exemplo.
Morte de Mandela
Todavia, debilitado pela sua idade avançada, Nelson Mandela passou por diversas internações. Sua última aparição em público havia sido em 2010, durante a Copa do Mundo que a África do Sul acabou sediando.
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Fontes: Ebiografia, Toda Matéria, Uol, Brasil Escola
Imagens: Time, Veja, UNINASSAU, O Globo, CicloVivo, Jornal NH