Primordialmente, é de conhecimento de todos que durante toda a história, sempre houveram bastante movimentos. O movimento Hippie é um dos mais conhecidos. Principalmente por ter ocorrido durante o século XX, um período que serviu como palco para inúmeras transformações socioculturais e políticas.
Só para ilustrar, durante o século XX eclodiram guerras mundiais, ditaduras, revoluções, polarização do mundo em blocos econômicos e diversas mudanças comportamentais acompanharam os avanços científicos e tecnológicos. Como resultado disso, surgiu o movimento hippie, um reflexo desse sistema que se propunha a trabalhar pelas mudanças no comportamento social das pessoas.
Tendo em vista que muitas das coisas que vivemos hoje são consequências desse determinado momento, torna-se válido imergir ainda mais nas características do movimento hippie. E então, vamos lá?
O que é o movimento Hippie?
Em suma, foi em 1960 que o movimento hippie surgiu. Ele estava disposto a oferecer uma nova visão de mundo. Além disso, pregava uma visão distante dos até então ditames da sociedade capitalista. Ademais, ele surgiu na cidade São Francisco, na costa oeste dos Estados Unidos.
Primeiramente, os hippies eram as pessoas que pregavam o amor livre. Além disso, eles defendiam o respeito à natureza, o pacifismo e a simplicidade da vida. Tendo em vista que, essa simplicidade seria alcançada sem as preocupações capitalistas.
Assim também, o movimento foi marcado pelo uso de drogas. Com o fim de que houve uma maior capacidade de abrirem suas mentes e serem mais criativos. Aliás, os jovens, que eram sua maioria, muitas vezes abandonavam suas famílias em busca de uma vida mais tranquila.
Diante disso, ficaram conhecidos como a geração da “paz e amor”. Porém, é importante ressaltar que eles iam além de uma vida regada a drogas e sexos. Afinal, o movimento hippie juntava-se com o movimento negro em busca de discutir pautas importantes. Sendo de questões políticas e sociais, levando assim o público a gerar opiniões sobre diversos assuntos contemporâneos.
Contexto Histórico
Antes de tudo, na época do surgimento do movimento hippie, estava acontecendo uma grande escalada de violência. Isso ocorreu entre o Estados Unidos e União Soviética. Foi então no período da Guerra Fria, que surgiu um movimento chama beat. Sendo esse responsável por contestar a violência e o capitalismo.
Em geral, a cultura beat servia para questionar os valores tradicionais ocidentais e americanos. Como exemplo, a moral, os padrões de beleza, o estilo de vida baseado no consumismo e até o matrimônio. Por fim, sua origem fez com que nos anos 50 vários escritores se unissem a fim de criar obras literárias e criticar a sociedade americana. Os principais autores foram: Allen Ginsberg, William Burroughs, Anne Waldman, Elise Cowen, entre outros.
Características
Ao passo de que basearam-se na cultura beat. O movimento hippie herdou também sua linha de pensamento, porém acrescentaram um estilo de vida próprio. Portanto, não demorou muito para que os jovens se adaptassem ao discurso da “paz e amor”. Tendo em vista que, naquela época estava ocorrendo a Guerra do Vietnã.
Com isso, a principal vertente do movimento era a contracultura. Isso se dá pois eles discordam totalmente da cultura dominante. Além disso, eles protestaram contra a guerra participando de marchas, e até se uniram a Martin Luther King na luta pelos direitos civis dos afro-descendentes.
Ademais, por conta do uso de drogas alucinógenas-que até então eles acreditavam que abria a mente, eles desenvolveram uma cultura psicodélica que era marcada pelo uso de cores fortes, referências à natureza e traços marcados. Porém, o uso excessivo de drogas acabou levando a morte alguns artistas da época.
O ápice e o fim do movimento hippie
De fato o grande marco do movimento hippie ocorreu em 1969. Foi quando houve a realização do festival de música de Woodstock, no estado de Nova York, em agosto. Logo, grandes artistas se apresentaram, como: Jimi Hendrix, Joan Baez, Janis Joplin, The Who, entre vários outros. Aliás, esse festival ficou conhecido como o símbolo do união da época.
Em contrapartida, o movimento hippie foi perdendo suas forças ao longo dos anos. Isso ocorreu depois de diversos artistas morrerem de overdose. E John Lennon, até então simpatizante do movimento, ser assassinado em 1980.
Além disso, uma comunidade hippie, a família Manson, fez com que muitos desacreditassem do movimento ao envolverem-se em escândalos de assassinatos e roubos.
Porém, ainda se vê os ideais hippies através dos movimentos ecologistas, não-consumistas, veganos ou vegetarianos.
Movimento Hippie no Brasil
Nesse meio tempo, com a expansão do movimento hippie mundo afora, o Brasil logo deparou-se com os ideais de contracultura e de rebeldia. Diante disso, houve grande envolvimento por parte dos artistas e estudantes. De tal forma que havia surgido na mesma época os tropicalistas, que ficaram conhecidos como quem buscava o rock’n’roll como referência. Além disso, utilizaram roupas coloridas e tentavam romper com o comportamento social e cultural dominantes.
Ao passo que por estarem vivendo durante a Ditadura Militar, vários jovens brasileiros acabaram tendo os mesmos ideais dos hippies norte-americanos, como por exemplo: a liberdade de comportamento, a igualdade de direitos e o fim do machismo e arbitrariedades dos governos militares.
Aliás, vários artistas e estudantes foram perseguidos, presos e até mortos por divulgar ideais que eram considerados rebeldes. Diante disso, grandes nomes como Rita Lee, Caetano Veloso e Gilberto Gil, fizeram o recado ser dado.
E então, curtiu ler sobre o Movimento Hippie? Então por que não aproveita e lê também sobre Tropicália, o que foi? – História da revolução da música na Ditadura Militar
Fontes: Stoodi, HistóriadoMundo, TodaMatéria
Bibliografia:
- MACIEL, Luiz Carlos. Anos 60: Porto Alegre, L&PM, 1987
- SOUZA, Paulo César. Uma utopia hippie. in: Sem cerimônia, críticas, traduções, projetos. Ba, Oiti, 1999
- PEREIRA, C. A. M. O que é contracultura. 7ª edição. São Paulo. Brasiliense. 1983. p. 11.
Fonte da imagem destaque: Medium
